101°Capítulo

4.2K 313 11
                                    

QUINTA FEIRA// MATO GROSSO DO SUL.

NARRAÇÃO: Mônica

Acordei por volta das 03h da manhã, tinha dormido bem cedo para ficar bem disposta à essa hora. Acabou o tormento, acabou a ansiedade e enfim chegou o grande dia, dia de visitar meu marido! Henry vai sair pela boca já já tamanha ansiedade e saudade.

Arrumei a Carolina, ainda dormindo colocando uma calça molentom, uma blusinha babylook e um casaco por cima, calcei a meia e a deixei dormindo. Vesti também uma calça moletom, uma regata com um casaco fininho por cima e uma havaianas...como de regra do presídio. Aluguei um carro para nos levar lá, as coisas que eu iria levar já estava tudo separado e organizado, produto de higiene e alimentação.
Suzane: Cuidado lá em minha filha. -Falou ao me abraçar.

Minha mãe viajou conosco por precaução e cautela comigo. Minha rainha é nota 100!

Deitei a Carol, no banco de trás do carro e a cobri com uma manta quentinha, fui na frente cochilando à beça. Chegando cedo tenho a oportunidade de conseguir pegar uma senha e ficar por mais tempo em privacidade com ele.

Demorou um pouquinho por ser bem escondido e na roça, mas quando chegamos tinham poucas na fila, eu era uma das primeiras. Graças a Deus, eu consegui!!!
O menino pôs as coisas para fora pondo perto de mim e deixei minha filha dormindo no carro e só vou acorda-la quando já for à hora de entrar.
O sol já estava raiando bem distante e lá no alto céu, em meio aquele vento gélido que estava...

Algumas horas depois...

A fila estava bem grande, tinha em base de umas duzentas e poucas pessoas na fila, umas grávidas também, senhoras, outras com crianças...
Liberaram e foi entrando e eu peguei a Carol, acordando ela.
Mônica: Você já vai ver o seu pai tá, minha pitchulinha?! -Digo emocionada, dando um beijinho em sua testa.
Eu estava me tremendo de nervoso, muito mesmo.
De coração agora, não queria que minha filha estivesse passando por isso, ela é tão nova...eu não vou me perdoar nunca por isso...
Tomara que quando ela cresça não se apaixone por um homem fora da lei, isso não é vida, antes mesmo da cadeia eu já sofria no dia a dia, frequentando presídio então...

Entrei naquele lugar me arrepiando da cabeça aos pés, Henry estava alvoroçado no útero me causando náusea e agonia, uma ansiedade maltratante... Entreguei nossas carteirinhas e foi papo de três minutos para a autorização ali e me mandaram seguir, cada etapa me deixava apreensiva. Era a vez da revista, só que a das comidas, me mantive firme; e de roupa passamos pelo raio X, foi tudo ok.
Eu fechei os olhos e tampei os de a Carolina, tudo virava pó ali, das comidas, eu não queria ver isso, me desarmou... Ouvia tanto por altos e agora tô vendo que é tudo verdade.
— Pode seguir. — Disse uma deziper.

Foi a vez da outra revista, a mais rígida e humilhante a meu ver. Com o coração na mão despi minha filha e me despi também, agaixei umas cinco vezes, já havia perdido meu folego com um barrigão desse, o neném faltava pouco nascer aqui nesse lugar horrendo; de cócoras fui obrigada a me tocar, tossir até eles bem achar que não tem nada aqui.
Aqui é só pra quem aguenta mesmo, agora sim estou entendo a expressão "guerreira".

Passamos ainda pelo raio X e fomos liberadas de pôr a roupa, me vesti e vesti a Carol novamente e seguimos um carcereiro. Disse qual a ala seria, e que eu podia ficar na sela até certa hora, me explicou um pouco como funcionava.

Não foi fácil, ainda mais grávida e com outra criança do lado. Vida cruel!
Eu tô sem palavras...
Nada vai explicar a sensação que estou sentindo, o que eu passei à minutos atrás.

(...)

Os olhos dele chegou a brilhar ao nos ver, ele olhava para Carol e para minha barriga.
Carol: Papai!!!
Ela correu até ele.
Eu permaneci no mesmo lugar.
Ele abraçou ela, a pegou no colo...
Chegou a minha vez, ele chegou perto de mim eu estava tremula, num estado de nervos horrendo.
Romeu: Minha rainha... -Falou ao direcionar seu olhar com aquele olhar de arrependimento, vergonha.
Me abraçou e eu chorei muito, não sei se era felicidade ou tristeza, só de está abraçada com ele após quase 7 meses me deu uma felicidade em tanta. Afundei meu rosto em seu pescoço e fiquei ali por um tempo, até conseguir dizer algo.

Me sentei naquela cama, se é que pode ser chamado de cama isso aqui, ele ajeitou um lençol antes.
Mônica: Meu amor...não tô sabendo lidar. -Digo tentando não chorar- Como você tá? Eu devo está horrorosa, só sei chorar.
Romeu: Você está linda como sempre... -Disse alisando meu rosto- E essa barriga aí? É um meninão né!?
Levou uma de suas mãos até minha barriga, que sensação gostosa. Me tremia d+++, minhas pernas bambeava.
Mônica: Sim, seu terceiro menino. -Digo limpanso meu rosto- Já tô prestes a parir, e você longe... Ai Romeu, está tão difícil sem você amor.
Romeu: Aguenta filha, você é forte pra caralho! Fica assim não. -Falou me abraçando- Para com isso caramba.
Carol: Minha mãe é muito chorona! -Falou do nada, nos fazendo rir.
Mônica: E você não chora não né mocinha? .
Não sei explicar o sentimento que eu estou tendo, não tem explicação!

REALIDADE NA PENHA. 💒💖 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora