Gabriel Agreste

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Adrien acordou domingo cedo, como de costume. Desceu as escadas esperando encontrar a mesa vazia como sempre, mas logo que entrou viu Gabriel ali. Ele gostaria de ficar feliz com algo assim, mas sempre tinha algum receio do que viria em seguida. Quanto mais tempo o pai passava em casa, mais tempo ele ficava trancado. Quando o pai estava viajando ou resolvendo algo fora de casa ele conseguia sair, nem que fosse pela janela como Chat Noir. Nathalie e Gustav entenderam trabalhando ali que se não checassem se ele estava ou não no quarto, não saberiam quando não estivesse. E o que não soubessem não precisavam explicar. Então, Nathalie controlava rigorosamente a agenda dele, para que não faltasse a nenhum compromisso. Mas se em algum horário que ele tinha livre ela notasse que ele tinha escapado sem dizer nada, não avisava Gabriel.

Adrien notou algumas revistas sobre a mesa. Aquilo não era comum, o pai preferia trabalhar apenas no escritório. Gabriel olhava para ele inquisitivo.

Gabriel: -Vejo que dormiu bem. Você e seus amigos gostaram do evento ontem?

Adrien: -Sim! Obrigado por me deixar convidá-los pai! Creio que não teriam chance de ir num evento assim de outra forma!

Gabriel: -Sabe me dizer de qual grife eram os vestidos da garotas? Diga-me que não levou para o camarote Agreste reservado, suas amigas com grifes de outras marcas, sim?! – Gabriel havia aberto uma das revistas onde Marinette e Alya apareciam em destaque numa foto.

Adrien: -Não pai! Acho que não eram de grife, se eu tivesse pensado antes poderia ter dado a elas um vestido para usarem, mas...

Gabriel: -Você não pensa ... na grife Agreste. Esses vestidos não são de estilistas conhecidos? Você gosta dessa garota de cabelos pretos? Foi ela que ganhou o concurso de chapéus coco, não foi?

Adrien sentiu que corava um pouco. E pensava o que deveria responder. Quando Gabriel puxou mais uma revista e ele viu a capa. Nesse momento ele sentiu que o sangue fugia do rosto. Ele e Marinette estavam na capa, com os rostos encostados, ele estava levemente corado e ela tinha os olhos brilhantes. Ambos olhavam na mesma direção, mas não para quem batia a foto. O fundo da foto era escuro e só permitia ver o rosto de ambos. Por alguns instantes Adrien pensou que aquilo poderia ser uma montagem quando se lembrou de quando conversavam no inicio do intervalo. Os dizeres da revista não melhoravam sua situação. "Quem é a princesa Agreste? Finalmente Adrien assumirá um relacionamento?". Sentou no lugar de sempre, mais para não ficar em pé do que por qualquer outro motivo, o estomago revirava com as fotos nas revistas ele não estava com a menor fome naquele momento.

Adrien: Foi a Marinette que desenhou os dois vestidos, ela costurou o próprio, Alya levou o desenho para uma costureira. –Com o gesto nervoso colocou a mão na nuca e desviou o olhar para o lado. -O vestido da terceira garota eu não tenho certeza, mas creio que a Marinette também tenha desenhado, mas já faz algum tempo, creio que ela usou na festa de aniversário. Os garotos ...

Gabriel: -Estão usando roupas sem detalhes, não chamaram atenção, não são um problema. – Adrien assentiu.

Adrien: -Ela que ganhou o concurso de chapéus. – Disse sem saber o que mais falar.

Gabriel: -Vocês tem algum relacionamento?

Adrien: -Não! ... Quer dizer, não é isso! É ... Não consigo explicar... – Passou a mão pelos cabelos atrás da cabeça novamente.

Gabriel: -É até bem simples, Adrien, você precisa falar com ela, avisá-la. Vocês saem uma duas ou três vezes, depois ficam sem se ver durante alguns dias e esse assunto encerra. Mas no caso dela... Preciso falar com ela, a melhor coisa seria comprar os desenhos desses trajes para evitar que alguma marca concorrente tente algo parecido. Outra coisa... Eu sempre trabalhei sozinho, mas como você sabe, nesse mundo é comum que os estilistas mais renomados apadrinhem novos nomes. Você não quer seguir meus passos, eu sempre soube disso e esse tipo de atividade requer algo além de esforço, que não pode ser facilmente substituído... Ela tem isso! – Aquela frase, dita daquela forma... Ele se ressentia por ele não se interessar em desenhar? Ou estava o provocando de alguma forma por não ter o talento que ele via na Marinette?

Adrien: -Você está dizendo que quer lançar o nome dela junto com o seu?!

Gabriel: -Não imediatamente, não. Ela ainda tem muito a desenvolver. Mas sim, se ela não tiver um "tutor" conhecido! Você fala com ela ou prefere que eu a procure diretamente?

Meu pai era assim, direto, sem preâmbulos. Não duvido que trate com ela da mesma forma que havia falado comigo o que provavelmente não daria muito certo, nem para mim nem para ele. "Marinette, saia umas duas ou três vezes com meu filho Adrien, é só para aparecer nas fotos. Depois podemos discutir sua capacidade criativa e como aprimorar seu talento. Tenho certeza que teríamos uma parceria muito proveitosa."

Adrien: -Falarei com ela ainda hoje. Melhor que eu conte a ela sobre todas essas fotos e artigos... – Disse indicando as revistas. 

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