Not Dark Yet

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Ally havia insistido até o último momento que estava bem e que tanto Jennifer quanto Norman não precisavam se preocupar, mas assim que Norman a ajudou a subir para o quarto, ainda com a bebê nos braços, e a acomodou na cama, bastou Ally fechar os olhos por três segundos depois que colocou Izzy nos braços do pai, e estava em sono profundo.

- Norman? - Jennifer estava na soleira da porta, observando. Ele levantou o olhar para ela por um segundo, voltando depois para o bebê em seus braços.

- A Ally finalmente dormiu. Eu estava começando a ficar preocupado.

- Ela é durona. Mas já estava na hora de descansar um pouco. Uma hora o próprio corpo exige que ela pare.

- É...Às vezes acho que só assim para que ela pare um pouco, às vezes. Será que ela vai ser assim também? - Olhava mais uma vez para a bebê.

- Pelo menos a princípio, sim...Norman, antes de eu ir embora, preciso fazer as medições, tudo bem? Queria aproveitar enquanto a Ally descansa.

Ele concordou e ajudou a médica enquanto ela colocava a bebê na balança portátil e em seguida media o comprimento e a circunferência da cabeça da bebê. Em seguida, colocou o dedo na palma pequena e enrugada de Izzy observando enquanto os dedinhos dela seguravam.

-Reflexos, visão, audição, tudo está dentro do esperado. Por enquanto, até aproximadamente os três meses ela ainda será um pouquinho míope, à medida que o tempo passar a visão dela vai melhorando. Mas aí é com o acompanhamento de um pediatra, caso tenha algum problema. A princípio, ela é perfeita.

Norman estava roendo o canto da unha do polegar.

- Ela é mesmo, não? Minha nossa...eu não imaginava que...

Jennifer olhava para ele, ouvindo atentamente.

- Nah...bobagem...só estou...sei lá...eu não sei muito bem ainda onde eu estou, sabe? Essa experiência toda...é surreal demais. Quer dizer, eu não...foi tão...não sei...

- Intenso?

- Isso...foi intenso demais...eu sabia que eu teria que estar ali, que ia participar, mas...

- É como se fosse outra versão de você que estava ali. É, eu sei...para muitos pais é novidade isso, eles não esperam que seja tudo isso, mas é...

- É...acho que é isso mesmo.

- E não para por aqui. Lembre-se disso: toda vez que as coisas parecerem difíceis, toda noite em claro...lembre-se que você estava ali, e que era só o começo de tudo.

Ele começou a estalar os dedos e esfregar a mão no cotovelo, como sempre fazia quando estava nervoso.

- Eu não...não estou preocupado com isso. Desde o começo, na verdade...Foram esses meses todos pensando nisso, nas noites em claro, nas fraldas para trocar, nas cólicas...É. Acho que eu sempre quis ter isso tudo de novo.

Jennifer olhava para a bebê. Enrolou-a de novo na manta e a colocou nos braços de Norman.

- Eu preciso admitir que estava orgulhosa de vocês ali. Na última consulta eu estava preocupada com a forma que vocês dois estavam agindo um com o outro, que talvez..Mas foi bobagem minha, acho. Vocês dois...três, aliás, se contarmos com o Ian, que estava ali junto também...vocês trabalharam juntos nessa, e se saíram muito bem. Fiquei orgulhosa de vocês.

- É....obrigado. E obrigado também por você ter feito esse parto, sabe?

- Eu? Eu não fiz parto nenhum, Norman. Foi ela. E quem ajudou foi você. Eu fiz muito pouco nessa, apenas estava aqui caso precisassem. Mas o mérito aqui é totalmente de vocês dois. Bem, agora eu preciso ir. Tem algumas orientações e a Ally também tem meu telefone direto se precisar de alguma coisa. Tudo bem?

- Tudo bem. De qualquer forma, acho que ela sabe o que fazer...

- Também acho, mas mesmo assim, não é bom deixá-la sem nenhum apoio. Até a mais experiente de todas as mães, sempre precisa de alguma ajuda. Fiquem juntos, ok?

- Ok, doutora. Pode deixar.

- E fique aí, cuide da bebê. Eu mesma saio.

Norman acenou com a cabeça. Jennifer saiu pelo corredor e desceu as escadas. Olhou para trás e Ally ainda estava adormecida, assim como Ian que se aninhava ao lado dela enrolado com Eye ao seu lado.

Em seus braços, Izzy estava com os olhinhos vesgos fixos no pai.

- Hey...acho que já nos vimos, mas ainda não fomos apresentados, não é? Bem...por onde eu vou começar? Eu sou o seu papai, Norman. Lembra de um cara que não parava de falar enquanto você estava lá dentro? Era eu. Talvez a minha voz pareça estranha agora que você não está mais nadando naquele monte de líquido, mas...sou eu mesmo. Agora você tem um rosto para associar com a voz.

A boquinha da bebê se esticou em um reflexo que parecia um sorriso. Apesar de Norman saber que ainda era muito pequena e muito novata no mundo exterior para sorrir, ele optou por entender como um sorriso genuíno e sorriu de volta.

- Por enquanto, creio que você irá morar mais um tempo com a sua mãe, mais do que comigo. Mas sempre vou estar perto, afinal, alguém precisa ajudar vocês duas. E tem o seu irmão, Ian, e seu outro irmão, Mingus. Ele já deveria ter chegado, mas...aparentemente se atrasou. Mas não se preocupe, ele é um cara legal, você tem dois irmãos mais velhos e os dois são os melhores irmãos que você poderia ter.

Os olhinhos continuavam fixos.

- Como assim, você ainda não me reconheceu? Foi ainda ontem que eu estive conversando com você, lembra? Ora não pode ser...era eu mesmo, sério. Bem...quando você estiver maior, este vai ser o seu quarto. Mas tem bastante tempo até você passar a dormir aqui. Enquanto isso, podemos...ah...eu vou encostar na poltrona um pouco, minhas costas estão me matando. Você me faz companhia, Izzy? Boa garota...dormimos praticamente o resto do dia. Não escureceu ainda, mas falta pouco.

Problemática- (Sometimes) Bad Can Do You Some Good.Onde histórias criam vida. Descubra agora