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| Taína Gonçalves Fernandes |

Depois daquela gracinha do André o dia pareceu passar mais devagar, pô o cara veio no meu trabalho!

Fechei mais cedo pra buscar o Miguel lá no pai junto com a Amanda, foi a pataquada de sempre, o pai do Miguel é um sem noção e é difícil deixar de ser.

Quando chegamos em casa minha mãe já estava lá, dei um beijão nela e ajudei com o jantar, comemos assistindo a novela das nove e depois foi cada um pro seu quarto dormir.

No dia seguinte acordei cedo, já começando o dia checando as redes sociais da loja.
Assim que sai do meu quarto pra tomar um banho encontrei minha mãe fuçando o armário de remédios que a gente tinha em casa.

— Tá fazendo o que ai mãe? Sentiu alguma coisa? — pergunto preocupada indo até ela.

— Não filha, só uma dorzinha de cabeça, vim pegar uma Doralgina — explica rápido e pega a caixa de remédio.

Arqueio a sobrancelha desconfiada — Sei, não quer ficar deitada não? Eu ligo pros Lacerda e aviso do seu mau estar... —

— Que mal estar menina? Eu to bem! Foi só uma dor de cabeça, vai lá tomar seu banho que daqui a pouco você também tem que trabalhar — ordena e eu levanto as mãos em rendição.

— Tudo bem dona Rute, mas qualquer coisa liga pra mim que eu mando um uber te buscar lá viu — digo e ela assente sem dar muita importância.

| André Magalhães Lacerda |

Depois do toco que eu levei ontem o normal seria eu não querer ver a tal da Tainá nem pintada de ouro na minha frente, mas o que aconteceu foi que a diaba só me fez querer mais ela.

Isso por que eu sabia que ela me queria, e só negava isso por que algo no meu sobrenome deixava ela insegura.

Tentava esquecer as cenas do dia que nos conhecemos, mas porra, o cheiro dela parece que tinha impregnado no meu rosto e não queria sair mais, e era um puta cheiro bom.

Quando cheguei em casa pra almoçar, vi a casa vazia, isso por que meu pai e Júnior estavam na prefeitura ainda e Mayara deveria estar na clínica, ou fazendo compras, sei lá.

Joguei minha maleta de trabalho no sofá e afrouxei minha gravata, já feliz com o cheiro que vinha da cozinha.

— Bom dia, dona Rute — digo sorrindo pra mulher a minha frente.

— Ô meu filho, bom dia, fiz um strogonoff de carne, espero que esteja do seu agrado —

— Que isso dona Rute, tudo que a senhora faz fica do meu agrado — respondo e a vejo sorrir mas em seguida colocar as mãos na testa, cansada — Tá tudo bem? — pergunto me levantando de súbito vendo ela se apoiar na bancada de madeira maciça da cozinha enorme.

— T..tudo filho, só uma dor de cabeça que não passa — ela responde, mas se desequilibra no final.

A seguro pelos braços e vejo seus olhos fecharem lentamente.

— Dona Rute? — a chamo preocupado — Porra... — a carrego nos braços e a levo para meu carro ao perceber que ela está desmaiada, logo depois, seguindo pro hospital.

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