— Isso parece maravilhoso.
— Vamos ver se acontece, — ela disse, sentando de novo. — É só um sonho por enquanto.
— Presumo que você goste de cavalos também?
— Toda garota gosta de cavalos. Você não sabia disso? Mas sim, eu gosto. Tenho um Arabian(raça de cavalo) chamado Midas, e às vezes me mata que eu esteja aqui quando eu poderia estar montando ele.
— A verdade vem à tona.
— Como deveria. Mas ainda planejo ficar aqui. Vou montar o dia todo, todos os dias quando voltar. Você monta?
— Montei uma vez.
— Você gostou?
— Estava dolorida no dia seguinte. Andar doía.
Ela gargalhou e eu me dei conta que gostava de conversar com ela. Era fácil e natural, diferente de tantas pessoas. Acima de mim, eu podia ver o cinturão de Órion; logo além do horizonte na água, Vênus tinha aparecido e brilhava em um branco pesado. Garotos e garotas continuavam a correr escada acima e abaixo, paquerando com a coragem proporcionada pela bebida. Eu suspirei.
— Eu acho devo ir andando pra ficar com minha mãe um pouco. Ela provavelmente está se perguntando onde eu estou. Isso se ela ainda estiver acordada.
— Você quer ligar pra ela? Pode usar o telefone.
— Não, acho que vou indo. É uma longa caminhada.
— Você não tem carro?
— Não. Peguei uma carona de manhã.
— Quer que Mary te leve em casa? Tenho certeza que ela não se importaria.
— Não, tudo bem.
— Não seja ridícula. Você disse que era uma longa caminhada, certo? Vou pedir a Mariana para te levar. Vou chamá-la.
Ela correu antes que eu pudesse impedi-la, e um minuto depois Mariana a seguia para fora da casa.
— Mari fica feliz em te levar, — ela disse, parecendo muito contente consigo mesma.
Eu me virei para Mari. — Tem certeza?
— Nenhum problema, — ela me assegurou. — Minha caminhonete está lá na frente. Você pode colocar sua prancha atrás. — Ela indicou a prancha com a mão. — Precisa de ajuda?
— Não, — eu disse, me levantando, — pode deixar. — Eu fui até a cadeira e vesti a camisa, depois peguei a prancha. — Obrigada, a propósito.
— O prazer é meu, — ela disse. Bateu nos bolsos. — Volto em um segundo com as chaves. É a caminhonete verde estacionada na grama. Te encontro lá na frente.
Quando ela se foi, eu me virei para Giana. — Foi bom te conhecer.
Ela sustentou meu olhar. — Você também. Nunca tinha conversado com um "soldado" antes. Me senti meio que... Protegida. Não acho que Luis me dará nenhum problema esta noite. Suas tatuagens provavelmente o assustaram.
Achei que ela não tinha notado. — Talvez te veja por aí.
— Você sabe onde eu estarei.
Eu não tinha certeza se isso significava que ela queria que eu viesse visita lá de novo ou não. De muitas formas, ela permanecia um completo mistério para mim.
Então novamente, eu mal a conhecia.
— Mas estou um pouco desapontada que você esqueceu, — ela adicionou, quase como um segundo pensamento.
— Esqueci o que?
— Você não disse que ia me ensinar a surfar?
— Eu vou... Tenho que ir agora até outro dia.
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16+1 sim por que não sou obrigada...