Quando se trata de sacrifícios pelos que ela ama, nunca foi um desafio. Moon prometeu a si mesma que aguentaria tudo pela família e pelo seu povo, mas ela sabia que lá no fundo era medo. Apenas medo de perder a única pessoa capaz de lhe dar asas par...
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— Tá legal, precisamos de uma história. — digo indo logo atrás de Aidan naquela floresta escura e estranhamente molhada. — Se nos metermos com alguém estranho temos que contar algo sobre nós.
— Só me diga se vai saber mentir sem os poderes. — ele rebate e reviro os olhos pela piada sem graça.
— Posso ser melhor sem meus poderes. — ele solta uma risadinha debochada. — O que vamos ser? Irmãos?
— Você vai ser minha esposa. — ele diz sério enquanto caminhava e paro. Aidan percebe pois vira e franze a testa juntando as sobrancelhas escuras. — O que foi?
— Nada... Por que esposa?
Ele da de ombros voltando a andar.
— É mais fácil de explicar e inventar as coisas. Não vamos precisar falar de nossos pais, da nossa infância ou coisas do tipo. Só que nos conhecemos a uns anos atrás em um baile e nunca mais nós largamos. Simples, sem complicações. Só, consegue fingir ser minha esposa ou é demais pra você? — ele se vira para ver minha reação e tento disfarçar.
— É perfeitamente normal pra mim. Podemos fazer isso. — ergo o queixo e abraço meus cotovelos para me esquentar.
— Vem, precisamos de roupas melhores que essa e algo para você se esquentar.
— Aidan não precisa se preocupar comigo eu posso me virar sozinha. — digo andando na frente e sinto que o mesmo para e me puxa para si nos escondendo atrás de uma árvore.
Seu dedo indicador vai parar em meus lábios e estou tão colada nele que meu nariz poderia encostar em seu peito. Levanto a cabeça e seus olhos estão em mim, preocupados e ao mesmo tempo... Diferentes. Não sei dizer. Não consigo interpretar como seu olhar dizia tudo e ao mesmo tempo nada. O som de passos se cessam e parece que era só um cervo passando.
Do mesmo jeito, Aidan não deixa de me apertar em seus braços.
— Está gelada. — ele sussurra e me arrepio provavelmente pelo vento.
— E você está quente. — digo sentindo sua mão quente se esfregar em minha pele. Mesmo sem os poderes ele continuava quente como o inferno. Sinto vontade de fechar os olhos, mas ele é rápido e nos afasta.
— Vamos.
Ainda meio frustrada, sigo o mesmo indo até uma loja de tecidos. Ela estava toda escura e parecia que ninguém estava ali. As portas e janelas obviamente estavam fechadas, mas se tivéssemos nossos poderes poderíamos passar sem problemas.
— Não vamos conseguir entrar sem chamar a atenção de todos ao arredor.
Aidan me olha com um sorriso que eu conheço bem.
— Não me subestime assim.
Aidan anda com a graciosidade de um gato até a janela dos fundos da casa e fico aqui para vigiar quem poderia aparecer.
