Iza e Jeffrey começavam a repensar. Não haviam falado sobre filhos mais que uma vez, em pleno acordo que não era hora, afinal, Gus ainda era pequeno e Iza ainda estava atarefada demais, principalmente por ser o último ano da residência geral. Em breve começaria a residência na especialização. O contato constante com crianças na pediatria do Hospital Geral a ajudara a escolher pela Pediatria, ainda mais com dois "afilhados" de coração e o enteado. Mas deixaria para contar o quanto andava repensando a questão de ter filhos ou não para mais tarde; Ally tentava seguir o dia, mas estava tão silenciosa e distraída que Iza logo concluiu que era melhor que a amiga descansasse um pouco da viagem e ela assumiria as rédeas com as crianças.
E por mais que Ally insistisse que estava bem, não demorou muito para que se recostasse no sofá. Quando Iza foi ver como ela estava, encontrou-a em sono profundo, e assim ela continuou, imóvel como uma estátua até a manhã do dia seguinte.
Quando a Izzy deu o primeiro choro da manhã, embora Ally estivesse no térreo da casa, se levantou como em piloto automático, seguindo o som do choro enquanto custava a reconhecer as paredes que não eram de sua casa.
— Finalmente... — Iza cochichou quando viu a amiga no quarto com a bebê no colo. — Fomos dormir pensando que se você não acordasse hoje, teria que dar uma injeção ou coisa do tipo.
— Não tinha dormido nada na noite antes do vôo. — Ally respondeu, ainda com os olhos pesados. — Dormi tão pesado que mal conseguia me lembrar de onde eu estava.
— Imaginei...o que está acontecendo? Nunca vi você assim...
— Muitas coisas, mas nada ao mesmo tempo. Acho que foi tudo muito...intenso. Lá em casa. Não esperava que tanta coisa fosse mudar em apenas alguns dias, sabe? E aí na manhã seguinte, no primeiro sinal que agora as coisas estão funcionando como deviam...ele ficou lá e eu vim embora.
— Mas é um pouco exagerado isso, você não acha? São só alguns dias...além do mais, já foi bem mais difícil...Não consigo imaginar o Jeffrey indo viajar a trabalho metade do ano todo ano.
— Eu sei! — ela cobriu o rosto com as duas mãos. — Eu sei, eu pensei em tudo isso, mas fica uma sensação ruim, como se ele nunca mais fosse voltar. É muito estranho...
— Acho que vocês se apegaram, depois de tudo que aconteceu...Quer dizer, eu só sei uma parte do que você precisava abrir com o seu pai...
— Deve ter sido isso mesmo...E na verdade...é horrível dizer isso, mas eu nunca confiei totalmente no Norman, não cem por cento até esse dia. Só não queria, nenhum motivo, só não queria que ele soubesse...
— E é isso que fez tudo ficar tão estranho agora?
— Acho que sim...mas não só isso...Não vamos falar nisso agora?
— Eu não sei nem do que você está falando, mas você que sabe...se não está se sentindo à vontade, como posso forçar? Vamos fazer melhor que isso, vamos descer, eu vou buscar o Ian e vamos tomar café. Depois a gente dá uma volta na fazenda, o Ian adorou ver os patinhos que nasceram.
Estavam perto do lago um pouco mais tarde. Izzy estava começando a arriscar as primeiras engatinhadas, ironicamente acompanhada de um dos gatinhos da fazenda que miava e esfregava a lateral do corpo e do rosto quando ela tentava ir para muito longe de onde estavam.
O sol da manhã cada vez mais alto no céu não parecia esquentar o ar como Ally sentia falta, mas mesmo assim, a brisa era mais fresca do que fria, mesmo que o Ian insistisse em enfiar as mãozinhas na bacia de água onde os patinhos brincavam.
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Problemática- (Sometimes) Bad Can Do You Some Good.
ChickLitForam dois anos de esforços, tentado sustentar a relação e finalmente conquistar a confiança de Ally. Mas será que esses esforços bastavam? Com a relação evoluindo ao passo que a carreira de Norman avança, más decisões farão mal a todos. Mas será me...