Quando se trata de sacrifícios pelos que ela ama, nunca foi um desafio. Moon prometeu a si mesma que aguentaria tudo pela família e pelo seu povo, mas ela sabia que lá no fundo era medo. Apenas medo de perder a única pessoa capaz de lhe dar asas par...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Tem certeza que quer ir agora? Você parece exausta.
Azriel pergunta me observando, encostado na parede, trocar as botas e preender meus cabelos no alto, mas está complicado fazer isso com os pulsos doloridos. Ele se refere aos hematomas que viu mais cedo quando cheguei do acampamento. Digamos que treinei demais.
— Az pode me ajudar aqui? — Pergunto.
Ele vem até mim em silêncio e segura uma mecha do meu cabelo que entreguei pra ele. Aproveito a facilidade agora para colocar um grampo atrás da cabeça e deixar meu cabelo num coque despojado com algumas mechas negras soltas.
— Exausta? — Dou uma risada descartando suas palavras. — Eu não, mas, se você estiver eu não me importo de ir sozinha. Aquela besta não me assusta.
— Nunca que eu deixaria você ir sozinha ali, principalmente com ele.
Sua voz sai com a rouquidão de sempre. É como se ele sempre tivesse acabado de acordar, não consigo me lembrar se sua voz era assim desde a infância ou de quando ela ficou assim.
— Os ossos, Az? Onde estão? — Pergunto os procurando com os olhos.
Az estende uma sacola que possivelmente estariam os ossos ali, mas quando vou pegar ele levanta a sacola pra cima com um sorrisinho de canto. Olho pra ele com um olhar de...
— É sério isso Az? — Cruzo os braços e bato o pé. Ele ri da minha postura e algo dentro de mim explode em felicidade, toda vez que ele sorria ou ria. Qualquer resquicío que mostrasse que há vida nele me deixava feliz.
— Poxa Moon, são apenas ossos. — Ele provoca erguendo uma sobrancelha grossa.
Dou pulinhos para tentar pegar mas Az é bem mais alto que eu e meus 1,65. Se eu não me engano ele é o mais alto dos machos aqui da casa com 1,91 de altura. Começo a rir do meu fracasso junto com ele mas tenho uma carta na manga.
Toco suas asas e rapidamente o saco de ossos está no chão.
— Moon!
— São apenas asas, Azriel. — Digo pegando os ossos mais ainda olhando em seus olhos com um sorriso provocante no rosto.
Ele curva os lábios e resmunga.
— Não pode usar minhas palavras contra mim.
Dou risada.
— Não pode julgar meu tamanho. — Pisco pra ele em rebate.
— Não tenho culpa que quando nasceu lhe arrancaram meio metro.
Abro a boca chocada com a piada.
— Quem sabe meus centímetros que faltam não estão ai dentro. — Digo apontando para sua envergadura. Mais que merda de rebate foi esse?
