32°Capítulo

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Cheguei na casa da minha mãe super pensativa, dei um beijo na Carolzinha, que ainda estava acordada.
Mônica: Vai dormir não criança? Amanhã você tem aula, filha.
Ela estava deitada no sofá com a tia dela e sequer me deu confiança. Vai ser nojenta assim igual a tia, longe..

Fui para i quarto da minha mãe e tomei um banho, logo fui me deitar, tô tão cansada... Nunca mais eu tive filha para dormir agarradinha, já não basta não ter mais marido, agora não ter filha, já é demais! Carolina é muito apaixonada nas tias dela quando está aqui puxa um saco tremendo e me joga de escanteio.
Suzane: Foi no Romeu né? -jogou na afirmativa, nem perguntou nem nada, fui obrigada a rir.
Minha mãe é demais, descobre tudo, como pode?
Mônica: Fui sim, fui trocar uma ideia de mulher para homem com ele. -conto- Mas já tô aqui, não voltamos ainda não tá?!
Deitou do meu lado, na cama dela.
Suzane: Orgulho não leva ninguém a nada tá bom, sei que ele te magoou bastante, mas ele está precisando de você filha... Sabe, eu nunca fui muito fã dele e não é nada contra ele, nem contra a pessoa dele não, e sim por ver minha filha envolvida nessa vida perigosa que ele leva e acaba se expondo a este cenário, mas hoje ele está precisando de você, está num momento da vida dele que está difícil e sozinho ele não consegue... Você é a família dele, ele só tem você para contar... Pensa bem Mô, antes de ficar fazendo drama de ficar longe do seu marido na intensão de vê-lo se render, sei que ele te agrediu, mas essa é a real, ele faz isso para te previnir, por medo... Ele tem medo de ver você exposta por aí, medo de você ser motivo de comentário ruim na favela, de você virar alvo pelos erros que ele tem a pagar, a crueldade é muito grande Mônica, tudo que ele faz por você tem um motivo, uma razão.
Eu, sem reação, extasiada me dei conta de que tudo que ela disse está totalmente correto. . .

Coloquei a mão na consciência e me dei conta que eu não posso deixar ele nesse momento mesmo não tendo forças para seguir a diante com esse casamento.
Mônica: A senhora tem razão...ele precisa de mim, eu só não entendo mãe, o porque só nas horas ruins que eu faço tanta diferença para ele, eu que tenho que está ali com ele como se uma obrigação...não entendo, sinceramente, só sirvo para ajudar? Ou sou uma mãe para ele ao invés de mulher -lamurio angustiada querendo chorar; certas coisas não entendo e sofro muito por isso- É contra minha vontade, não de ajudar, mas sim de ter que está dando forças para ele... Que vida louca, mãe!
Minha mãe foi genial nas palavras, tocaram de verdade meu coração, chega ardeu. Ele devia agradecer a ela eternamente.
Suzane: A vida é assim mesmo, não ver o que eu passava com teu pai? Eu ia para a rua buscar ele e quando chegava em casa ainda era esculhambada, mas uma hora muda, eu num sou feliz hoje sem ele? Que Deus o tenha! E você, vai ser feliz sem o seu? Eu fui forte, segui minha vida, mas eu sempre ajudei, tanto que hoje tenho minha consciência limpa e sensação de que meu dever eu cumpri porque ele foi o homem que eu escolhi para mim.
É verdade, minha mãe sofreu muito mais que eu na mão do meu pai, ja eu não sofro nem a metade dela, passo coisas que porra são demais também, mas me colocando no lugar dela, com razão eu não iria aguentar perder o meu marido e viver eternamente sem ele.
Mônica: A senhora acha que eu devo ir lá?
Suzane: Sim, vá...se seu coração quiser! Escuta o que eu estou te dizendo...

Para minha mãe está falando essas coisas não é à toa... Logo ela que nunca se meteu, nunca palpitou, já me deu conselhos sim, mas de dizer claramente, abrindo meus olhos, assim "Vá ficar do lado do seu marido", ah...
Conselho de mãe né...
Aviso de Deus.

Coloquei uma calça leg e vesti uma baby look, fiz a bolsa e pedi um Uber.
Mônica: Ai mãe, aí eu chego lá ele está com outra...mato ele, mato ela, quebro tudo e sumo da vida dele com filho e tudo.
Senti a dor no meu coração, imaginando essa cena dele com outra lá.
Suzane: Tira isso da cabeça e vai logo, vai com Deus!
Deu um beijo na minha testa, e eu saí do quarto dela decidida.
Entrei no carro e fui para a Penha.

Cheguei bem rápido, o carro me deixou numa rua que era só eu subi as escadas. Fiz esse sacrifício, cheguei no portão de casa e pensei bem antes de entrar, nem chave eu tinha mais.
— Ah ê, dona Mônica quer entrar? -perguntou vindo na minha direção.
Mônica: Sim, o Romeu está aí?

Eu saí entrando, subi direto para quarto e quando abro a porta ele estava lá dormindo. Me deu uma angústia tão grande, um aperto no coração, chega senti dor, não aguentei e comecei a chorar.

REALIDADE NA PENHA. 💒💖 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora