24°Capitulo

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NARRAÇÃO: Mônica

Assim que me levantei, tomei um banho e vesti qualquer roupa minha que encontrei aqui pela minha mãe. Fui para a sala e Carol estava brincando com as tias dela, dei um —boa tarde de humilde e fui direto para a cozinha.
Suzane: Filha, fiz o que tu gosta, vai comer não? -Falou vindo atrás de mim.
Mônica: Tô com fome não, depois eu como...
Peguei só um copo de refrigerante, nem sabia o que era...
Suzane: Ai meu pai! Aí vai ficar sem comer, Mônica? Emagrecer para ter problemas?
Daqui a pouco ela está jogando a culpa no cretino do meu ex maldito.
Mônica: Foi a cachaça e a balinha que tomei, tô com ânsia. -explico, morrendo de enjoo.
Minha mãe sabe de tudo que faço, tudo eu conto à ela para que um dia, caso aconteça algo pior de vida, ela vai estar à par de tudo ou pelo menos metade de tudo ela vai saber.
Suzane: Até droga você usa quando termina com esse menino, olha, nem falo mais nada...
Ela saiu de perto de mim, me sentei na cozinha e Carolina veio.
Carol: Mãe a gente vai ficar aqui, na minha vó? - perguntou curiosa, assinto, concordando- Mais por que?
Mônica: Porque sim amor, não é por muito tempo, mas vamos ficando por aqui; pede sua vó pra te dar um banho que a gente vai na rua.
Ela saiu doida, atrás da avó dela.

Nessas horas eu queria tanto minha sogra por perto, ela me consolava, me fez ter maturidade para saber levar o Romeu, depois que ela faleceu ficou tudo tão difícil para mim, para a nossa vida... Minha sogra era o meu alicerce, minha fonte de esperança desse casamento tão desandado, como dói a sua ausência, sogrinha!

Saí da cozinha e voltei para o quarto, eu já estava chorando pra cacete, eu sinceramente nunca soube manusear o meu casamento, sim eu soube sim, mas nas horas boas, nas horas difíceis eu sempre falho, tudo some da minha mente e a única vontade é separar, mesmo sabendo que não é bem assim. Vida complicada essa minha!

Minha mãe arrumou a Carol e eu tratei de me arrumar também, vou dar uma volta com a minha filha e não vou deixar isso me abatê não, vou dar a volta por cima, eu creio! Aproveitar e tirar um celular, coisa que nunca precisei fazer, mas atualmente eu preciso, já que o meu ficou por lá e não tem condições de ficar sem. Assim que terminei de me arrumar, desci junto da minha mãe e Carol, vamos ao shopping.
Passando na portaria o porteiro chamou minha mãe, eu fiquei parada na saída  aguardando e logo ela veio.
Suzane: Mônica, isso é teu? -perguntou mostrando meu iPhone, eu até me espantei na hora; eeconheci pela capa, que tem fotos da "família feliz"- Moto-taxi trouxe ainda pouco que o porteiro disse.
Fomos andando, peguei o primeiro táxi que vi.

Esse cara é uma peste, mandou trazer para ficar me perturbando, se ele ligar eu não atendo, quero paz e só depois conversamos, e nem sei também se quero conversar.
Mônica: Incrível, à toa que não mandou trazer. -penso em voz alta.

Fomos no Barra shopping, nem comprei nada, só dei um presente para minha mãe e o restante foi só distração mesmo, lanchamos e ainda pegamos um cineminha. Passei o filme todo mexendo no meu celular, ele não me mandou uma mensagem e nem ligar, ligou. Graças a Deus!

O filme acabou e fomos comer uma pizza, duas horas de filme me deixou faminta.
Suzane: Mônica, tua irmã anda indo na sua casa? -perguntou num tom, meio preocupada, curiosa.
Mônica: Michele? Na minha não, nem falar comigo direito ela fala, mãe... Também quero saber o que ela tanto anda fazendo lá no morro, se eu descobrir merda vai feder pro lado dela, vou querer ser a primeira a porrar a cara dela -Digo deixando minha mãe ciente.
Suzane: Ah, bobeira Mônica, bater na tua irmã...para com isso.
Ela fica logo com medo.
Já deixo avisada, para abrir o olho dela.
Se acha que vai fazer arruaça lá para me sujar, achando eu vou passar a mão na cabeça dela?? Está enganada, mais não vou mesmo.
Clima ficou chato, minha mãe não tem culpa de nada, mas a Michele é muito safada para o meu gosto, meu sonho descobrir logo o que ela anda aprontando, não é de hoje.

Por volta das 21h e pouca voltamos para casa, o passeio foi ótimo, para quem está mal, esse passeio me deu um levante, distraiu bastante minha mente.
Tomei um banho e fiquei deitada na cama da minha mãe, conversando com um pessoal no whatsApp.
Suzane: Está passando na Record sobre o teu marido. -anunciou, já ligando a tv pondo no canal.

Juro que estava sem reação, não quis aceitar mais cedo quando minha mãe disse das possíveis reportagens, agora passar nesses jornais polêmicos? Já é fim, não acredito nisso... Assistia atenta aquilo tudo, uma reportagem gigantesca com fotos dele distraído no baile, um curto vídeo antigo, até ângulos sorrindo... Meu Deus, meu marido... A ficha não queria cair e o que mais cortava o meu coração era o exemplo do tamanho da pena dele, o valor altíssimo da recompensa pela denuncia... Que tristeza senhor, aonde eu fui me meter? Não deixei nem a Carol assistir isso, ela foi na rua com a tia dela.
Mônica: Mãe tira isso, por favor! Já vi o suficiente. -peço sem reação.
Não queria ver mais nada, eu estava passando mal.
Suzane: Que pica ele vai segurar hem, se ele se entregasse seria melhor, mas é difícil isso né... Por que vocês não saem do país? Tanto dinheiro, ficar no Rio de janeiro fazendo o quê? É suicídio!
Mônica: Mãe, eu não estou nem mais com ele, fala isso para ele eu hein. - Digo grossa, cobrindo minha cabeça.
Varias mag chegando no WhatsApp, geral assistindo isso, me mandando palavras de forças...

É difícil sim para eu acreditar que meu marido é um criminoso, que a vida dele vale 50mil só para o deixar trancafiado, mantido dentro de um mundinho de ferro mais tenebroso que do lado de fora, só para sofrer na mão do sistema, triste realidade. Minha ficha não cai de jeito nenhum... Vontade de ligar para ele, de abraçar, de ouvir da boca dele que tudo isso é mentira... Eu não vou aguentar mais isso. . .
💔💔

Olha só, o sorriso mais sincero, espontâneo...
O qual eu vejo todos os dias...
O mesmo sorriso de quando eu me apaixonei por ele lá atrás...Numa foto registrada para o sistema, estampando a tv brasileira.

Independente de tudo, me dói ver uma coisa dessa, dói na alma pra valer... Nunca imaginei ver isso um dia na televisão, é uma das piores sensações do mundo eu estou sentindo. . .

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