| andré magalhães lacerda |
Estava sentado em uma das poltronas do camarote, meu irmão dançava com a esposa e eu encarava Tainá, como havia feito durante a noite inteira.
Sorri quando nossos olhares se cruzaram, a chamando pra vir até onde eu estava.
— Já tirei o salto — ela disse quando eu percebi que ela estava descalça. Sorri segurando seus saltos e colocando no mesmo lugar onde estava sua bolsa.— Que horas já são? — ela perguntou.
— Quase duas — respondi e ela arregalou os olhos.
— Puta merda, vou embora já já. Amanhã é sábado, trabalho ainda — ela diz pegando o celular pra o que parece ser pedir um uber.
— Tá fazendo o que? — perguntei com uma das sobrancelhas arqueadas.
— Vendo um uber — ela responde com obviedade e eu rio sem humor.
— Ô garota, cê vai comigo — digo e ela tenta me interromper — Não vou deixar cê voltar sozinha essas horas, morena —
— Não vai "deixar"? — ela pergunta rindo, em tom de desafio.
— Para de ser marrenta — digo apertando sua cintura levemente.
Aquele personagem dela caía rapidinho com meu toque.
Eu gostava do jeito do Taína, ficava louco pra caralho nas marras que ela me metia, mas ficava mais louco ainda quando ela vacilava nessa pose dela comigo.Pego as coisas dela enquanto ela se despede da May e do Júnior, e então descemos as escadas do camarote.
Quando saímos da Like e vimos meu carro aperto a chave para destravar e a ajudo a subir na Hilux, já que era alta.
— Tô acabada — ela diz exausta.
Rio com a manha da morena, puxando ela pra colocar a cabeça no meu ombro, ao que recusa de início mas acaba cedendo.Dirijo com uma mão no volante enquanto ela se aconchega em mim, o cheiro dela era bom pra caralho.
— Gostou da noite com o "playbozinho do caralho" aqui? — pergunto e ela ri, envergonhada.
— Me desculpa por esse dia, mas você é mesmo um playbozinho —
— Mas você gosta —
— Será? — ela diz mordendo de leve os lábios, quase bati a porra do carro olhando pra boca dela. Rimos e ela voltou a se aconchegar no meu peito.
Quando chegamos na porta da casa de Taína ela destrava o cinto e olha pra mim.
— Obrigada mesmo, mais uma vez — ela diz segurando minha mão pálida, que contratava com a pele bronzeada de sol dela.
Nos encaramos por alguns instantes, não foi preciso dizer nada, tensão no ar era palpável.
Meus olhos contrastavam entre os olhos e a boca carnuda da morena, foi mais forte que eu colocar minha mão na nuca da mesma puxando-a pra mim.— Vem cá, vem — minha voz saiu rouca, e ela gemeu bem baixinho, fazendo meu pau acordar. Caralho, só com um gemido.
Quando nossas bocas se encostaram queria explorar cada canto dela com a minha língua, mas tudo que ela me deu foi um selinho.
Olhei bobo pra morena quando ela sorriu, inocente.— Boa noite, André — ela disse, beijando minha bochecha dessa vez é acariciando de leve minha barba clara antes de sair do carro, sem olhar para trás.
Puta que pariu. Vou ficar maluco antes de voltar pra São Paulo.
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ENFEITIÇADO
Romance|16+| André decide ir para fazenda do pai na esperança de esvaziar a cabeça dos problemas da cidade, só não imagina que iria sair enfeitiçado pela beleza de Taína.