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| andré magalhães lacerda |

Eu e Taína estávamos abraçados no sofá de casa, de pijama, assistindo o programa que antes era Faustão mas agora quem apresentava era o Luciano Hulk.

— Como você gosta disso, amor? — pergunto observando minha namorada vidrada na televisão.

— Não fala do meu programa não. Cresci assistindo essa programação domingo à noite com mamãe e Amanda — ela responde, e sinto uma certa melancolia em sua voz. Eu sabia que ela sentia falta da família, e me deixava triste pra caralho saber que pra ela ficar perto de mim, tinha que ficar longe deles — Camilla me chamou pra fazer uma sessão de fotos pra marca dela — ela disse e eu sorri.

— Que isso hein, blogueirinha — respondo puxando o cabelo dela pra que ela se deite do meu lado, passando uma das minhas pernas ao redor do corpo dela.

— Você tem essa mania de puxar meu cabelo, quando eu precisar de mega você quem vai pagar! — ela brinca e eu gargalho.

— Tem hora que você gosta que eu puxe né — sussurro no ouvido da morena, sentindo ela se arrepiar.

— Engraçadinho — responde, se desvencilhando de mim e indo até a cozinha.

— Pega ai um copo de água pro teu homem, por favor — peço e ela revira os olhos.

— Ah não, vem aqui pegar — responde eu sorrio.

— Que isso, Taí. Por favor — digo e ela nega — Compro aquele sapato lá pra você — respondo e ela sorri, pegando um copo do armário, e me fazendo gargalhar.

Mano, gostava pra caralho daquela vida.
Não tinha nada melhor do que chegar em casa e ter ela me esperando, nada melhor do que dormir e acordar agarrado com ela, nada melhor do que dividir a simplicidade de momentos pequenos com a Tainá. Nunca achei que fosse encaixar tão bem com ninguém, nunca achei que fosse me apaixonar tão rápido.
Mas a verdade era que se eu procurava alguém pra construir um futuro, eu tinha achado.

———

Acordo com o movimento de Taína na cama. Ela sempre acordava primeiro.

Puxo ela mais pra perto ainda com sono pra caralho.

— Acorda, amor. Hoje é segunda —  ela disse fazendo carinho meu cabelo. Sorrio beijando a clavícula dela, e depois o pescoço, e a boca.

— Bom dia, princesa — digo e minha voz sai rouca, coçando os olhos de sono.

— Quem mandou dormir tarde? — pergunta e eu sorrio.

— Você que não me deixou dormir, garota — digo segurando o rosto dela e a puxando pra um beijo demorado, enquanto ela arranhava minha nuca.

— Na hora você gostou — sussurra, com aquela carinha que já fazia meu pau acordar.

— Ia gostar agora também — começo e ela gargalha, se levantando da cama.

— Vai se arrumar, cê já tá atrasado — diz antes de colocar uma camisa minha e sair do quarto.

Tomo um banho gelado e saio do box vestindo o conjunto social que eu usava pra trabalhar. Coloco um perfume e vou pra cozinha, morto de fome.

ENFEITIÇADO Onde histórias criam vida. Descubra agora