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| Tainá Gonçalves Fernandes |

De volta à rotina de São Paulo acordo mais cedo que o Dé, como sempre, e coloco uma roupa.

Passo um café rapidinho enquanto fecho umas parcerias pra próxima live de promoção da Closet, até que vejo André entrar pela cozinha.

O apartamento estava uma bagunça, caixas pra todo lado, coisinhas da Chanel, encomendas, recebidos.

Eu até tentava deixar tudo organizado mas agora que eu estava recebendo coisas de marcas e eu Dé estávamos viajando sempre, as coisas se desorganizavam demais, a falta de espaço estava começando a pesar.

— Bom dia, linda. Vai pra loja hoje? — ele pergunta me dando um selinho e se servindo do café que eu havia feito.

— Não...Quero ver se arrumo esse apartamento hoje. Tá uma bagunça — digo digitando rapidamente no notebook.

— Se quiser eu chamo uma diarista pra te ajudar —

— Relaxa, amor. Gosto de arrumar a casa sozinha — respondo e era verdade, gostava de organizar e saber onde tudo estava.

— Vamos sair pra jantar hoje, quando eu sair da empresa passo aqui pra te buscar — ele diz e eu arqueio uma sobrancelha.

— No meio da semana? — pergunto desconfiada e ele sorri me puxando pela cintura pra si.

— Não posso levar minha noiva pra jantar, hein? — ele pergunta, puxando de leve os cabelos da minha nuca e me fazendo morder os lábios involuntariamente. Os olhos azuis dele encaram minha boca

— Você pode tudo — sussurro contra os lábios do loiro, que sorri e me puxa pro seu colo com um só movimento.

— Posso é? — ele diz, com os dentes fincados no meu pescoço e as mãos passeando meu corpo.

———

Depois de fazer o Dé se atrasar mais do que deveria fiquei no apê e coloquei um forró pra tocar enquanto eu começava a organizar a casa.

Você tem carta branca nesse meu coração, eu amo você, estou de corpo e alma entregue em suas mãos.... — canto com a vassoura na mão.

Tomei um banho gostosinho e fui me arrumar pra fazer uma publi pra uma marca de vitamina capilar.

Depois trabalhei home office numa reunião com a Amandinha e aproveitamos pra fofocar um pouco.

Queríamos comprar uma casa pra mamãe lá no interior e Amanda queria ver um flat pra ela aqui em SP, já que agora ela vinha bastante pra cá por conta da loja.

Ela deu uma boa procurada na cidade mas achamos melhor contratar um corretor pra resolver isso da casa da mãe.

Umas horinhas mais tarde Dé mandou mensagem falando que já estava vindo e eu comecei a me arrumar pro jantar, ele não quis falar em qual restaurante íamos então apostei no básico, vestido preto tubinho e um saltinho baixo.

Caprichei nos acessórios e enquanto eu me perfumava a mensagem do André avisando pra eu descer chegou no meu celular.

Esperei uns minutinhos e fui ao encontro dele, entrando em seu esportivo.

— Caralho — é a primeira coisa que ele diz ao me ver, me fazendo sorrir antes de ganhar um selinho dele — Tá uma delícia — ele diz e eu reviro os olhos convencida ainda sorrindo.

— Não vai me dizer em que restaurante vamos? — pergunto e ele me encara, dando a partida no carro e colocando uma das mãos sob a minha cocha.

— Quem disse que vamos à um restaurante? — ele diz e eu o encaro confusa.

— Você disse que íamos jantar — digo e ele sorri ainda mais.

— Vamos jantar, Tainá...Relaxa aí que cê vai curtir — ele diz e eu cesso as perguntas, já sabendo que ele não ia mais me dizer nada.

Coloco uma música no carro enquanto observo André dirigir, nos afastamos um pouco da área comercial, um pouco longe do condomínio que morávamos.

Chegamos a entrada de outro condomínio, sentia que já tinha estado ali antes, ele colocou a digital na guarita e liberaram nossa entrada.

— Por que estamos aqui? — pergunto, mas André nem me responde, apenas sorri indicando a casa no final da rua.

Era a casa perfeita que eu tinha mostrado pra ele na volta da viagem pra Noronha. Ela ficava em um morro, alto o suficiente para que pudesse ser vista por fora dos muros do condomínio.

De primeira imaginei que estávamos ali pra visitar algum amigo ou sócio dele, mas quando ele saltou do carro e abriu a porta pra mim parei de pensar e só consegui observar o quão linda era a casa por dentro.

— André, porque estamos aqui? — pergunto novamente, e ele coloca uma das mãos na minha cintura.

— Dá uma olhada, você gostou da casa? — ele diz, me incentivando.

— Tá brincando? É perfeita. É linda... — respondo deslumbrada.

— Que bom que você gostou... — ele diz, levando a mão até o bolso — Por que ela é nossa — e então tira uma chave de lá, com um sorriso enorme no rosto.

— É sério? Porra, é sério? — pergunto me jogando no colo dele e ele sorri mais ainda, me levantando em seus braços.

— É, sério, porra. É nossa casa, amor — ele diz, comigo ainda seus braços enquanto destrancava a enorme porta da frente — É tudo pra gente —

— Quando você comprou? Cara você é inacreditável! — disse explorando todos os cômodos, era gigante, tinha vários quartos, todos lindos.

— Quando você me mostrou ela procurei saber se ela já tinha dono. Felizmente não. Encarei isso como um sinal de Deus. — ele explica, sorrindo ao observar minha felicidade ao ver os detalhes do lugar — Achei que seria um bom lugar para gente — ele sussurra, me puxando pela mão para seus braços.

— É perfeito — respondo num sussurro, olhando dentro de suas pupilas azuis.

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