Capítulo 2

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— musiquinha para acompanhar capítulo —

Abro os olhos com a claridade do dia espreitando em meu rosto e o tampo com as costas de minhas mãos fazendo uma careta.

— Achei que iria dormir o dia inteiro, princesa.

— Ah vá se ferrar, Thesan.

O grão-senhor gargalha e não posso evitar sorrir quando tiro a mão do rosto e o vejo em minha frente.

Thesan então para de rir e me observa melhor, inclinando a cabeça para o lado. Imito seu movimento com as sobrancelhas juntas, para fazer graça já que Thesan me acorda todos os dias assim.

— Como está hoje?

A mesma pergunta que faz todos os cinco meses desde que me libertei de minha própria mente.

Desde que fui dada como morta e revivi.

Depois que vi a escuridão me tomar naquela caverna, minha mente vagou por lugares sombrios e me deixou em estado de morte por quase dois anos. Quando acordei, vomitei as tripas nesse mesmo quarto dourado do palácio de Thes. Ele que me encontrou. Me procurou até o fim e me encontrou jogada naquela caverna rodeada por escuridão e sombras. Ele disse que depois que me levou, eu só acordei após um ano e cinco dias.

Foi chocante descobrir tudo o que aconteceu nesse meio tempo. Que Feyre, a quebradora da maldição, realmente salvou a todos de Amarantha e a matou e ainda mais aliviante pelo fato de Rhys tê-la ajudado. Tanto que depois de um bom tempo, descobriram a parceria e estão juntos. Lutaram lado a lado contra Hybern. Todos dessa vez lutaram.

Menos eu.

Thesan dizia para eu não me preocupar com isso, já que fiz pior em suportar o peso de todos durante cinquenta anos. Sofri o que Amarantha faria Rhys e os outros grão-senhores. Graças a mim, não ouve mortes inesperadas, mas quase a minha.

Depois que acordei e fiquei dias ainda na cama, Thes me ajudou a se recuperar com fisioterapias, remédios naturais, ainda deixava eu ajuda-lo em suas tarefas de grão-senhor e até mesmo lia para mim como se eu fosse uma criança. Além de Garret, seu guerreiro principal, que não largou do meu pé um minuto.

Dou um sorriso para o meu amigo e aperto sua mão na minha, com a luva especial que mandou fazer pra mim. Infelizmente alguns traumas ainda permanecem e só consigo tocar em alguém com a ajuda delas.

— Estou muito bem, querido. Obrigada pela preocupação mas...

Ele revira os olhos.

— Nada de "mas" Moon, eu sempre ficarei preocupado com a minha melhor amiga.

Dou risada me espriguiçando. Meus olhos voltam para as minhas novas tatuagens em minha pele exposta. Tatuagens mágicas que escondiam as cicatrizes e as curavam com o tempo. Talvez meses, anos ou até mesmo séculos... Não tem como saber.

— Moon? — Thes me chama e olho em seus olhos brilhantes como mel. — Você sabe que eu adoro sua presença mais que qualquer coisa neste mundo mas... O solstício de inverno está próximo e eu tenho certeza que você seria um grande presente para sua família.

Suspiro pelo nariz.

— E eu achando que estava com saudade de mim, que cortesia de sua parte, oh excelentíssimo grão-senhor. — Faço uma mesura dramática e ele ri me empurrando de leve.

𝐋𝐮𝐚 𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐢𝐚 - 𝐀𝐳𝐫𝐢𝐞𝐥 Onde histórias criam vida. Descubra agora