55°Capítulo

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A NOITE, JÁ EM CASA...

Saí do box e me enrolei num roupão, exausta, pé torcido e inchado pra caralho.
Romeu: Está melhor? -perguntou, ele estava todo preocupado; assenti, balançando a cabeça, tristona- Fica assim não tá, amor? O que é deles tá guardado.
Me abraçou e ficamos por um bom tempo assim, juntinhos.

Eu estava um pouco abalada, em êxtase, pode passar o tempo que for, eu não vou me acostumar com esses acontecimentos, sempre vou ter uma reação ruim, o pensamento vai ficar por um bom tempo na minha mente.
Mônica: Tenho medo deles acabar conseguindo te pegar, eles não vão te prender amor.... Vão te matar! Cadeia é menos doloso que a morte para mim, eu ainda consigo te visitar, sei lá, mas a morte é sem explicação, o que eu vou falar para sua filha? Como eu vou viver sem você? Não dá. -Minha voz já estava fanha, as lágrimas escorriam como se uma cachoeira em meu rosto- Parece que à cada dia que passa as coisas apertam mais, só piora pra gente, tantas confusões... Podiam ter te pego na boa hoje...

Ele só me abraçava e fazia carinho na minha cabeça, para mim estava sendo um conforto enorme tê-lo aqui nesse momentos, depois do que eu passei e ele também.
Romeu: Não pensa assim, é pior! É ruim para você e bem pior para mim... Fica tranquila, tudo vai mudar.

Só diz que as coisas vão mudar, que vai haver melhoras e nada acontece, isso é o que me deixa mais magoada, as promessas sem resposta.

(...)

Eram por volta das 03h da manhã quando eu terminei de arrumar as malas de coisas minha e de Carolina, as dele eu já tinha até despachado. Vamos viajar!
Fiz um coque no cabelo e coloquei um casaco dele, estava o maior frio e uma ventania danada aqui no alto, ntrei no meu carro que vou deixar lá na minha mãe, por ordem dele e saí da favela, um pouco aliviada, mas ainda estava cansada. Melhor coisa mesmo é sair desse morro, ficar distante até às coisas melhorarem. Triste mesmo é ter que me desfazer da minha primeira casa, onde me trouxe tantas felicidades, tantos momentoa bons...

Cheguei na minha mãe e pedi um Uber, a Michele tinha arrumado a sobrinha dela, me trouxe ela dormindo.
Michele: Quando tu chegar avisa irmã, mamãe já está preocupada.
Mônica: Tá. Diz à ela para não ficar não, estamos bem! Agora deixa eu ir, fica com Deus.
Dei um beijo no rosto dela é entrei no carro. Minha filha acordou e quando me viu sorriu.
Carol: Mamãe!
Me apertou, formando um abraço.
Mônica: Oi meu amor!
Dei um beijinho na ponta do seu narizinho.
Carol: Eu estava com saudade...
A seriedade no olhar dela era notável, não existe coisa mais linda.

Deus me livre de um dia deixar minha filha indefesa para o mundão. Ela é dependente de mim e eu sou totalmente dependente dela, não saberia viver sem, támarrado ser morta ou presa e largar minha filha aí... Deus perdoa meus erros, minhas escolhas e cuide dos meus quando eu não puder! 

Amor de mãe e filho não se compara, não se mede, eu chego a senti a dor por amar tanto a minha pequena, ela é meu alicerce! Amor maior, puro e mais sincero eu desconheço.

Partiu###

REALIDADE NA PENHA. 💒💖 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora