| Taína Gonçalves Fernandes |
Eu entrava no hospital desesperada, completamente em choque e preocupada com a minha mãe, sabia que não deveria ter deixado ela sair de casa hoje cedo!
A recepcionista pergunta quem eu estou visitando e antes que eu responda o Lacerda vem até mim.
Estava na loja sozinha quando ele me ligou, não sei de onde tirou meu numero mas ainda bem que tirou.
— Oi André — digo chegando mais perto do loiro.
— Eaí Tainá, sua mãe tá bem, vem cá — disse me guiando até ela depois de pegar uma pulseira do hospital pra mim.
Aquele hospital eu não conhecia, e tinha certeza que era um particular.
— Oi mamãe — disse com a voz levemente embargada ao ver minha mãe no leito, ela estava tomando soro naquelas macas, sabe? meu coração ficou pequeno de ver ela assim.
— Oi filhota, mamãe tá bem, foi só um susto — ela disse me tranquilizando com aquele sorriso reconfortante nos lábios.
— Cadê o médico? O que ele disse? — perguntei nervosa olhando pro Lacerda.
— Ela fez um raio x faz pouco tempo, o doutor só ta esperando o resulto sair pra vir aqui — ele respondeu.
— Pô dona Rute, faz isso comigo mais não — digo com os olhos cheios de lágrimas, minha mãe sorri e me abraça, me confortando.
— Mamãe tá bem amor, mamãe já tá bem —
— Dona Rute... — um cara de branco que eu presumo ser o médico chega um tempo depois, ele devia estar na casa dos quarenta, parecia ter uma mega experiência — Você é a filha certo? — pergunta pra mim, que assinto.
— Certo, o raio x não apresentou nenhuma anormalidade, mas pela consulta parece um caso de hipertensão arterial — ele disse e eu segurei a mão da minha mãe forte.— No seu caso é resolvido por meio de remédios e uma dieta pobre em sal, ok dona Rute? — pergunta o doutor e assentimos — Vou deixar uma lista aqui dos remédios pra vocês comprarem, e devidas funções de cada um, aqui no hospital tem uma farmácia que tem cada um deles, é mais fácil por que não são todos eles que o SUS cobre — ele dizia enquanto assinava uma folha de papel me entregando logo depois.
— No mais é isso, deixa sua mãe descansar aí enquanto o soro acaba e depois ta liberada pra ir pra casa —— Obrigada doutor — digo e André agradece também.
— De nada, melhoras dona Rute — e então sai.
Leio a lista mais atentamente, não fazia nem ideia do quanto aquilo ia custar, mas nem interessa, ia pagar o que fosse.— Vou ver seus remédios mamãe, já volto — digo e deixo um beijo na testa da mesma.
Me levanto e vejo André vir atrás de mim, lembro da conversa que tinha que ter com ele.
— Ei André, obrigada mesmo por ter ajudado a minha mãe, nunca vou esquecer disso — digo sincera, ele sorri gentil.
— Que isso Taína, faria por qualquer pessoa, ainda mais pela sua mãe —
— Você precisa me passar quanto ficou o valor daqui, já que ela não tem convênio — digo mais baixo e ele nega com a cabeça.
— Para Taína, eu cuidei disso, esquece tá bom? Me dá aqui a lista de remédio que minha família tem desconto na farmácia daqui, por causa do convênio — ele diz me deixando boquiaberta.
— Cara você sabe que eu não posso aceitar você fazer isso né? Já foi incrível ter trago minha mãe aqui —
— Tainá relaxa, minha família tem dinheiro, eu tenho dinheiro, isso não foi nada —
— Eu sei, mas os remédios eu pago, de verdade, não sei nem como te agradecer —
— Me agradece deixando eu pagar os remédios — ele diz me fazendo sorrir, e então puxou a lista da minha mão.
Ele sumiu no corredor me deixando lá com meus pensamentos.
Julguei esse cara totalmente errado, achava que ele era só mais um mimadinho da cidade e mordi completamente a língua.
O que ele fez aqui hoje eu tenho CERTEZA que é muito difícil gente mais próxima de mim fazer.
Precisava pedir desculpas para o cara, antes de qualquer coisa vejo Amanda entrando no hospital com meu afilhado no colo, parecia preocupada.— Cadê a tia? — me pergunta assim que me vê.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ENFEITIÇADO
Romance|16+| André decide ir para fazenda do pai na esperança de esvaziar a cabeça dos problemas da cidade, só não imagina que iria sair enfeitiçado pela beleza de Taína.