| andré magalhães lacerda |Estacionei no barzinho que Taína tinha me avisado que ia.
Não estava puto, mas porra, custava a Tainá me responder?
Tinha problema nenhum ela fazer amigos em São Paulo, ficava feliz pra caralho com isso, mas tudo com limite né, porra.Ia dar uma da manhã quando passei pela porta do Lounge 6, tinha ido lá poucas vezes.
Pressenti a merda quando avistei os cabelos ruivos da Sarah no final do bar. Caralho, quanto mais eu rezo mais assombração aparece.
Rodei os olhos pelo lugar a procura da minha namorada, com o coração apertado de preocupação.
Mas nem sinal dela e nem da Larissa.— André? — escuto a voz da minha ex, sorrindo, quase debochada, enquanto vinha na minha direção.
Fechei a cara, não estava com saco pra ser educado com ninguém que viesse encher a minha paciência hoje.
— Pô, Sarah. Sem caô hoje. Vim atrás da minha mulher — digo, e ela parece balançar com a última frase.
— É, mas ela não tá muito afim de ver você não... — responde ela, ainda sorrindo.
— Que porra você tá falando? —
— Saiu daqui agora há pouco, bêbada demais hein. Fiquei me perguntando o que será que você tinha feito pra fazer ela afogar as mágoas daquele jeito —
— Pra onde elas foram, Sarah? — pergunto, alterando meu tom de voz.
— Eu que sei da sua peguetezinha do interior, garoto?! — respondeu ela revirando os olhos — Qual é, Dé. Você já se vingou de mim. Importar essa menina do interior do seu pai já foi o suficiente, para com isso e vamos por favor reconstituir nossa vida juntos de onde paramos — ela diz e eu a olho desacreditado.
— Você tá maluca, porra? — pergunto, perplexo — Sarah, põe na sua cabeça que nada disso é sobre você. "Eu e você" não existe a muito tempo. Eu amo a minha mulher, trouxe ela pra cá por que não me imagino vivendo sem ela é e aqui que ela vai ficar. Para com essa porra que tá feio pra caralho —
— Vai se fuder! Filho da puta — ela xinga, frustrada e irritada pra caralho com as minhas palavras.
— Foda-se, não vou trocar ideia com doido! — respondo virando de costas pra aquela maluca enquanto pego meu celular, voltando a discar o número da Camilla.
— Se eu fosse você abria o olho!
———
Rodei por mais uns minutos as redondezas do Lounge 6 pra ver se achava o carro da Larissa, mas nada!
Porra, que merda.
Não queria deixar a porra da Sarah entrar na minha cabeça com aquelas fofoquinhas que ela tinha inventado, mas a voz dela ecoava na minha mente pra caralho.
Depois de tudo que já aconteceu comigo, era difícil pra porra não desconfiar, ainda mais depois do comportamento estranho da Taí na última semana.
Meus olhos se enchem de lágrimas, não ia nem saber o que fazer caso ela tivesse feito algo comigo.
Amava pra caralho aquela menina. Quem sabe até conseguiria esquecer, né?
Não consigo não pensar que foi minha culpa, eu trouxe ela do interior, onde ela tinha amigos, família, pra cá, e nem consigo dar toda a atenção que ela merece.Tento afastar aqueles pensamentos da minha cabeça quando quase bato o carro por causa do excesso de velocidade e pego meu celular, ligando de novo pra Tainá e Larissa.
Não ia voltar pra casa sem a minha mulher, não importa o que fez ou deixou de fazer.
———
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ENFEITIÇADO
Romance|16+| André decide ir para fazenda do pai na esperança de esvaziar a cabeça dos problemas da cidade, só não imagina que iria sair enfeitiçado pela beleza de Taína.