Malediktor

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No dia seguinte pela manhã, mais uma prova. Adrien e Marinette estavam cansados, melancólicos e preocupados com o desfile da noite, tomara que nada mais acontecesse. Lila era o menor dos problemas, a exaustão dos últimos dias era simplesmente mais do que podiam levar numa boa. Pelo menos hoje era a penúltima prova e a semana de moda terminava no sábado. Mas o compromisso mais importante, os modelos da Marinette na passarela, isso terminava hoje a noite, depois seria a crítica e os resultados.

[...]

Antes do horário do almoço quando Gabriel disse a Nathalie que tirasse o restante do dia de folga e fizesse o que bem entendesse. E Nathalie sabia que aquilo não era normal. Gabriel era excêntrico, distante de Adrien, maníaco por controle, um tanto desequilibrado no tocante a esposa, mas jamais lhe daria um dia de folga no dia de um compromisso importante da Agreste. Ele estava muito mais extravagante do que o normal, e aquilo, no entendimento de Nathalie daria péssimos resultados! Além disso, eles combinavam as folgas dela com antecedência, quando possível e a desta já estava acertada para ser depois do encerramento da semana de moda. Mas, se estava de folga, poderia fazer o que bem entendesse inclusive verificar o andamento da Agreste na semana de moda. E então começou a se tornar mais evidente que algo não ia bem. Gabriel tinha um almoço de negócios com parceiros comerciais da Agreste, e logo ela começou a receber notificações de que ele ainda não havia chegado. Resolveu ir no lugar dele, era melhor do que desmarcar sem ter avisado com mais antecedência.

[...]

Olhava para os telhados mais baixos e para a Torre no horizonte. Paris... Sua cidade. Pensava no tempo e esforço que havia levado para o Le Grand Paris fosse o que era, na dedicação necessária para chegar a prefeitura, no jogo de poder e nas trapaças inerentes. Quantos almoços de negócios e jantares com lobistas. Pensava na falta que Audrey fez ao seu lado e também a Chlóe, não que a culpasse... Audrey, era Audrey e ele havia aprendido a conviver com aquilo. Ela nunca quis filhos, mas quando aconteceu não tiveram muitas opções razoáveis. O ciclo de Audrey sempre foi irregular e no início da gestação ela tomava contraceptivos e nos três primeiros meses ela teve sangramentos, então nem suspeitaram que ela estivesse grávida. Tudo que tem 99% de chance de funcionar tem 1% de chance de falhar, certo? Quando descobriram ela entrou em pânico, cogitaram encerrar mas no primeiro exame viram o coração batendo e por mais que aquilo fosse só um som, uma expectativa... Além disso, seria péssimo para ele, havia acabado de se lançar na política e esse tipo de decisão era, apesar de ser de cunho privado no entendimento deles, inaceitável para um grande número de pessoas. Mesmo que não fosse crime na França. Com o passar do tempo ela se dedicou a gravidez, cuidava-se mais do que antes, evitava excessos, não ingeria bebidas, nem café. Ainda assim não foi um período fácil. Audrey se negava e parar de trabalhar, dizia que gravidez não era doença, mas seu corpo sentiu muito as mudanças. No último mês, sua pressão começou a subir e por orientação médica, se afastou de suas ocupações, ficou arrasada. Quando Chlóe nasceu ela se dedicou a pequena, não conseguia se afastar mas com o tempo, conforme os meses passavam ela passou a se sentir presa e a colocar distância. Da primeira vez que ela partiu, não tinha a menor ideia de que voltaria um dia. E bem ... ele nunca foi um bom pai, tão pouco. Chlóe ficou aos cuidados de Jean Baptiste, o rapaz trabalhava na recepção do hotel na época e tinha sobrinhos pequenos, adorava crianças. Quando pediu Jean Baptiste que cuidasse de Chlóe em alguns momentos e ele começou a demonstrar simpatia por ela, ficou preocupado. Por diversos motivos, a possibilidade de ser um pervertido de algum tipo, que Chlóe se apegasse demais a ele, por negligenciar seu papel de pai. Mas ela era uma menina independente e logo se estabeleceu uma dinâmica harmônica no cotidiano. Sempre que ela queria ou precisasse de algo recorria a ele, sempre que estava sozinha e queria alguma companhia e ele não podia, ela procurava Jean.

E então, mais ou menos seis meses depois, Audrey voltou como se nada tivesse acontecido, como se tivesse ido dormir no dia anterior e depois acordado. Ficou no Le Grand Paris por alguns dias, por conta de algum trabalho em Paris, trouxe presentes para Chlóe, cobrava que obedecesse a ele, perguntava se ela estava fazendo tudo certo, exigia que fosse uma boa menina. Depois de alguns dias, foi embora novamente. Desde então, ela entrava e saída da vida deles periodicamente a cada cinco a oito meses. Até agora tinha sido assim. Se perguntava, por que diabos, agora, isso tinha que mudar!... Audrey chegou e deixou claro que levaria Chlóe embora, se ela aceitasse. E cativou Chlóe com atenção, deu-lhe uma passarela. Sua filha já tinha aceitado ir para Madrid, daí a permanecer lá não seria nada, não para Chlóe. Não havia nada que a prendesse em Paris, tinha certeza que Audrey daria um jeito de levar Sabrina ou Jean para as férias, se fosse necessário. E se ela fosse para as férias ... temia que não voltasse mais. Arrependia-se de não ter dado mais atenção, tempo e dedicação a Chlóe como um pai deveria ter feito. A verdade é que agora, Chlóe não se prendia a ninguém. Passou a mão pela faixa de prefeito presa ao tórax, o preço a pagar por se meter em política foi caro, mas quem ele estava enganando? Nunca teria sido um pai como deveria... E talvez não devesse se deixar levar por essa situação, não dessa forma irracional. Mas a borboleta já havia tocado a faixa de prefeito se mesclando as tramas do tecido, transformando-o em Malediktor

[...]

Melediktor, André Bourgeois mais um akumatizado estranho. Como era Malediktor? Exatamente como André Bourgeois, instantes depois que a borboleta negra pousou em sua faixa ele desceu da cobertura do hotel para ir a prefeitura.

Chegando ao prédio público a primeira coisa que fez foi um pronunciamento público, declarando Ladybug e Chat Noir inimigos de Paris. Informou ao tenente Roger Raincomprix que toda a força policial deveria estar preparada a detê-los.

Porém, Roger estava habituado a ação dos heróis na cidade e aquela decisão parecia equivocada, não apenas para ele, por'me quem poderia desafiar o poder do prefeito? Ladybug e Chat Noir não pertenciam, de fato, a qualquer corporação de segurança, a rigor eram apenas vigilantes. Quando estavam em uma sala reservada, após o pronunciamento tentou argumentar com o prefeito.

Roger: - Sr Bourgeois, talvez devesse reconsiderar, o senhor sabe que ambos são considerados heróis na cidade. Cumprir essa ordem irá trazer problemas para a polícia na cidade.

Malediktor: -Roger, eu comando que você aceite minha decisão. Ladybug e Chat Noir são inimigos público e devem ser detidos por qualquer policial, ou cidadão que possa lhes dar voz de prisão. - Os olhos Melediktor se fixaram em um contato visual direto com os de Roger e no mesmo instante, toda a capacidade de agir de Roger foi tomada por ele. Agora Roger apenas cumpria ordens, estando completamente sob a influência de Malediktor.

[...]

Paris estava tranquila após o pronunciamento, não havia qualquer indício de akuma na cidade por enquanto. Vários alunos começavam a sair do Dupont. Adrien saiu junto com Marinette com o braço em sua cintura, Chlóe estava alguns passos atrás deles com Sabrina, Alya e Nino ainda estavam dentro da escola junto com mais alguns alunos da sala. Quando Adrien e Marinette terminaram de descer a escada na frente do colégio, notaram a limusine do prefeito, pensando que estaria ali apenas para buscar Chlóe. Todos que por ali estavam foram surpreendidos quanto André Bourgeois saiu de dentro do veículo com Audrey a seu lado.

Melediktor: -Chlóe minha princesa! Estamos aqui para buscá-la! Sua mãe decidiu que irá permanecer por mais algum tempo em Paris, não é uma ótima notícia? - Isso foi dito em voz alta ali para que todos escutassem. Chlóe ficou estática. A mãe havia conversado tanto sobre as férias em Madrid. O que teria acontecido?!

Chlóe: -Papai? Isso... O que houve? Eu ... tinha gostado da ideia de ir para Madrid!

Todos os alunos ali olhavam para o prefeito, e não poderiam saber naquele momento que poderia ter algo além da presença do prefeito ali. No mesmo instante, Melediktor se virou para Marinette falando.

Malediktor: -Marinette, não é? -Oh sim, André Bourgeois poderia não demonstrar mas sabia quem eram os outros alunos da sala de Chlóe, inclusive, com quais implicava. Marinette olhou para o prefeito sem suspeitar de nada quando ouviu. - Marinette, eu comando que você adule minha filha Chlóe e diga a ela todas as vantagens de ficar de férias em Paris enquanto vamos em minha limusine para o Le Grand Paris. Depois, poderá servi-la fazendo o que ela lhe pedir.

No mesmo instante Marinette perdeu todo seu discernimento mergulhando na incapacidade de contrariar aquela ordem. Desvencilhou-se do braço de Adrien e se aproximou de Chlóe transpassando o braço ao dela puxando-a para o veículo com delicadeza, começando a destacar os atrativos que uma cidade como Paris poderia ter no verão. Adrien ficou parado sem entender o que havia presenciado. E André virou-se para ele olhando em seu olhos e ia começar a falar quando ele decidiu que ouvir o que ele teria a dizer não era uma boa ideia. Virou as costas e voltou para o interior do colégio tentando imaginar o que poderia fazer com que a Marinette saísse de braço dado com a Chlóe ali, na frente do Dupont!

Endless Miraculous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora