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| taína gonçalves fernandes |

A churrascaria era a la carte e self service, mas como estávamos com pressa pra voltar a trabalhar fomos no self service mesmo.

Montei meu pratinho de pedreira e escolhi minhas carnes, na hora de pesar André não deixou nem que eu visse quanto ficou no total, como sempre.

Quando a gente se sentou pra comer pedi um suco de maracujá e ele uma coca zero.
— Queria voltar a treinar — soltei enquanto conversávamos.

— Po morena eu também, tava focadasso em São Paulo, mas aqui você me desconcentra demais — ele brinca e eu sorrio negando com a cabeça — Bora hoje, tem uma Smart Fit aqui não tem? — ele pergunta.

— Tem, mas quando treinava ia na que fica no meu bairro mesmo —

— Só sucata, Tainá. Academia de bairro é uma porra — ele diz e eu reviro os olhos.

— Mas é muito fresco! — brinco enfiando uma garfada na boca e ele sorri.

Terminamos de comer ainda zoando e no final fiquei cheia o suficiente pra abrir o botão da minha calça.

— Queria aquele cochilo com você agora... — o loiro diz quando coloca a mão na minha coxa, terminando o último gole de coca zero.

— Eu também, gatinho. Mas tá cheio de coisa pra fazer na loja, tenho que voltar — digo ele assente, fazendo carinho em mim — Cê acredita que um dos vídeos que eu postei no tiktok pra divulgar as coisas da loja viralizou? Meu WhatsApp tá travando de tanto pedido de fora de Minas — digo animada e ele sorri, parecendo genuinamente feliz por mim.

— Tá vendo? Se tivesse com o Nokia de antes já ia ter estourado na sua mão — ele diz e eu gargalho, colocando a mão de leve no rosto dele.

— Não fala do meu iphonezinho antigo — digo manhosa e ele nega.

— Falo mesmo —
Tinha que reconhecer que meu antigo celular não ia mesmo aguentar a quantidade de mensagens que eu estava recebendo de pedido, WhatsApp estava completamente congestionado.
— Bora, nega? — ele pergunta pronto pra ir.

— Vou no banheiro rapidinho, espera aí — digo e ele assente.

Levanto e vou no banheiro rápido pra ajeitar a maquiagem, o cabelo e só pra me ver no espelho também.

Na hora de voltar pra mesa avisto uma loira usando uma calça jeans apertada e um cropped na mesa de André. Arqueio uma das sobrancelhas, quem era err
Ela sorria abertamente pra ele, que assentia com a cabeça.

— Olha ela aí — ele disse assim que chego, e ela parece se surpreender.

— Boatos tavam certos então, arrasou Taínazinha... — a loira diz e eu fico confusa. Ela sorri colocando uma das mãos no ombro de André, que isso gente?

— Desculpa, te conheço? — pergunto sem querer parecer grossa.

— Ah, desculpa! Meu nome é Vitória, vi o André aqui e vim falar com ele já que ele anda tão sumido... — ela explica olhando pro loiro e não pra mim — Mas já vou indo, foi um prazer imenso te rever André, pode chamar qualquer coisa! — ela diz deixando um beijo na bochecha de André e virando de costas.

Encaro o loiro com uma das sobrancelhas arqueadas.

— Que bico é esse? — ele pergunta, parecendo achar a situação muito engraçada.

— Nenhum uai, mas ela tava cheia de intimidade né? — digo por que infelizmente nasci sem conseguir esconder ciúmes.
Ele sorri ainda mais, me puxando pra ele e dando um beijo demorado na minha boca, segurando meu rosto com as mãos.

— Caralho cê fica gostosa demais com ciúmes, já falei? — ele disse ainda segurando meu rosto.

— Que ciúmes, André? Mas saio pro banheiro rapidinho e a menina já chega aqui cheia de dentes? — continuo e ele sorri.

— Ela é namorada de um parceiro meu, mas vive no meu direct. Finjo que nem vejo — ele diz antes de me mostrar as conversas com ela.

— Rapariguinha, né? — pergunto ele gargalha dando de ombros.

— Se mulher boa é mulher braba, a minha é a melhor do mundo — exclama e eu me solto dele escondendo um sorriso enquanto íamos até o carro — Ei, doidona, bora treinar hoje mais tarde. — ele diz.

— Pode ser, depois do trabalho? — pergunto e ele assente.

— A gente passa na tua casa pra pegar alguma roupa e vai — ele diz e eu concordo, queria mesmo voltar a treinar.

— Top, amor — digo e ele ri abrindo a porta do carro pra mim — Muito bem — agradeço.

— Entra aí, princesa —

ENFEITIÇADO Onde histórias criam vida. Descubra agora