(Nota: eu sou fã alucicrazy de Alice Cooper MESMO, mas esse link eu deixei não só por causa da música, mas porque a Nita Strauss é uma guitarrista FODA que humilha e janta muito guitarrista-macho por aí!)
Quando a última música acabou, uma onda sonora de aplausos chamando a banda de volta Ally já estava completamente bêbada, apesar da euforia do show ser o principal responsável pelo êxtase.
— Crianças, isso aqui é para vocês. — Greg entregou dois crachás de plástico de acesso aos camarins.
— Onde você arranjou isso? — Norman perguntou, com a voz já saindo meio embolada.
— Eu não arranjei nada; mandaram entregar.
— Ora, ora, acho que o meu ídolo é seu fã... — Ally brincou.
A gritaria que vinha da pista abaixo e dos outros camarotes aumentou. A banda voltava para um "bis". Ally por um momento se voltou para a palco, mas Norman a puxou para si.
— Não me puxa assim, eu tô completamente grogue...
— Você não bebeu tanto assim...
— Não para o meu antigo "eu". Mas depois de tanto tempo...tá me fazendo estrago...
"When I get home from work,
I want to wrap myself around you.
I want to take you and squeeze you
Till the passion starts to rise.
I want to take you to heaven.
That would make my day complete.
But you and me ain't no movie stars.
What we are is what we are.
We share a bed,
Some lovin',
And TV..."
Por um momento Ally desconfiou que houvesse algo combinado. Não algo do tipo "toca a música favorita dela", até mesmo porque Ally não tinha uma favorita. Mas algo sugeria que o cara que estava lá embaixo, com a maquiagem na cara e o microfone na mão estava bem ciente do que acontecia ali em cima.
Bem, ele havia jogado o cetro para Norman, e ele não era nenhum desconhecido. Fazia sentido. Demais, mas fazia algum sentido, não era impossível. Independente do que fosse, era uma sensação boa, Norman estava atrás dela, os braços em volta de sua cintura, os dedos entrelaçados em sua barriga e ela sentia a cabeça girando como se tivesse acabado de descer de uma montanha-russa e se apoiava no corpo dele com medo de tropeçar até mesmo parada. Ele a embalava com o ritmo lento.
"And that's enough for a workin' man.
What I am is what I am.
And I tell you, babe,
Well that's enough for me."
"Isso basta para um trabalhador.
Eu sou o que eu sou
E te digo, baby,
Só isso basta pra mim".
— Ah, tá, só na música mesmo... — Ally zombou enquanto ele tentava cantarolar.
— Eu só queria mostrar que também sei as letras, bobona...
— Sei, sei...
Soltou a mão dele, que ainda estava com os dedos entrelaçados. Sem desviar o olhar do palco estendeu discretamente o braço para trás, tateando com os dedos até o zíper das calças dele. Aí sim, virou um pouco a cabeça para o lado, sem olhar para ele, mais como se estivesse tentando escutá-lo enquanto sua mão massageava delicadamente em concha o pau e o saco por cima da calça. — O que você tá fazendo, Shoo?
— O que você acha?
— Acho que você bebeu demais e esqueceu que já fizemos isso, essa mesma noite...lembra?
— Claro que eu lembro...só não me lembro de estar satisfeita...
Retrucou com um risinho sacana, olhando nos olhos dele como uma menina diabólica enquanto suas mãos entravam debaixo de sua camisa, acariciando sua barriga e subindo para o peito. A pele dele se arrepiou e de novo a olhava com aquele olhar um tanto conquistado e outro tanto surpreso, o queixo levemente caído. "O meu olhar favorito" pensou satisfeita por um segundo. Já o conhecia o suficiente, sabia que era fácil conseguir o que queria dele quando ele estava assim. Se estendeu mais um pouco na ponta dos pés e beijou-o, seus lábios tocando suavemente os dele, sentia o gosto forte de álcool em sua língua enquanto suas mãos arranhavam vagarosamente as costas dele por cima da camiseta. Ele segurava seu rosto com as duas mãos e ao sentir as unhas de Ally arranhando sua pele, afastou-se um momento.
— Acho que eu preciso ir ao banheiro...muita cerveja.
Ela ainda segurava a mão dele quando começou a andar, mas ele estava parado como uma estátua de gelo que derretia aos poucos. Olhou para trás com um sorriso cruel.
— Você sabe onde fica o banheiro aqui, ou eu vou sozinha?
— Como assim, vai sozinha?
Ela se aproximou como um gato, sussurrando em seu ouvido
— Você vai comigo, ou... eu resolvo isso tudo... sozinha?
Ele parecia ter sido acordado de um episódio de sonambulismo, dando dois passos acelerados à sua frente, puxou sua mão em direção a um corredor escuro atrás da entrada do camarote. Haviam dois seguranças enormes, mas ele mal mostrou os dois crachás de plástico e eles abriram espaço para passarem.
— Aqui é melhor que o banheiro VIP...
— Onde estamos?
— Os camarins ficam ali na frente, deve ser por aqui.
"Em procurar banheiro eu tenho longa experiência, babe" Ally pensou enquanto olhava ao redor junto dele. Ally olhou para o outro lado, depois para o outro e notou duas portas iguais bem maiores que as outras que havia visto na área. Era para ter acesso a aqueles portões que serviam aqueles crachás. No outro lado, uma porta única, igualmente vermelha e entalhada, mas com a placa, o sinal que Ally se perguntou por um átimo se seria afinal o sinal universal de banheiros.
"One down, one to go
Just another bullet in the chamber
Sometimes love's a loaded gun
Red lights, stop and go
Whatcha gonna do when you play with danger
Sometimes love's a loaded gun
And it shoots to kill
Pull the trigger"
(Um caído, falta só mais um
Só mais uma bala na agulha
Às vezes o amor é uma arma carregada
Luz vermelha, pare e siga
O que você faz para brincar com o perigo
Às vezes o amor é uma arma carregada
E ela atira para matar
Puxe o gatilho"
Ally o puxou pela mão para dentro do banheiro assim que viu a porta com a placa certa. Não era como o banheiro do lado "normal". Este tinha piso de azulejos escuros como ônix e o mesmo nas paredes. Ao invés de uma pia larga de porcelanato comum, uma única pia em mármore esverdeado e torneiras em metal vitoriano. A própria cuba da pia parecia uma bacia de prata entalhada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Problemática- (Sometimes) Bad Can Do You Some Good.
ChickLitForam dois anos de esforços, tentado sustentar a relação e finalmente conquistar a confiança de Ally. Mas será que esses esforços bastavam? Com a relação evoluindo ao passo que a carreira de Norman avança, más decisões farão mal a todos. Mas será me...