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| Tainá Gonçalves Fernandes |

André e eu acordamos cedo no dia seguinte, pedimos serviço de quarto e nos deliciamos com o café da manhã francês.

Dé colocou um terno da Armani e eu coloquei uma roupa confortável mas casual, já que ia só fazer compras hoje.

— Leva o meu cartão — André diz, me entregando o cartão preto.

— Não, vou com o meu mesmo — nego e ele semicerra os olhos, abrindo minha bolsa e colocando o cartão dele lá.

— Tá uma gata europeia — ele diz, com as mãos na minha nuca e puxando meu cabelo de leve — Tem certeza que vai ficar bem? — pergunta.

— Tenho, amor. Vai lá assistir suas palestras — digo e ele assente.

Fomos para o carro e ele dirige primeiro até a "La Vallée Village", um outlet com várias marcas de luxo.

— Se comporta — ele diz me dando o selinho, enquanto abre o carro.

Sorrio, parecendo uma criança em um parque de diversões.

———

Eu não falava inglês mas com certeza falava a língua da moda, e isso, junto com o Google tradutor, foi o suficiente pra me fazer sair com mais sacolas do que nunca havia segurado.

Fui pela primeira vez em milhares de grifes que nunca tinha nem entrado e que achava que talvez nunca fosse entrar.
Comprei várias roupas pra mim, coisa pro Dé, pra Amandinha, pra May, pro Júnior, minha mãe, meus sogros e muita coisa pra Biazinha.

Fazia chamada de vídeo toda boba com a Mayara enquanto estava na sessão kids da Tommy Hilfiger.

— Amiga, isso é muito grande — May disse, sorrindo ao ver um vestido feminino lindo que eu mostrava.

— Algum dia ela vai usar — respondo dando de ombros, fazendo ela sorrir.

— Cadê o André? — pergunta.

— Ta no congresso. Vem me buscar daqui a pouco pra gente jantar alguma coisa. Sei lá, May. Tô achando ele esquisito — digo.

— Como assim? —

— Não sei, ele tá estranho. Escondendo o celular, não atende ligação na minha frente, já faz uns dias — digo e agora a pálida era a Mayara.

— Amiga, vai ver é só impressão sua — diz, nervosa, arqueio as sobrancelhas.

— Não parece ser só impressão —

— Certeza que é. Ju tá me chamando aqui. Beijão, diva. Se diverte! — a morena diz antes de desligar na minha cara.

Ignorei o quão estranho a Mayara agiu na ligação. Vai ver tava todo mundo normal e a maluca era eu, né?

Algumas horas depois Dé parou o carro na frente do outlet e me ajudou a por todas as sacolas no carro.

— Onde vamos jantar? — pergunto curiosa.

— Num restaurante que meu pai me recomendou de quando ele veio aqui — ele diz e eu assinto.

Assim que chegamos no restaurante Dé fala em inglês com o maitre, que nos leva até nossa mesa.

— Porra... — digo, ao observar que nossa mesa tinha uma vista espetacular pra Torre Eiffel.

André sorri, satisfeito com a minha surpresa.

— Gostou, linda? — pergunta.

— Aqui é lindo, Dé — digo e ele sorri mais uma vez.

Nos sentamos e ele pede a carta de vinho.

— Tenho um presente pra você — ele diz, pegando uma  caixa de couro grande — Achei que já deveria ter te dado uma joia — e então ele abre, revelando um colar cravejado em topázio e esmeralda.

— André... — levo as mãos à boca, era a peça mais linda que eu já tinha visto.

— Cê gostou, princesinha? — pergunta e eu sorrio, balançando a cabeça emocionada.

— É lindo, amor... — digo, pegando a caixa e vendo o colar mais de perto — É lindo — digo.

— Topázio e esmeralda me lembram seus olhos. Comprei por isso — ele diz e eu sorrio mais ainda, completamente apaixonada.

ENFEITIÇADO Onde histórias criam vida. Descubra agora