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Em junho, me deram licença e eu fui para casa imediatamente, voando de Frankfurt à Nova York, e depois para Raleigh. Era uma noite de sexta e Giana havia prometido que me pegaria no aeroporto antes de me levar para Lenoir para conhecer seus pais. Ela me lançou essa surpresinha um dia antes do meu vôo. Veja, eu não tinha nada contra conhecer seus pais. Tinha certeza que eles eram pessoas maravilhosas e tudo, mas se fosse por mim, preferiria ter Giana toda para mim pelo menos pelos primeiros dias. É meio que difícil compensar o tempo perdido com pais por perto.

Mesmo que nós não fôssemos além e conhecendo Giana, eu tinha certeza que nós não iríamos, embora eu mantivesse meus dedos cruzados como os pais dela me tratariam se eu ficasse com a filha deles até altas horas, mesmo que tudo o que fizéssemos fosse nos deitar embaixo das estrelas? Certamente ela era uma adulta, mas pais eram engraçados quando se tratava de seus próprios filhos, e eu não tinha ilusões de que eles seriam compreensivos sobre a coisa toda. Ela sempre seria a garotinha deles, se você entende o que quero dizer.

Mas Giana tinha uma razão quando me explicou. Eu tinha dois finais de semana livres e se eu planejava ver minha mãe no segundo fim de semana, eu tinha que ver os dela no primeiro fim de semana. Além disso, ela estava tão animada com isso que tudo o que eu pude dizer foi que estava ansiosa para conhecê-los. Ainda assim, me perguntei se eu seria capaz de até mesmo segurar sua mão, e especulei se poderia convencê-la a fazer um pequeno desvio no caminho até Lenoir.

Assim que o avião pousou, minha expectativa cresceu e pude sentir meu coração estrondando. Mas eu não sabia como agir. Eu deveria correr para ela assim que a visse ou andar casualmente, calma e sob controle? Eu ainda não tinha certeza, mas antes que eu pudesse insistir nisso, estava na esteira, subindo o corredor. Lancei minha bolsa sobre os ombros enquanto saía na rampa que dava acesso ao terminal. Eu não a vi a princípio muitas pessoas circulando. Quando escaniei a área uma segunda vez, a vi à esquerda e me dei conta instantaneamente que todas as minhas preocupações eram sem sentido, ela me viu e veio correndo mal tive tempo de soltar minha bolsa sacola antes que ela pulasse nos meus braços, e o beijo que se seguiu foi como nosso próprio reino mágico, completo com sua língua e geografia especiais, mitos fabulosos e maravilhas pelos tempos. E quando ela se afastou e murmurou, — Senti tanto a sua falta, — eu senti como se tivesse sido colada novamente depois de passar um ano cortada em dois.

Não sei quanto tempo ficamos em pé abraçadas, mas quando finalmente começamos a nos mover em direção a esteira de bagagens, deslizei minha mão dentro da dela sabendo que a amava não apenas mais do que a última vez que a tinha visto, mas mais do que eu algum dia poderia amar alguém.

No caminho falamos facilmente, mas fizemos um pequeno desvio. Depois de parar no acostamento, nos agarramos como adolescentes. Foi ótimo e algumas horas depois, chegamos a casa dela. Seus pais estavam esperando na varanda de uma elegante casa Vitoriana. Me surpreendendo, a mãe dela me abraçou assim que eu cheguei perto, depois me ofereceu uma cerveja. Recusei, principalmente porquê sabia que seria a única bebendo, mas gostei do esforço. A mãe de Giana, Deise, era muito parecida com Giana amigável, aberta e muito mais esperta do que parecia. O pai dela era exatamente o mesmo e me diverti os visitando. Não doeu que Giana tenha segurado minha mão todo o tempo e parecia completamente à vontade.

No fim da noite, fomos caminhar à luz da lua. Quando voltamos à casa, parecia quase como se nunca tivéssemos nos separado.

Não preciso nem dizer que dormi no quarto de hóspedes. Não esperava que fosse de outra forma, e o quarto era muito melhor que a maioria dos lugares que eu havia ficado com mobília clássica e um colchão confortável. O ar estava abafado, porém eu abri a janela, esperando que o ar da montanha trouxesse um frescor. Tinha sido um longo dia eu ainda estava com o horário da Alemanha e peguei no sono imediatamente, só pra acordar uma hora depois quando ouvi minha porta abrir rangendo. Giana, vestindo confortáveis pijamas de cotton e meias, fechou a porta atrás de si e andou em direção a cama, na ponta dos pés.

Ela colocou um dedo na frente dos lábios pra me manter calada. — Meus pais me matariam se soubessem que eu estou fazendo isso, — ela murmurou. Se arrastou para a cama ao meu lado e ajeitou as cobertas, as puxando até o pescoço como se estivesse acampando no ártico. Coloquei meus braços ao redor dela, amando a sensação do seu corpo contra o meu.

Nos beijamos e rimos por quase toda a noite, então ela se esgueirou de volta ao seu quarto. Adormeci novamente, provavelmente antes que ela alcançasse seu quarto e acordei com a visão da luz do sol jorrando da janela. O cheiro do café da manhã entrando no quarto e eu vesti rapidamente uma camisa e uma calça jeans e desci até a cozinha. Giana estava na mesa, falando com sua mãe enquanto seu pai lia o jornal e eu senti o peso da presença deles quando entrei.

Me sentei na mesa, e a mãe de Giana me serviu uma xícara de café antes de colocar um prato de ovos com bacon na minha frente. Giana, que estava sentada à minha frente já tomada banho e vestida, estava muito feliz e impossivelmente bonita na luz macia da manhã.

— Dormiu bem? — ela perguntou, seus olhando brilhando travessos. Eu assenti.

— Na verdade, eu tive o sonho mais maravilhoso, — eu disse.

— Oh? — a mãe dela perguntou. — Sobre o que foi?



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Estou voltando aos poucos acalma o coração....

QUERIDA LARY (gilary)Onde histórias criam vida. Descubra agora