2.2 - UMA BRISA

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Era muito estranho, mas era o combinado: 30 dias de férias, nos quais Ally estaria em São Paulo na primeira semana para trabalhar na peça com Marco e algumas reuniões. Enquanto isso, Norman estaria em Nashville, San Diego e depois em Los Angeles para as Cons e divulgações. O plano seria ele vir uma semana para São Paulo e depois todos voltariam juntos (E essa parte do plano era dele, nunca teve problemas em admitir que gostava de lá, mesmo que não tivesse a mesma liberdade de se locomover como Ally). O final das férias passariam em Costa Rica (que também era outro plano que Norman não abriria mão, já era uma espécie de 'paraíso particular' há tempos).

Tudo estava calmo naquela época, apesar da ansiedade crescente de Ally. Era a véspera da partida, o dia todo Ally esteve entre passaportes, telefonemas, confirmações, enquanto Norman esteve todos os dias anteriores um pouco no lugar dela. Atendia telefonemas e falava com a produtora, negociava contatos, tudo com o telefone entre o ombro e a orelha enquanto limpava a boca da bebê cujos dentinhos estavam causando uma salivação forte, trocava uma fralda ou descascava alguma fruta. No final do dia, quando tudo estava finalmente no lugar, todos dormiam e Ally estava mais uma vez sentada no balanço do quintal. Assim que Izzy e Ian dormiram, Norman deu uma espiada pela janela, apenas para garantir que ela ainda estava lá. Desceu, pegou dois copos vazios que serviu com duas doses generosas de bourbon. Seguiu como um herói resgatando o que restava da sanidade mental da esposa exausta, com os dois copos nas mãos e um maço de cigarros novo no bolso da camisa.

— Achei que você precisava de uma ajudinha pra relaxar hoje...

Ally pegou o copo com um sorriso enorme no rosto que não deixava dúvidas que era mesmo exatamente o que precisava. Ele a beijou e depois deu um beijo suave em sua testa enquanto ela encostava a cabeça em seu abdome.

— Muito cansada? — perguntou enquanto se sentava ao seu lado no chão.

— Muito mesmo...e ansiosa, né... e você?

— Acho que a mesma coisa. Não tem um músculo no corpo que não esteja doendo agora.

— Foi difícil ficar no meu lugar, né?

— Foi pesado...acho que era melhor caçando zumbi ou sendo assassinado...Você tá rindo mas é sério...

— Eu sei que é pesado, você acha que não? Infelizmente com o tempo a gente não acostuma, só vai ficando mais difícil de novas formas...

— Falando em dificuldade...Está tudo certo para amanhã?

— Tudo certo. Passagens, passaporte, visto, carro, tudo feito. Você vai encontrar a gente depois, não?

— Semana que vem. Prometo. 

Problemática- (Sometimes) Bad Can Do You Some Good.Onde histórias criam vida. Descubra agora