Aelin fica em silêncio enquanto estuda as cicatrizes. Tenta entender cada uma delas. Fico um pouco feliz de ver que algumas estão bem mais fracas do realmente já foram e uma lágrima me escapa dos olhos, rolando pela minha bochecha.
— Como ele as fez? — Ela diz entre dentes fechando os punhos com força.
— Todo dia ele me amarrava a cordas com os braços para cima e as pernas atadas. Eu tinha que deixá-lo me abusar e se eu tentasse me proteger, ele fazia um corte diferente ou me dava socos. Se eu não estava sendo estrupada, eles gostavam de brincar com minhas resistências. Eu levava chicoteadas as vezes sem nem abrir a boca. Eu era trancada numa câmara de água até chegar ao ponto de sentir os pulmões se encherem de água e a vida me ser roubada. Eles testavam suas novas armas em mim e suas lâminas mais afiadas. Tudo ao comando de Ferry e as vezes Amarantha mal sabia de suas maldades contra mim, pois Ferry fazia tudo apenas para se divertir com minha dor.
— As asas...
— Foram destroçadas. Usaram lâminas potentes para rasga-las. — Sussurro sentindo um nó na garganta. — Não consegui contar metade dessas coisas para Az. Ele não iria aguentar.
— Eu sei que não é só isso. — Ela está tentando soar calma e engulo em seco.
— Ele me vendia. Pegavam dinheiro dos que estavam lá apenas para me jogarem no centro do salão e fazer atrocidades que lhe afortunavam.
Aelin então muda suas expressões e sai de onde estávamos voltando para as espreguiçadeiras. Me visto e volto as tatuagens para o lugar antes de ir até ela.
— Nessa guerra, esse cretino vai conhecer Aelin Galathynius. — Ela rosna segurando uma adaga e sai da tenda com raiva.
Me sento na espreguiçadeira e respiro fundo. Olho para a entrada da tenda e vejo Jurian entrar erguendo as mãos bronzeadas com novos calos pontilhando as palmas das mãos e dedos.
— Adivinha? Seu encantadorzinho acabou com todos e era só um treino. — Ele resmunga irritado e dou uma risadinha.
— Não o subestime. — Aviso piscando um olho.
— Estamos começando a nos movimentar. — Ele diz se virando para mim com uma toalha nas mãos. O olhar dele era de preocupação.
— Não se preocupe. Trarei Vassa de volta. — O tranquilizo e nossos olhares se encontram.
— Ela foi a única pessoa que me enxergou Moon. Sabe o que é isso? — Sua pergunta não era uma encruzilhada, era real. Era dolorosa e cansada.
— Sei.
Ficamos em silencio olhando um para o outro até eu mesma sair da tenda. Tomo um susto ao ver Azriel encostado perto da mesma.
— Céus amor, que susto. — Levo a mão ao peito e olho em seus olhos.
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𝐋𝐮𝐚 𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐢𝐚 - 𝐀𝐳𝐫𝐢𝐞𝐥
FanfictionQuando se trata de sacrifícios pelos que ela ama, nunca foi um desafio. Moon prometeu a si mesma que aguentaria tudo pela família e pelo seu povo, mas ela sabia que lá no fundo era medo. Apenas medo de perder a única pessoa capaz de lhe dar asas par...