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| andré magalhães lacerda |

Nas últimas semanas eu e Taí trabalhamos demais, mas de alguma forma sentíamos que tudo estava valendo a pena.

A empresa tinha ganhado o prêmio de top 10 maiores agências de São Paulo e meus clientes eram pessoas que eu nunca imaginei em defender. Famosos, marcas grandes, empresários. Porra, era foda pra caralho ver todo aquele trabalho sendo reconhecido.

Além disso a loja da Taína estava fazendo encomendas pra todo Brasil, principalmente para as grandes capitais. Já tinha avisado que essa era a hora de ela franquiar, expandir. Eu via muito potencial na empresa dela, se ela deixasse, investiria fácil.

Falar na Taí, aniversário dela tava chegando e eu queria fazer uma surpresa, marcar uma viagem, algo assim. Sabia que ela tinha vontade de viajar pro nordeste e tava pensando numa cosa foda, ela merecia.

Quando ela passou pela porta do nosso quarto com duas canecas de café quente sorri pra minha mulher. Porra, como é gata.

— Ainda vai na concessionária? — perguntou me entregando uma das xícaras.

— Vou. Preciso ver o carro esse final de semana no máximo — respondo puxando ela pra mim, a colocando pra sentar em meu colo.

Já queria trocar de carro a um tempo, não dá pra esperar muito se não o carro desvaloriza e é foda pra vender por um preço bom.
E queria realizar meu sonho de moleque de comprar um esportivo, era uma das metas pra esse ano e agora que dava, queria realizar.

— Cê vai comigo, né? — perguntei pra Tainá, que mexia no tiktok distraída. — Quero sua opinião — continuo, afastando uma mecha de cabelo do rosto dela.

— Vou, amor — ela responde sorrindo, antes que eu a puxe pra um beijo demorado.

Tomamos um banho juntos e eu coloquei uma calça preta jeans e a Lacoste que a Taí tinha me dado.
Esperei ela se arrumar enquanto dava uma olhada nas fotos de que uns carros que eu tava de olho. Tinha umas ideias mas ver pessoalmente é outra parada.

Quando ela apareceu linda pra caralho na sala de casa sorri e puxei ela pro meu colo.

— Tá gostosa, hein — digo abraçando-a apertado e cheirando o pescoço dela, que gargalhou com a casquinha.

— Vamos logoooo! — ela disse, me puxando pra fora de casa.

———

Assim que chegamos fiquei animado pra caralho. Parecia criança em parque de diversão vendo aquelas Ferraris.

— Qual cê acha mais foda? — pergunto pra Taí, enquanto olhávamos dois modelos diferentes.
Ela sorriu analisando os dois.

— Essa é mais bonita — ela indica a GTb, sorrio. Mina tinha bom gosto mesmo.

— Vai ser essa mesmo — falo pro vendedor que estava me atendendo, que sorri assentindo com a cabeça — Pode falar com meu contador que ele vê a transferência—

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— Vai ser essa mesmo — falo pro vendedor que estava me atendendo, que sorri assentindo com a cabeça — Pode falar com meu contador que ele vê a transferência—

— Sim, senhor. Pode pegar a chave e fazer um teste enquanto preparamos os contratos — ele diz e eu assinto, pegando a chave e sorrindo animado pra minha namorada, que parecia tão feliz quanto.

Abri a porta do carro pra ela, que agradeceu me esperando entrar no motorista.

— Amor, seu carro novo parece o batmóvel simplesmente — a morena falou, enquanto eu dava partida na nave. Gargalhei, animado pra cacete.

— Se segura aí, BatGirl — respondo pisando no acelerador. Agora ia dar pra correr direito.

Dirigi até uma avenida sem tanto movimento de carro pra testar a potência.

— Pelo amor de Deus, André. Não começa com seus rachas não — Tainá brincou, se segurando no banco do carro quando ultrapassei os 200 por hora.

— Caralho, corre muito! — digo animado, mas reduzo a velocidade por causa da Taí. — Gostou do carro, princesa? — perguntei, colocando minha mão na perna desnuda dela e apertado-a de leve.

— Não me ligo em carro, mas o seu é foda! Você merece, amor — ela diz e sorrio, beijando sua mão com carinho.

— E esse a gente estreia quando? — pergunto, olhando pra ela de rabo de olho e recebendo uma gargalhada alta e um tapa fraco no braço em resposta — Que isso, garota. Pergunta inocente — completo e ela sorri mais ainda, quando aperto mais forte sua coxa.

— Sei, André —

— E teu carro, tá pesquisando? — pergunto fazendo o retorno pra voltar pra concessionária.

— Tô até vendo uns. Mas tô com medo de fazer esse investimento por agora — ela diz e eu bufo, Tainá era mão fechada demais pra comprar as coisas pra si própria.

— E aquele Audi que eu te mostrei? Sua cara, e lindo pra caralho — pergunto e ela sorri.

— Não tenho dinheiro pra aquele carro, Dé. Só montando umas trinta franquias da Closet —

— Não é má ideia. Já falou com a Amanda sobre isso? — pergunto e ela nega com a cabeça — Pô, vida. Eu sou advogado corporativo. Escuta teu homem. Tu viu as métricas da loja no último mês. Traça uma estratégia baseada no lugar de onde mais pedem encomendas e entra com a ideia — explico e ela desvia o olhar.

— Ainda é um investimento grande, amor. A gente tá gastando com publicidade, investindo com fornecedor — ela responde.

— E se eu entrar como sócio investidor? — começo e ela bufa querendo me interromper — Escuta, Taí. Não ia pegar uma porcentagem grande. E não quero fazer isso só por que você é minha mulher. Eu acredito na empresa de vocês. De verdade. Vocês transformaram uma loja de cidade pequena numa uma marca praticamente, que virou a cara das redes sociais, é atual, é conhecida. Eu gosto de dinheiro, e acho que dá pra fazer dinheiro com isso — digo e ela olha pra mim sorrindo.

— Você acredita mesmo? — pergunta, abaixando a guarda.

— Juro pra você que sim. Vocês fazem um trabalho foda, não tinha como não dar certo — respondo fazendo carinho no rosto delicado dela.

— Amo você — ela diz e meu coração acelera igual da primeira vez que ela disse isso pra mim.

— Amo você demais, morena. Demais mesmo — respondo beijando a mão dela demoradamente.

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