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| André Magalhães Lacerda |

A fazenda estava sendo tudo que eu imaginava e um pouco mais.
Se era distração que eu queria, aqui eu achei.

Falei com todos os funcionários e com minha família, e fui direto pro quarto, morto da viagem.

Quando acordei já estava escuro, mas eu me sentia completamente recuperado. Queria sair, amanhã ia rolar um churrasco e vaquejada que meu pai tinha organizado pra me receber, aberto pra todos.

Mas não queria esperar até amanhã, precisava sair hoje, beber, ocupar a cabeça.

Sabia que não ia encontrar uma boate igual as que eu frequentava no rio por aqui, imaginei o que as pessoas faziam nesse lugar pra de divertir.

Sai do meu quarto e desci as escadas da cada de fazenda enorme do meu pai, vi no meu celular que recém tinha passava das nove da noite.

Não encontrei ninguém na sala, nem na cozinha, sai um pouco pela varanda interna da casa, a que tinha vista para os estábulos, galinheiros, chiqueiros e as outras áreas de criação.

Encontrei apenas um funcionário lá, me xinguei por não lembrar seu nome.

— Opa! Boa noite — digo e ele parece se assustar ao me ver.

— Boa noite, seu Lacerda! — diz formal e eu rio.

— Só André cara, to afim de dar uma saída, aonde tem diversão por aqui? — pergunto simples e ele parece confuso mas ri em seguida.

— Não acho que o tipo de diversão que eu frequento vai lhe agradar, senhor — diz e eu reviro os olhos.

— Nenhuma recomendação? — pergunto e ele parece pensar.

— Olha, toda sexta noite tem forró no bar da dona Juliana, bastante gente frequenta, eu mesmo sempre vou — ele diz e eu sorrio.

— Perfeito, era isso que eu queria! — digo e viro de costas, mas em seguida paro — Ah, mais uma coisa, será que tem como você me emprestar uma roupa? —

Vou de moto pro tal bar, não sabia ao certo o que eu procurava, mas decidi ir com a roupa de peão por que não queria ficar completamente diferente de todo mundo, destoando da galera toda.

Estacionei a moto um pouco antes e andei até lá, ajeitando meu chapéu de fazendeiro na cabeça.
Coloquei minha correntinha de ouro pra dentro, que tinha no pingente o símbolo da família Lacerda entrei no bar, o forró antigo soando alto.

Andei lentamente, tentando observar todos.
Sentei num banquinho em frente ao balcão e pedi uma cerveja.

— Opa, chefe! Uma Erdinger, por favor — peço ao garçom a cerveja que estava acostumado a beber e ele ri alto.

— Não tem isso aqui não patrão, as disponíveis tão ali no cardápio — ele aponta para um letreiro escrito na parede com só três opções de cerveja.

— Pode ser uma Brahma então, chefe — digo ele assenti.

— Você é novo por aqui né? — pergunta e eu volto minha atenção ao mesmo.

ENFEITIÇADO Onde histórias criam vida. Descubra agora