Problemática- (Sometimes) Bad Can Do You Some Good.

"Quer saber? Deixa Pra Lá!"

Na manhã seguinte, a luz invadia todo o quarto quando Ally acordou. Norman estava deitado ao seu lado, em uma posição visivelmente desconfortável, sua cabeça afundava em uma curva descendo para atrás do travesseiro, os dois braços cruzados e as pernas esticadas. As dores nas costas e pescoço que ele sentiria se continuasse assim...

- Shoo...acorda...você está todo torto.

Ele resmungou um pouco, com um esforço para abrir os olhos.

- O que aconteceu?

- Nada, está tudo bem...mas você está todo torto, Shoo...

- Hmm... - ele resmungou passando um braço por cima do peito de Ally. - Talvez se você me ajudar a acordar...

Os olhos dele abriram um pouco mais, o azul nítido com a luz da manhã. Ally o beijou, segurando sua mão.

- Hm. Poderíamos mesmo continuar o que ficou incompleto noite passada, não?

- Incompleto?

- Eu ainda não estava satisfeita.

Norman levantou um pouco, se apoiando no outro braço dobrado, ficando por cima de metade do corpo de Ally, evitando a barriga.

- Acho que posso dar um jeito ainda...se não acordarmos a nossa inquilina favorita, claro...

Beijou-a, respirando fundo pelo nariz e um gemido suave escapava de sua garganta. Ally o deixou beijar seu pescoço e colo, já ansiando em começar de novo, quando sentiu novamente aquelas bolhas. Norman levantou o rosto, olhando para ela com os olhos tão arregalados quanto de Ally. Ele também havia percebido.

- Essa menina não dorme, não?

Ally começou a rir.

- Vamos tentar mais devagar dessa vez, quem sabe...

Norman começou a beijá-la mais uma vez. Ally segurava seu rosto enquanto se beijavam, a mão segurando a nuca dele, quando de novo, pequenas ondulaçõezinhas podiam ser vistas pela pele.

- Tem certeza? - Norman perguntou já com um sorriso que só dizia "não posso acreditar que isso está acontecendo!"

- Acho que ainda tenho alguma...vamos tentar mais devagar ainda.

Mas de repente as ondulações eram tão fortes que de fato podiam ver até mesmo o contorno dos pezinhos no alto da barriga.

- Quer saber? Deixa pra lá.

- Também acho melhor, esquece!

- Você venceu, garotinha, eu e o papai vamos só ficar olhando você, ok? Pode parar de chutar a minha cost...ai! Ei! Eu disse que você venceu!

Norman começou a rir.

- O que foi?

- Acabou de me ocorrer...todo mundo já chutou uma mulher grávida pelo menos uma vez.

Ally apertou o olhar para ele.

- Você só acha graça porque não é com você...olha isso!

Puxou a mão de Norman para mais perto da cintura, e ele pôde sentir como se fosse um calombo que deslizava debaixo da pele de Ally.

- Deve estar muito desconfortável já...pobrezinha.

- Eu acho que está bem perto já.

- Você acha? Por quê? Está sentindo alguma coisa, alguma dor?

- Não, não, nenhuma dor...mas não sei...algo me diz que está bem perto agora.

Os olhares se cruzaram com uma sombra de medo.

- Talvez seja melhor já ligar para a médica. E deixar tudo pronto.

- Temos que deixar o Ian pronto também. E o Mingus.

- Como assim, você acha que temos quanto tempo ainda?

- Não sei, Norman...foi só uma impressão. Pode ser agora, pode ser daqui a duas semanas, três. Talvez seja só a minha ansiedade falando alto, também, não sei. Agora mais certeza eu só tenho de uma coisa...

- O que? - Norman perguntou já sentindo uma onda de pânico crescendo bem onde o prazer havia crescido na noite anterior. Os pêlos na nuca e da coluna se arrepiaram tanto que sentia como se tivesse espinhos nas costas.

- Tenho certeza que se eu não comer alguma coisa e logo, vou comer esse travesseiro, ou umas páginas de um livro.

- Não sai daí, então...eu já volto!

- Nada de café, Elvis... - ela disse enquanto ele passava pela porta ajeitando a camisa.

- Eu não sei fazer o seu café de qualquer jeito, Priscilla...esqueceu?