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| taína gonçalves fernandes |

Não quero voltar... — André me prendeu nele, me abraçando — Vamos estender a viagem e voltar só quarta, por favor — pediu o loiro.

— Tenho que trabalhar! E você também, vai que seu pai te demite e vende suas cabeças de gado — brinco e ele revira os olhos.

— Já arrumou suas coisas? — ele pergunta me observando terminar de me arrumar.

Era domingo à noite e o plano era ir agora e chegar de manhãzinha no interior.
Deixamos tudo em ordem no quarto e demos check-out no hotel fazenda.

May e Junior iam embora na RAM e eu André iamos ja Hillux dele mesmo.
Entrei no carro já tirando minha papete e afastando o banco pra trás.

André olhou pra mim sorrindo e colocando a habitual mão na minha perna.
Liguei o som do carro dele colocando no aleatório na minha playlist.
A segunda música a tocar foi "Cê Topa" do Luan Santana. Sorrio encarando o loiro. Ele ri de volta, começando a cantar, dividindo o olhar entre os meus olhos e a estrada.

— "Presta atenção em tudo que a gente faz, já somos mais felizes que muitos casais. Desapega do medo e deixa acontecer, eu tenho uma proposta para te fazer..." — Canta ele, alto. Batucando os dedos no volante.
Me sentia feliz e leve demais com o André. Por um momento desejei que as coisas fossem diferentes, desejei pela primeira vez tentar fazer com que fossem.

— O que que sua cabecinha tá pensando, hein? — ele pergunta em voz baixa, fazendo um carinho de leve no meu cabelo.
Neguei com a cabeça, respondendo não ser nada.

— Tô cansada só — respondi sorrindo, ele percebeu que eu estava mentindo mas apenas assentiu em resposta, beijando minha mão força.

— Já pensou em ir pra São Paulo? — ele perguntou do nada, me fazendo arregalar os olhos — Pra conhecer, Tainá — completou.

— Sei lá, nunca tive vontade — fui sincera.

— E agora? Tem? — perguntou e eu dei de ombros, sorrindo — Se você deixar eu levo você comigo — ele disse me fazendo gargalhar.

— Aí, André... — neguei com a cabeça o olhando, fazendo um carinho no seu rosto, sem saber se levava a sério ou não as coisas que ele me falava.

— Dorme comigo lá na fazenda hoje — ele pede, me olhando com os olhos azuis acesos — Te deixo no trabalho amanhã cedo —
O encaro de volta, eu tinha que começar a me acostumar com a ausência dele, mas podia fazer isso outro dia.

— Durmo, chatinho — respondo e ele sorri, me roubando um beijo e voltando os olhos para a estrada.

———

Quando o dia amanheceu no quarto de André senti suas mãos em minha volta e me assustei, preocupada em estar atrasada.

— Calma, morena — ele sussurrou com a voz ainda rouca enquanto eu chegava o horário no meu celular.
Estava dentro do horário, suspirei aliviada deixei que ele me puxasse pra ele.

— Não posso me atrasar — sussurrei pro loiro que assentiu, me dando um beijo de bom dia.

— Vamos almoçar juntos — ele me pediu e eu sorri, colocando a blusa dele.

— Você é um grudinho, né? — perguntei e ele revirou os olhos, me fazendo cosquinha.

— E você ama que eu seja, marrenta. — disse ele, me prendendo na cama. Sorri por que negar seria mentira — Você é linda demais, até acordando. Tá doido — sorri em resposta, quando ele me puxou pra outro beijo.

— Você também dá pro gasto — respondi e ele gargalhou, deixando que eu levantasse da cama — Quer café? — perguntei e ele assentiu.

— Quero, princesa — dito isso saí do quarto de André usando apenas uma camisa sua, para pegar um café para nós.

Desci as escadas da enorme casa de fazenda que eles moravam e encontrei Victor, um dos peões que trabalha aqui, na cozinha.

— Bom dia, patroa. Tem visita pro seu Lacerda aí fora — ele disse e eu arqueei uma das sobrancelhas, por que ele não avisou pra Mayara?

— Visita pro Júnior? — perguntei me servindo de um café preto e ele negou.

— Pro André mesmo — ele respondeu me deixando ainda mais confusa.

Decidi voltar para o quarto e avisar o próprio né.

— Visita pra você, Dé — gritei da porta do quarto. Ele não se mexeu, cansado na cama.

— Quem? — perguntou.

— Não sei, uai —

— Resolve lá, qualquer coisa diz que você é minha mulher — ele diz voltando a dormir e me arrancando um sorriso.

Voltei para a sala e perguntei para Victor aonde estava a visita pro André.

Ele me levou até a varanda externa da casa, onde uma ruiva alta e muito bem arrumada me esperava, com três malas.

— Bom dia, o André tá dormindo no momento. Quer deixar algum recado? — perguntei observando a ruiva revirar os olhos.

— Diz pra ele que a Sarah, namorada dele, tá aqui — ela disse, com um sotaque paulista carregado, me deixando sem chão.

———

Sarah Ambrósio
25 anos

Sarah Ambrósio 25 anos

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