REALIDADE NA PENHA. 💒💖 CONCLUÍDA

103°Capítulo

A hora estava passando rápido demais e faltava tão pouco para eu sair dali, voltar para a minha realidade e deixar o meu marido sozinho nesse lugar...
Romeu: Só te peço que tu não se esqueça de mim nunca, cuida dos nossos filhos, todos eles! Não sou exemplo para nenhum, mas passa a visão que eu não desejo nada disso para eles não, que seria o meu maior desgosto quando sair daqui e ter que saber que perdi um filho meu paro crime... -Dizia aparentemente angustiado- Banquei, não sustei só fuzil não, banquei castigo brabo quando vim preso, solitária e os caralho... Deus me castigou severamente, mas não me entregou a morte! Graças a Deus, meu Deus! -Falou com uma feição melhor, sorrindo, agradecendo mesmo; ele segurou no meu maxilar e me fez o encarar- Você é minha mulher, a dona do meu coração e a única que eu amo e amei! Segue tua vida, eduque nossos filhos, tô de dando o porte de pai que infelizmente eu não vou poder ser daqui  para frente, se cuida e cuida dos teus filhos o resto deixa comigo e com Deus.
Eu estava de derramando em lágrimas, muito sentida com tudo o que ele disse.
Mônica: Jamais, nunca vou te esquecer amor, muito menos te deixar aqui, eu farei de tudo pelos nossos filhos.
Meu mundo havia caído, era uma tragédia para mim este momento, o abracei e chorei em seu ombro.

Era um momento deplorável de tristeza, e muita tristeza, dor no coração...nó na garganta, um verdadeiro mar de lágrimas, isso aqui literalmente era o quinto dos infernos. . .
Romeu: Você sempre me avisou Romeu larga isso tudo e vamos viver... Quantas vezes já chorou, pedindo de joelhos pra Deus me proteger... Na vida louca é assim parto pro tudo ou nada sem saber se volto, só tenho você por mim, então não me abandone amor, eu te imploro! -ele cantou, esboçando um sorriso em eu semblante choroso- Nosso amor é verdadeiro e forte o bastante para suportar a distância e algum tempo longe, não quero que vá me visitar naquele lugar, Não importa! -Cantarolou em meu ouvido.

SÓ ENTÃO MINHA FICHA CAIU...
Agora sim caiu a ficha que perdi meu marido para o sistema. . .

Olhar ao meu redor e ter a certeza de que eu estava num presídio, de barriga prestes a parir, uma filha de sete anos e meu marido detento dali, escravo, preso naquele lugar... Demorou tanto para eu assimilar tudo isso, para eu aceitar que um, dos malefícios do crime chegou em nossas vidas. . .

Sem ele a minha vida não tem sentido algum, não tem rumo, nem direção. . .

Irei dar continuidade sim porque a vida não espera, mas vou seguir com a certeza de que um dia ele voltará para me fazer feliz, me compensar de todo esse sofrimento. Eu sei que isso vai acontecer!
Monica: Você é a parte boa que existe em mim... -gungunei aos prantos em seu ouvido.

Já estava na hora de partir e resumindo, eu chorei a visita inteira, foi muito difícil, tem sido demasiado complicado desde quando chegou a notícia...
Coloquei a Carol para se despedir do pai dela, e minha menina chorou tanto, eu queria tirar toda essa dor dela e passar para mim...minha filha não merece...
Romeu: Papai te ama pra caralho minha pequena, quando você crescer tu vai entender o que a gente vive... Siga sempre o caminho do bem, o caminho certo que tu nunca mais vai passar por isso aqui, valeu?! Agora vai lá com a tua mãe e não esquece do que eu te falei não hein.
Ele deu um beijo nela e ela segurou em minha mão com firmeza, acatando ao o que ele disse.
Carol: Também te amo papai, volta logo pra casa tá bom? Eu e a mamãe estamos sofrendo muito... -Disse em meio as lágrimas- O biel, a Camilla e o Cadu também, o Henry também vai sentir saudade papai... Vai logo pra casa, te amo grandão.
Ela o abraçou  novamente e aí ele se perdeu, escorreu a tão temerosa lágrima...
Mônica: Fica com Deus meu rei!
Eu senti toda a angústia dele, toda a dor, todos os sentimentos nesse beijo. Entrelacei minha língua na sua e casou certinho...para soltar que é foda... Dei uns três selinhos a mais e o soltei contra a minha vontade. . .
Romeu: Um dia, eu volto e te faço a mais feliz do mundo... Rainha, sou e sempre vou ser teu nobre vagabundo! -finalizou a canção, dando um beijou em meu pescoço.
Nosso abraço durou um bom tempo e nisso o Henry se mexia por várias vezes consecutivas, ele levou sua mão aonde mexia, enfim tendo o primeiro contato com o nosso menino, pude sentir molhar meu ombro e bastante coisa...

Me soltei dele e sem olhar para trás fui andando com a sacola de feira numa mão e segurando minha filha na outra, que olhava para trás dando tchau ao seu papai.

Dizem que olhar para trás dá azar, se é verdade ou mentira, eu não sei, eu que não vou arriscar... Eu Não quero azar, eu quero sorte para ter o prazer de ter meu marido ao meu lado novamente, poder ver os sorrisos dele, tê-lo por perto por mais que seja só para brigar, quero ter ele perto de mim, aqui, onde é o lugar dele...

Pode ser que eu sofra por um bom tempo de ausência, saudade, falta de muitas coisas que para mim eram rotina, mas também lá na frente eu serei bem mais feliz sabendo que ele está vivo pagando pelos crimes que cometeu e que um dia ele ganhará a nossa tão sonhada liberdade e poderá usufruir da forma que achar que o beneficiará, e que nos fará feliz sem precisar se esconder e arriscar a vida de quem andará ao seu lado.

Quantas pessoas ele já num fez chorar, quantas famílias ele já não destruiu, quantos filhos não choraram pela ausência de seus pais, esposas, pais e mães?
A vida cobra e quem sofre mais são os coadjuvantes que estão por perto, a gente também paga por parcipar. . .