A vida do tráfico mesmo eu sendo apenas mulher de membro dessa vida maldita, que nos proporciona tantos momentos sendo eles bons e ruins, eu também sofro. Digamos que eu contribuo com isso e faço parte também; quem está a mercê de tudo que essa vida...
Quero saber para onde ele vai, coitado! Estranho, perguntando se eu vou sair sozinha, sabe muito bemque eu não vou sem ele, quer assunto.
Assim que cheguei, os meninos ainda estavam na piscina, eu subi para falar com o todo poderoso. Romeu: Ainda bem que você chegou, se liga, eu vou atravessar pra Nova Holanda r só volto amanhã pela madrugada. -contou, me subiu uma raiva ouvir isso, ah, juro que deu. Mônica: Tranquilo! -Digo fingindo dar ombros, mas no fundo estava me mordendo por dentro- Você vai fazer o que lá, Romeu? Detesto que ele vai pra lá, odeio com todas as minhas forças!!! Romeu: Ver os amigos e curtir um pouco. O filho da puta estava todo arrumado, que ódio!!! Mônica: Amigo, você não tem amigo nenhum Romeu, mas tranquilo! Não vou me meter nisso não, só vai com Deus! -Digo dando ombros real, dou as costas e fui guardar minhas coisas.
Nem ligo, quer ir pra outras favelas para ficar de sucesso... Nem para perguntar se eu queria ir perguntou. Tem que ser muito corno, na moral! Romeu: Tô indo, fica na moral hein. Mônica: Vai na fé! Caguei e andei para ele, que se foda!!!
Uma hora dessas ele querendo atravessar, ele não tem noção do quão acelerado meu coração fica, eu tenho mais medo que ele, vacilão da porra!
Me arrumei bem linda, me olhei no espelho e dei conta de que não vale a pena me aborrecer, ainda mais hoje que ele nem vai estar aqui para brigarmos...peste! Marquei com a minha comadre de deixar a Carol lá, e como ela não sai mais... Ela chegou para buscar a Carolina e ficamos conversando um pouco enquanto eu terminava de me arrumar. Marquei com algumas colegas de irmos para um bar lá em Copacabana, muito bom! Eu só saio de lá turva!!! Amanda: Está linda! Mais bonita que minha comadre, desconheço. -Falou, rindo. Mônica: Para de graça! Boba. -dizia sorrindo sem graça- Aí cuma, hoje eu tô prás fodas!!! -Digo, empolgada. Amanda: Só não faça besteira cara... Teu marido está cheio de problemas e tu ainda vai arrumar motivo, ram... -Disse num tom de aviso. Mônica: É isso, motivo! Hoje eu quero motivo para separar...chega! Chegou! Não quero mais essa vida de mulher de traficante. Amanda: Ih surtou!!! Mônica: De ser presa a um homem, ser presa dentro de casa, sem liberdade. Hoje eu vou dar motivos para acabar com essa porra de casamento, que já acabou a muito tempo. Eu estava tão acelerada que as palavras se montavam e saiam involuntariamente da minha boca. Amanda: Falo mais nada, tu que sabe... Sabe bem o marido que tem, num sabe?! Então, boa sorte! -Ela dizia, meia preocupada. Que se foda! Hoje eu tô na pista e amanhã não tô mais casada!!!
Ontem eu era o amor da sua vida... Hoje eu sou passado pra você!!! 🌹💣
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Já estava me dando dor de cabeça aquela música ao vivo, minha mente cheia de neuroses e cachaça, eu preocupada com o Romeu... Apesar de que notícia ruim chega rápido né?! Nada aconteceu, assim espero. Eu queria está ouvindo um som altíssimo, de qualidade, que me fizesse dançar, não música ao vivo... Mônica: Já deu! Vou partir, isso aqui já está chato! -Digo, matando o restinho de caipirinha que tinha no fundo do copo. — Ih, também acho, não aguento mais ouvir a voz desse homem, bora subir nosso morrão Mônica. — Vocês são faveladas, não conseguem se libertar da favela, cruzes! Aqui está mara! -minha amiga estava adorando mesmo. Mônica: Então eu vou lá amores! Beijos. -Digo, me despeço de cada uma das seis que estavam aqui e fui ao encontro de algum táxi, Uber, sei lá, Ana Paula e mais duas mulheres que estavam conosco.
Foi rápido chegar na favela, eu retoquei meu batom antes de descer do carro e fomos andando, o baile hoje era na Chatuba. Coisa linda!!! Quem diria eu solta, sozinha curtindo o baile daqui, sem marido no pé. Estranho, confesso. Comprei logo um combo de Whisky, para pegar logo a onda máxima, juntou mais um pessoalzinho próximo, da favela e voltamos a diversão. Não contente com a onda, mandei buscar uma balinha do coração para eu tomar, joguei dentro da garrafa d'água e esperei mudar de cor e bebi uma boa parte. Ai drogaaaa!!! Rolei para duas das meninas, só então foi ficando bom...
Comecei a dançar, rebolava legal, ia até o chão, fazia até quadradinho de calça jeans, e as meninas o mesmo. Maridos enlouquecendo, em — agora mesmo, que nego pra contar é o que mais tem.
Eu estava me sentindo liberta de tudo que já passei, tudo que aguentei na marra, por amor e sorrindo. Mônica: O bonde especialista em matar e traficar... Essa é a família ph. -cantarolei, jogando o dedo pro alto, cantava a música todinha, do início ao fim, da minha época, já estava com o Romeu, era tão nova... Trocou de música e eu tornei a rebolar, meu irmão passou com a tropa eu nem quis que ele me visse, até esquivei para não ser vista, que ele parece mais meu marido que o próprio, adora me privar das coisas e me fazer passar vergonha, todo os dois. Fui olhar a hora, pegando o celular na bolsa, o mesmo estava vibrando, era ligação do marido, assim que desligou mostrou que tinha + de sete chamadas perdidas dele, coração acelerou, mas eu não me importei não.
Vai pro caralho, filho da puta, tu num quis curtir Nova Holanda? Então, curte daí, que eu tô curtindo daqui!!!
Já não aguentava mais meu corpo, estava me sentindo bêbada d+++, turva, cansada e arrependida de ter me embriagado desse jeito, confesso. Mônica: Vou embora meninas, não aguento mais. -Falo, mastigando um Trident. Ana Paula: Mas já nega? Faz isso não, bora curtir. A empolgação dela passou para mim, fiquei mais um pouco, só que parei de beber, fiquei só na água e chupando pirulito para a onda da bala me deixar logo.
Quando tô drogada me bate vários arrependimentos, me bate várias loucuras, fico só os surtos pareço até uma pancada. Ta repreendido.
