Cai o Pano

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Adrien: -Temos que sair daqui, isso parece akuma! – Saindo rápido não esperou pelos outros. Talvez Adrien parecesse meio covarde por isso, mas não seria a primeira vez, precisava se distanciar e achar um lugar para se transformar.

Tirando Adrien, que simplesmente havia sumido, os demais estavam se afastando juntos dali e Marinette precisava encontrar uma desculpa para soltar a mão de Luka e se afastar dele para se transformar.

Marinette: -Você viram o Adrien?! Acho que ele ficou lá atrás, tenho a impressão que eu o vi... Vou encontrá-lo e vejo vocês lá fora! – Tentou ser sutil e soltar a mão de Luka. Assim que se viu livre, correu em um dos corredores.

Testou a primeira porta que viu e ela abriu, entrou rapidamente torcendo para que Luka não a tivesse visto entrar ali. A sala estava escura e parecia um tipo de depósito. Havia coisas empilhadas e algumas estantes. Ela não conseguiu ver muita coisa antes que a porta se fechasse acabando com toda a iluminação ali. Aquele lugar servia.

Chat Noir: -My princess?! Por que você não saiu pelas escadas como todo mundo?! Talvez esse teatro comece a ficar perigoso...

Marinette não conseguiu conter um grito de susto. Sentiu que seu coração quase saiu pela boca, ela quase se transformou na frente dele!

Marinette: -Chat!! Você quase me mata do coração! Eu... eu estou procurando um amigo meu, um loirinho lindo, ... Er... Não, bem, é que ele é modelo...- A resposta foi meio que automática, sem lembrar que havia falado tanto de Adrien para Chat.

Chat Noir: -O picadinho ? Vi ele descendo pela escada do outro lado quando subi, my princess...

Chat sorriu com o comentário dela, mas ela não poderia ver. A sala não tinha janelas e estava muito escura. A sala era pequena e eles estavam muito próximos e ele quis fazer isso a noite toda! Só agora, com a visão noturna percebeu que ela usou um pouco de base próximo ao decote de corpete. Depois do inicio de sua vida como Chat Noir fez uso de base diversas vezes nas seções de fotos...

Chat Noir: -Você escolheu uma base um pouco mais escura que a sua pele, my princess! – disse tocando o lugar com o dedão. Um instante depois já a havia puxado para um beijo. Sem perceber ela encostou as costas na porta de entrada e subiu as mãos prendendo as mechas de cabelo dele entre os dedos, puxando a cabeça dele levemente para perto de si como se quisesse evitar que ele interrompesse o beijo. Afastaram-se quando o ar começou a faltar.

Chat Noir: -Talvez seja melhor você ficar por aqui agora, my princess, preciso ajudar a Ladybug agora, mas provavelmente ninguém virá para essa sala então, você estará segura aqui. Por favor, tente não chamar atenção, sim?

Ela assentiu com um gesto e ele saiu dali encostando a porta ao sair. Ia em direção as escadas para chegar ao palco quando viu Luka.

Chat Noir: -Hei você garoto, o que está procurando? As coisas podem ficar complicadas por aqui daqui a pouco...

Luka: -Ah! É que a minha garota veio para cá para procurando um amigo, fiquei preocupado com eles, não quero que ela se machuque... – SUA garota?! Oh céus, como eu me meto nessas confusões?!

Chat Noir: - Hum, é uma de cabelos escuros? Vi ela descendo de mãos dadas com um loiro por aquelas escadas. – disse apontando as escadas do outro lado - Melhor você descer logo também, lá fora você encontra com eles... – A última coisa que faria seria prender Luka com a Marinette naquela sala até o fim da luta! A parte "de mãos dadas" foi cortesia por ter se irritado a noite toda com ele.

Nenhum deles sabia quantos segredos ali poderiam ter sido descobertos naqueles poucos momentos... Chat se afastou pela escada mais próxima, Luka desceu pela escada do outro lado, procurando Marinette e Adrien e Ladybug saiu da saleta onde Marinette estava.

O akumatizado era um dos atores da última peça, infelizmente para os heróis, o figurino dos atores tinha muito mais detalhes e apetrechos do que de um dançarino. A última representação foi um trecho dos "Três mosqueteiros". Rochefort (o akumatizado) tinha um chapéu de época com uma enorme pena, um sabre de esgrima, usava um colete escuro sobre uma camisa branca e tinha uma caixa em uma das mãos. Ele seguia pelos camarins abrindo as portas procurando algo.

Rochefort: -Onde está Milady? Não foi muito educado me deixar assim, ainda não terminamos nossa conversa. – Os heróis observavam o que ele fazia enquanto não eram notados e ele não parecia ser agressivo com ninguém naquele momento.

Chat Noir: -Alguma ideia de onde o akuma poder estar, Bugboo?

Ladybug: -Um palpite? A caixa na mão dele não parece fazer parte do conjunto. – Realmente, nenhum dos dois se lembrava de ter visto algo parecido com aquela caixa durante o espetáculo. –O que você acha que ele faz?

Chat Noir: -Se estiver no papel de Rochefort mesmo, ele luta esgrima.

Ladybug: -Hei, Rochefort, achei que d'Artagnan já tinha resolvido todos os nosso problemas...

Rochefort: -Ladybug e Chat Noir! Creio que minha Milady pode esperar vocês devem me entregar os seus miraculous!

Chat Noir: -Essa parte já é o maior clichê! Acho que você não vai conseguir uma estatueta por essa atuação!

Ladybug usou o Lucky charm e conseguiu um sabre de esgrima. Desta vez a arma era para que Chat Noir lutasse. Eles haviam atraído Rockefort para o palco novamente, pois ali seria um lugar mais simples de lutarem do que pelos corredores entre as portas dos camarins. Chat Noir lutava com a mão esquerda, pois havia ativado seu cataclismo na intenção de destruir a pequena caixa que estava nas mãos de Rochefort. Ladybug estava pronta para trapacear naquela luta usando seu ioiô para amarrar as pernas de Rochefort, mas como na luta entre Adrien e Kyoko eles se moviam rápido demais. Quando ela finalmente conseguiu Rochefort caiu soltando a caixa. Chat Noir pegou destruindo. Após jogar o sabre para cima restaurando todas as coisas, Ladybug notou que ainda havia algo de errado. Chat Noir estava com a mão cheia de sangue no rosto.

Chat Noir: -Bugboo... a cicatriz disso vai denunciar minha identidade secreta! Como eu vou explicar isso?! – Chat chorava, de dor ou desespero? Havia um corte profundo na diagonal começando logo abaixo da máscara até chegar ao queixo. As lágrimas se misturavam ao sangue que pingava no chão.

Ladybug: -Sshhh, sshh, gatinho, deixa eu ver... – Ela levantou o queixo dele para poder olhar melhor e lembrou que poderia curar, não saberia dizer se ficaria uma cicatriz, porém tinha sua transformação e os brincos já indicavam só três bolinhas. Mas era o parceiro dela, seu gatinho de rua que já tinha feito tanto por ela! E aquilo foi como da outra vez, quase um instinto, o corte sob seus dedos começou a se fechar e quando já não havia mais marca alguma no rosto dele, sua transformação começou a se desfazer. –Não ficou nada gatinho, nadinha!

Chat Noir: -Bugboo!!! Sua transformação! – Eles estavam no palco e Chat Noir puxou com força a cortina de abertura dos espetáculos. O tecido de veludo vermelho caiu sobre os dois, ainda assim ele fechou os olhos. Não era a primeira vez que precisavam usar algum artificio para ocultar as identidades. Chat a abraçou antes de sair debaixo do pano, mas não olhou para o rosto dela, que agora estava sem máscara. O ator akumatizado estava ali no chão confuso então, Chat enrolou a garota sob o veludo rasgou o excesso de tecido com as garras e levou-a dali para algum canto vazio.

Chat Noir: -Obrigado, Bugboo!! Não fosse por isso, teria que desistir de ser Chat Noir! Você está num lugar vazio, estou indo agora. – Se afastou dali, pois seu anel avisava que sua transformação também estava próxima. 

Endless Miraculous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora