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| taína gonçalves fernandes |

Arrumava a casa com o sertanejo no talo. Minha mãe tinha ido ao banco, Amanda estava na loja e Miguelzinho estava na escolinha.

Já tinha adiantado muita coisa. Limpado a geladeira, lavado o arroz pro almoço, passado um pano nos quartos e na cozinha, limpado o banheiro.

Cinco dias, uma hora, dez minutos que eu não te vejo.... — Varria o chão da sala ao som de Wesley Safadão.

Terminei de varrer e passar um pano no chão e nos móveis.
Deixei tudo bem cheirosinho e fui terminar o almoço.

Fritei uns bifes, temperei e cozinhei o feijão o um arroz, cortei uma saladinha e fiz um suco.

Decidi tomar um banho pra poder almoçar cheirosa e fui pro banheiro.
Lavei meu cabelo, depilei as pernas e axila e esfoliei minha pele.

Sai do banho colocando uma calça jeans e uma blusinha arrumada. Eu gostava de trabalhar sempre arrumada e bonita.

Fiz uma maquiagem básica de dia a dia e depois passei meu óleo de corpo, meu hidratante de chiclete e um body splash da victoria secrets.

No minuto em que saí do quarto a campainha tocou e eu já sabia quem era.
Me repreendi por sentir o frio na barriga que senti ao pensar no André.

Destranquei a porta me deparando com o loiro a minha frente, usando sua habitual camisa social pra trabalhar, uma calça de alfaiataria e uma corrente fina de prata que se escondia na camisa.

— Caralho, cê ta cheirosa demais — foi a primeira coisa que ele me disse, me puxando pra um abraço.

— Fiz almoço — digo e ele assenti jogando sua pasta de trabalho no sofá.

— E tua comida presta? — ele disse me fazendo rir e acerta-lo com um pano de prato.

— Se não prestar você fica com fome — dei de ombros indo para a cozinha.

Coloquei a mesa pra nós dois com tudo arrumadinho, quando queria até que eu era fofa.

Ele se serviu de uma pratada gigantesca e um copo de suco.

Quando colocou a primeira garfada na boca me olhou sorrindo.

— Cê cozinha bem que nem sua mãe — ele disse mastigando e parecendo adorar cada mordida.

— Fazer o que né? É de família — dei de ombros "convencida" e ele riu balançando a cabeça negativamente.

— Meu amigo de Sampa chega amanhã, você
vai gostar dele — ele disse tomando um gole de suco — Mas não é pra dar confiança, ele é folgado pro lado de mulher —

— Ihhh, e ele é gatinho? — brinquei e ele fechou a cara.

— Tá maluco, extravio você e ele daqui — ele diz me fazendo gargalhar.

— Aí, André. Sou que nem você não —

— E como eu sou? — pergunta.

ENFEITIÇADO Onde histórias criam vida. Descubra agora