52°Capítulo

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ALGUNS FIM DE SEMANA DEPOIS...

NARRAÇÃO: Mônica.

Se embelezar também cansa, nossa...
Cheguei em casa eram dez para às sete, assim que deixei a Carol na casa da minha mãe. Hoje tem evento aqui na favela, começar a comemoração do aniversário do meu marido que ficará velhinho domingo, complexo está em festa!
Serão três shows, sendo: Ferrugem, imagina samba e MC Denny. Vai ficar de verdade e eu não vou perder né.
Sobrancelhas, OK.
Cílios, OK.
Manutenção da unha, OK.
Cabelo, OK.
Tô pronta, só aguardando mais tarde.

Dei um selinho no marido e deitei um pouco na cama, estou morta de cansada.
Romeu: E aí? -Falou cheio de malicia, vindo se encochando.
Monica: Ó, mô, tô cansada! Vou descansar um pouquinho, meia noite me chama. -Digo cortando logo, já estava querendo transar, parece máquina.
Romeu: Ih, alá mané...entendi nada.
Deu uma risadinha no fim; conheço meu povo.

...

Finalizei passando meu Vanilla lace nos braços, cheiro exalou, estava pronta, me montei toda e só estava aguardando o Romeu, que estava sentado futricando o celular.
Pelas fotos que já recebi já está lotado o baile, não tem nem lugar direito para ficar.
O Romeu xiava à beça.
Mônica: Que foi mô, algum problema? -pergunto estranhando.
Romeu: Não, nada não. -Disse com a cara na tela ainda.
Deixei para lá, não perguntei mais nada. Michele estava me passando toda a procedência do baile, pelo jeito está lindo eu já quero!!!
Romeu: Bora. -falou ao levantar após amarrar o cadarço do caveirão da Oakley- Só vamos dar um role e sair da favela, escutou?
Juro, meu coração gelou. Bateu a preocupação na hora.
Mônica: Está acontecendo alguma coisa, Romeu? Me fala logi. -peegunto preocupada; comecei a sentir uma coisa estranha por dentro.
Romeu: Não, porra! Já num falei? Bora logo mano. -Disse na maior ignorância.

Ignorei.
Filho da puta! Desgraçado.
Mas não vai mesmo estragar minha noite, cuzão. Otário. Xinguei muito com os olhos, esse corno.

Entrei no carro na maior tranquilidade, ajeitei o banco e coloquei o celular na bolsinha.
Romeu: Desculpas, tá amor? Tô com a cabeça cheia, desculpas mesmo. -Deu um beijo na minha mão; quieta estava, quieta continuei.

Ele ligou o carro e pôs um som, pra gente ouvir, Filipe Ret. A contenção atrás tava mais que o normal, nunca vi assim. Chegamos, já desci do carro e ele pegou na minha mão, beijou na mesma e seguimos.

Hoje tinham várias divisórias, cada uma delas uma favela diferente, até um pessoal de SP estava. Fomos para o nosso que estava vazio, nos esperando. Rapidamente chegou uns, colocaram um combo de Double Label e um balde de Budweiser. Acenei com as mãos para algumas conhecidas e peguei uma cerveja. Camilla chegou toda bonitona, acompanhada do Ricardo e sua namorada.
Camilla: Mãezona! -Falou me abraçando- Está o lacre hein, arrasou!
Sorrii contente pelo elogio.
Mônica: Brigada filha, você também está uma princesinha da favela.
Tava tocando uns funk maneiro, Romeu tava encostado com uns ao lado conversando.
Michele chegou para me fazer companhia.
Michele: É o poder, a penha é o poder. -cantarolava; me abraçou.
Mônica: Já está no brilho né? Terrível.
Michele: LÓGICO AMOR!!!
Fiquei me mexendo ao som do funk, dançando pouco. Foi encostando um pessoal aqui e a Michele preferiu sair, até melhor...

Desceu o gelo bonito, mas eu não estava concentrada em beber, sinceramente eu não estava bem.
Romeu: Filha... -falou me chamando- Vou dar uma enconstada ali e já volto, tá?
Eu soltei logo um runf.
Mônica: Já vai começar? Eu também vou hein, vou dar os meus em caralho.
Romeu: Começar o que, cara? Já é, vou nem me estressar contigo.
Saiu, saindo.
Eu só não vou porque está muito cheio, senão ele ia ver só, ia passar mal, vem de graça.

Troquei a cerveja pelo Whisky, aí fodeu!
Colega da antiga parou para falar comigo, ficamos trocando uma ideia em meio ao barulho mesmo.

REALIDADE NA PENHA. 💒💖 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora