Senti minha garganta apertada, mas não disse nada. Depois de um tempo; ela continuou. — Hoje eu me dei conta de que estava te machucando durante esse processo. Que não era justo com você, mas ao mesmo tempo, estou tentando ser justa comigo também. Em uma semana você irá embora novamente e sou eu que vou ter que descobrir como funcionar depois de tudo. Algumas pessoas podem fazer isso. Você pode fazer isso. Mas pra mim...
Ela encarou suas mãos, e por um longo tempo tudo estava quieto.
— Não sei o que dizer, — eu finalmente admiti.
Sem querer, ela riu.
— Eu não quero uma resposta, — ela disse, — porque eu não acho que exista uma. Mas eu sei que não quero te machucar. È tudo o que eu sei. Só espero que eu consiga achar um modo de ficar mais forte esse verão.
— Podemos sempre malhar juntas, — eu brinquei sem entusiasmo e fui gratificada ao ouvir o som da sua risada.
— É, isso vai funcionar. Dez abdominais e eu estarei boa como nova, certo? Queria que fosse tão fácil. Mas eu vou conseguir. Pode não ser fácil, mas pelo menos não vai ser um ano todo dessa vez. Foi isso que eu continuei me lembrando hoje. Que você vai estar de volta para o Natal. Mais alguns meses e tudo isso estará acabado.
Abracei ela, sentindo o calor do corpo dela contra o meu. Podia sentir seus dedos por cima do fino tecido da minha camisa e senti ela a puxar gentilmente, expondo a pele do meu abdome. A sensação foi elétrica. Saboreei seu toque e me inclinei para beijá-la.
Havia um tipo diferente de paixão em seu beijo, algo vibrante e vivo. Senti sua língua contra a minha, consciente da forma que o corpo dela estava respondendo e respirei fundo enquanto seus dedos deslizavam em direção ao fecho do meu jeans.
Quando escorreguei minhas mãos mais devagar, me dei conta de que ela estava nua por debaixo da camisa. Ela abriu o fecho e embora eu não quisesse nada mais que continuar, me forcei a retroceder, a me parar antes que isso fosse longe demais, para prevenir alguma coisa que eu ainda não estava certa que ela estava pronta.
Senti minha própria hesitação, mas antes que eu pudesse insistir nela, ela abruptamente se sentou e tirou sua camisa. Minha respiração ficou mais forte enquanto eu a encarava, e tudo de uma vez, ela se inclinou pra frente e levantou minha camisa.
Beijou meu umbigo e minhas costelas, depois meu peito e eu pude sentir suas mãos começando a abaixar meus jeans.
Me levantei da cama e tirei minha camisa, depois deixei os jeans caírem no chão. Beijei seu pescoço e ombros e senti o calor do seu hálito na minha orelha. A sensação de sua pele sobre a minha foi como fogo, e começamos a fazer amor. (Sem hot, não esperem que nessa não vai ter)
Foi tudo que eu sonhei que seria, e quando acabamos, coloquei meus braços ao redor de Giana, tentando gravar a memória de cada sensação. No escuro, murmurei o quanto a amava.
Fizemos amor uma segunda vez e quando Giana finalmente adormeceu, me peguei encarando-a. Tudo nela era refinadamente em paz, mas por alguma razão, não pude evitar uma persistente sensação de temor. Tão carinhoso e excitante como tinha sido, eu não podia evitar me perguntar se havia tido um traço de desespero em nossas ações, como se estivéssemos nos agarrando a esperança de que isso sustentaria nossa relação por qualquer coisa que o futuro trouxesse.
Nosso tempo restante na minha licença foi como eu tinha originalmente esperado. Tirando o fim de semana com minha mãe no qual ela cozinhou pra nós e falou sem descanso sobre moedas ficávamos sozinhas o máximo possível. De volta a Chapel Hill, quando Giana terminava suas aulas do dia, nossas tardes e noites eram passadas juntas. Caminhamos pelas lojas da rua Franklin, fomos ao Museu de História da Carolina do Norte em Raleigh e até passamos algumas horas no zoológico da Carolina do Norte. Na minha antepenúltima noite na cidade, fomos jantar no restaurante chique que o vendedor de sapatos havia me falado. Ela não me deixou espiar enquanto ela estava se arrumando, mas quando ela finalmente surgiu do banheiro, estava positivamente glamorosa. Fiquei encarando ela, pensando no quanto eu era sortuda de estar com ela.
Não fizemos amor de novo. Depois da nossa noite juntas, acordei na manhã seguinte para encontrar Giana me estudando, as lágrimas rolando por suas bochechas. Antes que eu pudesse perguntar o que havia de errado, ela colocou um dedo nos meus lábios e balançou a cabeça, me pedindo pra não falar. — Noite passada foi maravilhoso, — ela disse, — mas não quero falar sobre isso. — Ao invés disso, ela se enroscou ao meu redor e eu a segurei por um longo momento, escutando o som da sua respiração. Eu sabia então que algo havia mudado entre nós, mas naquele ponto, eu não tive a coragem de descobrir o que.
Na manhã em que parti, Giana me levou até o aeroporto. Sentamos no portão juntas, esperando pela chamada do vôo, seu polegar descrevendo pequenos círculos nas costas da minha mão. Quando chegou a hora de eu embarcar, ela caiu em meus braços e começou a chorar. Quando viu minha expressão, ela forçou uma risada, mas eu podia ouvir o pesar nela.
— Sei que prometi, — ela disse, — mas não posso evitar.
— Vai ficar tudo bem, — eu disse. — São apenas seis meses. Com tudo que está acontecendo na sua vida, você vai se espantar com o quão rápido vai passar.
— É fácil falar, — ela disse, fungando. — Mas você está certa. Eu vou ser mais forte dessa vez. Vou ficar bem.
Examinei seu rosto procurando sinais de negação mas não achei nenhum. —Sério, — ela disse. — Eu vou ficar bem.
Assenti e por um longo momento nós simplesmente nos encaramos.
— Você vai lembrar-se de olhar a lua cheia? — ela perguntou.
— Todas às vezes, — prometi.--------------------------------------
OPAAAAN sentiram sdds???