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| taína gonçalves fernandes |

Eu estava feliz pra caralho.
Amava Jorge e Mateus e curtir esse show com tanta gente que eu amo era incrível.

Explodimos em gritos quando a melodia de "Tem Nada A Ver" começou.

André se achegou atrás de mim e eu não fui capaz dizer não. Curtir aquele show grudada nele era o que eu mais queria.

— "Quem é que liga no meio da noite e diz que está sozinha? Quem é, que nos meus braços fala que é só minha."  — cantamos alto e dançamos, escutei a voz dele no meu ouvido e foi impossível não me arrepiar — "Porque será que você não assume que eu sou seu homem? Porque o tempo todo fala no meu nome. Confessa que você não sabe me esquecer!" — ele canta olhando nos meus olhos quando me vira pra ele.

Abraço o loiro sentindo o cheiro de seu pescoço.
Aí gente, como não recair?
Ele sorri beijando meu pescoço.

— Senti tua falta, marrenta — ele sussurra no meu ouvido.
— Senti tua falta, playboyzinho — respondo sentindo ele me abraçar forte o bastante pra me tirar do chão.

Nossos amigos explodem em alegria ao nos ver naquela. Lucas comemora jogando bebida pra cima e abraçando nós dois ao mesmo tempo.

O show seguiu e não deixei de cantar uma música, já sabendo que ia acordar rouca amanhã.

— "Ah se essas paredes não falassem. Ah se o travesseiro não contasse. Todas as noites de amor, que eu vivi com vocêeeeee" — cantei dessa vez abraçada com Mayara e Amanda, que gravavam um storie nosso. — "Despertador tocou, cade o meu amor, pra me dar o primeiro beijo do dia" —

Quando eles saíram do palco tive certeza que tinha sido uns dos melhores shows da minha vida.
O DJ da virada entrou colocando um funk e recebendo gritos animados em resposta.

— "Eu sei, que tudo nessa vida um dia passa mas não vou deixar a vontade que eu tenho passar" — cantei enquanto rebolava até o chão. Sentindo mãos geladas na minha cintura, reconheceria aquela perfume em qualquer lugar.

Dancei "Quando A Vontade Bater" enquanto André me sarrava, dançando no mesmo ritmo que eu.
Rimos quando a música acabou e eu senti o loiro me puxar pra um abraço.

— Cadê o paiero, porra? — Júnior perguntou do cigarro enquanto procurava na sua carteira.

— Pô, tem um monte no carro — André respondeu — Quero fumar também, vou lá pegar — ele disse e Júnior assentiu — Bora comigo — o loiro sussurrou pra mim, me puxando com ele antes que eu pudesse responder algo.

— São quase meia noite, vamos rápido — digo e ele assente.

— Vai dar — responde ainda me guiando rumo a saída.

Quando chegamos no estacionamento ainda dava pra ouvir o funk do show, me encostei na porta da RAM enquanto André procurava os maços de cigarro do porta luvas.

— Achou? — perguntei e ele negou.
— Porra, tava aqui — ele diz jogando as coisas de um lado pro outro.
— Vê no banco de trás — digo e ele assente destravando o banco de trás do carro.

— Achei — ele diz pegando três maços de paiero do chão do banco de trás.
O loiro abre um na mesma hora, ascendo um dos cigarros e tragando, encostado no carro.

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