Endless Miraculous Love

O sumiço de Emilie

Emilie pegou a caixa que comprou mais cedo em uma loja de souvenir colocando ali dentro o livro e o broche.

Duusu: -Você tem certeza do que está fazendo, Emilie?! - Aquela não era a primeira vez que Duusu lhe perguntava, e sinceramente ela não tinha certeza... de nada! Mas mesmo sem ter certeza, já havia decidido. Decidiu antes de comprar a caixa!

Emilie: -Tenho Duusu, por favor, venha aqui que quero me despedir, você sabe, antes de guardar o miraculous...

Duusu se aproximou dela olhando nos olhos e depois se empurrando contra a bochecha. Instantes depois Emilie tirou o miraculous e ficou sozinha no quarto. Guardou a presilha na caixa e pegou uma folha de papel timbrada do hotel para escrever uma carta. Não queria usar um kwami como mensageiro, não poderia mentir assim através de um amigo, não conseguiria.

[...]

"Gabriel,

Sinto profundamente que você esteja lendo essa carta, pois, se você chegou a abri-la sei que não consegui encontrar a pessoa que precisava e que algo deu errado.

Amo você imensamente! Você e Adrien são as pessoas mais preciosas do mundo para mim! Porém tinha assuntos antigos a resolver, coisas das quais nunca lhe falei, que mantive em segredo mas que agora, não posso mais...

Como você deve se lembrar, meus pais sempre viajaram muito. Em uma dessas viagens, quando eu era muito jovem, antes de te conhecer, tomei conhecimento de coisas muito inusitadas. Conheci um senhor, chamado Mestre Xiang ele me disse que seu tempo chegava e que precisava de ajuda. Contou-me sobre "miraculous" e coisas que eu mal entendi na época... Diversos detalhes que não conseguirei colocar aqui em poucas linhas.

Dentro desta caixa estão o livro do guardião e dois miraculous o do pavão e o da borboleta. Desde meu último contato com o Mestre Xiang não consegui avançar em minha missão. Deveria ir atrás dos demais miraculous que foram ... perdidos, roubados! Há dois miraculous principais, mais poderosos do que os demais. São os miraculous da criação e da destruição, os brincos vermelhos e o anel preto. Minha responsabilidade era recuperar os miraculous, para restaurá-los ao devido lugar, mas não consegui encontrar um sequer!

Eu falhei em minha missão, fracassei também por causa dessa sua maldita mania de me controlar, de inspecionar tudo! Lógico que a responsabilidade não é apenas sua! Eu deixei você fazer isso, porque não sabia como te impedir. Gabriel... você tem que aprender que não pode fazer tudo! Adrien é apenas um garoto! Ele PRECISA de espaço, conhecer outros da idade dele, você não pode nem deve trancá-lo em uma torre de marfim! Mas esse meu pleito já é antigo, espero que você não o tranque mais ainda agora que não estou mais com vocês.

Gabriel, tente entender de uma vez por todas, você tentou me proteger, cuidar e decidir por mim e fazendo isso, só conseguiu me atrapalhar e impedir de fazer coisas que eu deveria. Não controle Adrien do mesmo jeito, isso só irá afastá-lo como me afastou. Nem tudo é do jeito que você gostaria, nunca será.

Sobre o que você deve fazer a partir de agora em relação aos miraculous... Não tenho muito o que explicar, estava apenas atrás dos itens, para que não ficassem em mãos indevidas. Mas pegue o broche dentro da caixa que Nooroo poderá lhe explicar muito melhor.

Nunca duvide do meu amor por vocês!

Emilie Agreste"

[...]

Gabriel já havia lido e relido a carta inúmeras vezes trazendo a tona todo o desespero da primeira vez. Naquele dia Emilie havia insistido em fazer uma excursão guiada sozinha, disse que precisava pensar que precisava de espaço. Ele não teria deixado, como de costume mas diferente de todas as outras vezes que ele a proibia, desta vez ela o enfrentou e saiu do hotel sem avisar.

E até hoje ele ainda a procurava! A carta era uma despedida, e isso também lhe dava esperanças. Talvez ela tivesse planejado ir embora, talvez ela tivesse ido, simplesmente feito isso. Fosse esse o caso ainda estaria viva! Naquele dia a tragédia foi enorme, uma avalanche ocorreu soterrando uma vila inteira aos pés do Himalaia. E Emilie tinha planos de usar aquela vila de base para o início da excursão. E só depois de abrir a caixa e a carta, Gabriel descobriu o que ela tentava fazer todas as vezes que melindrava um plano para viajar para aquela região.

E como sempre que revia a carta se torturava com as duas hipóteses principais, a primeira mais aterradora que Emilie havia sido soterrada pela avalanche e seu corpo nunca mais seria achado e a segunda que se aproveitou da estranha coincidência daquela tragédia para simplesmente sumir. E ambas hipóteses eram um enorme castigo que lhe açoitavam a alma! E saber que nunca poderia confirmar nenhuma das duas era outra forma de tortura... A carta foi escrita antes, se despedindo, Emilie não poderia prever aquela tragédia, pelo horário que Emilie saiu do hotel e as condições de clima para chegar a vila eram um indício de que ela talvez não estivesse lá. Ela teria que ter feito o trajeto muito rapidamente e sem paradas para chegar na vila antes... Porém, as horas, dias e meses seguintes sem nenhum contato dela eram terríveis para ele. Por que teria sumido assim? Não seria pelo simples excesso de controle neurótico que ele exercia, ela conviveu com isso por muito tempo e jamais deixaria Adrien aos cuidados dele desta forma. E então Gabriel se torturava pensando por que ela poderia ter fugido. Mas se ela tivesse levado Adrien ele saberia que ela estava bem e viva em algum lugar... procuraria mais? Provavelmente não! Faria os mesmo incansáveis esforços fosse buscando apenas ela ou ela e Adrien. Por que ela deixaria Adrien com ele? Ela amava Adrien, ela o confrontava em suas decisões por causa dele! Oh ... se ela tivesse um amante, talvez não tivesse como levá-lo, Adrien não concordaria ou, não ficaria quieto por muito tempo. Se esconder dele com um adolescente a tiracolo seria muito mais complicado!

Nesses dias, quando lia a carta Gabriel bebia um copo ou dois de uísque, que tornavam a dor mais suportável. Já havia tentando conversar com Duusu e ele havia dito que conheceu Emilie por muitos anos. Depois de procurar por qualquer pista que pudesse esclarecer onde estaria Emilie, interrogar os dois kwamis Gabriel se viu sem mais informações com um livro dos guardiões e dois miraculous.

Emilie nunca havia agido de forma aberta com o miraculous do pavão... Ele se recordava de ver a presilha recorrentemente adornando os cabelos dela, mas não havia qualquer notícia de uma heroína Le Paon. Então todas as tentativas que ela fez de recuperar os miraculous para o dito Mestre Xiang foram mantidas em sigilo? Nunca tal figura o procurou, então Gabriel supôs que o Mestre Xiang, seja quem fosse talvez não o procurasse nunca. Usar o miraculous da borboleta era uma forma de conseguir forçar a utilização dos outros miraculous, e funcionou! Também era uma maneira bem simples de sinalizar para Emilie o uso que fazia do miraculous, se ela se importasse, se quisesse impedi-lo teria que aparecer... Mas já fazia um bom tempo, e Emilie não fez seu movimento, ele também não conseguiu nenhum dos miraculous, mas já havia descoberto que havia pelo menos três em Paris e provavelmente mais. Depois da luta contra Siren, se perguntava o que mais havia de errado em toda essas história. Só um guardião poderia ler o livro... Quem deu os miraculous para Ladybug e Chat Noir se auto intitulava guardião também, e conseguia ler o livro. Estava cansado, de toda essa sandice! Preferia trabalhar com o que conhecia e não com coisas misticas malucas. Mas com os miraculous da criação e da destruição poderia ver Emilie outra vez poderia desfazer o que havia ocorrido naquele dia...

Bem, talvez devesse tirar alguns dias de folga, Adrien estava muito chateado. Marinette precisaria de alguns dias até estar bem. Eles eram novos demais! Mas ... seria melhor rever a agenda de Adrien se forçasse muito arrebentaria a corda.