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| André Magalhães Lacerda |

Depois que ficamos noivos algo tinha mudado aqui em casa, eu não sei. Já levávamos uma vida de casado mas agora eu me sentia mas próximo dela que nunca, não via a hora dela ter meu sobrenome logo.

Fiquei feliz pra caralho que o pedido saiu exatamente como eu tinha planeado. Porra, barco em Paris, foi tudo perfeito.

— Taína Lacerda... — Sussurro pra ela, que estava aconchegada no meu peito, e ela gargalha em resposta — Temos que marcar a data do cartório — digo ansioso e ela sorri.

— Calma, Dé. Tô vendo os vestidos, lista de convidado, jantar pós, tem que ver a data do casamento religioso e da festa.... — ela diz e eu reviro os olhos, carregando ela de forma que ela fique encima de mim.

— E como pula pra parte que você é minha esposa? — pergunto e ela sorri — Tô brincando, vida. Vamos organizar a festa mais linda do mundo, você merece tudo — digo sério.
Eu não fazia questão de uma festa grande, mas sabia que era importante pra ela então queria que fosse do jeito que ela sempre sonhou, não tava nem aí pra dinheiro, tava tudo liberado pra ela fazer como queria.

Enquanto estávamos agarrados vendo filme meu celular começou a tocar e atendi ao ver que era Júnior.

— Irmão...A Mayara tá em trabalho de parto, a bolsa estourou, pegamos um helicóptero pra ir pra Minas — Ele diz tudo ao mesmo tempo, e eu me sento na cama imediatamente.

— Que foi, Dé? — Tainá me pergunta.

— Porra, não era só daqui duas semanas? — pergunto, me levantando da cama e fazendo sinal pra Taí esperar.

— Veio antes, irmão. Vem pra cá por favor, vou ligar pra mãe — ele diz, e eu já estava em pé pegando duas malas do guarda roupa. Tainá me encarava confusa, me cutucando.

— May vai entrar em trabalho de parto, pega umas roupas que eu eu vou ver um voo executivo pra Minas — sussurro pra Tainá, afastando o telefone da minha boca — Relaxa, irmão. Já estamos resolvendo, daqui a pouco estaremos juntos. Te amo. Dá um beijo na May — aviso e quando ele responde desligo a ligação.

— Biazinha vai nascer? — Tainá me pergunta, emocionada, pegando roupas nossas e os vários presentes que compramos pra Bia.
A olho, meus olhos querendo marejar de imaginar ver o rosto da Beatriz. Minha afilhada ia nascer.

— Vai, amor — respondo, dando um beijo no topo da cabeça dela.

———

Quando chegamos em Minas Gerais pedi pra um dos funcionários do meu pai ir pegar nossas malas e peguei um carro pra gente ir direto pro hospital.

Tentava tranquilizar minha mãe e Tainá mas eu estava nervoso pra caralho também, só não queria admitir.

Bia era minha primeira sobrinha, minha afilhada, se algo não saísse do jeito esperado eu ia sofrer não só de ver o Júnior mal, mas porque eu amava pra caralho a Biazinha.

Ficava bobo olhando as fotos da ultrassom, ouvindo os áudios que eles mandavam do coraçãozinho dela batendo, parece que era minha filha, e de certo modo, era também.

O parto foi agendado no melhor hospital de Minas, Mayara quis que fosse na capital por que aqui tem mais assistência que no interior, mas a Bia se adiantou e quis vir antes então eles também tiveram que sair às pressas da fazenda.

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