Capítulo 58

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Narração: Shadow
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Depois de ter voltado a dormir, acordei novamente umas 10h00, esfregando meus dois olhos, e finalmente se sentando na cama. Encarando o chão, bocejei, murmurando de sono e agora me levantei indo ao banheiro. Escovei os dentes, lavei o rosto, dando alguns tapas em minhas bochechas, tentantando me manter acordado, levantei meus braços no desejo de uma despreguiçada prazerosa, porém quase cai duro no mesmo segundo. Chegar em casa e não ter tomado banho foi um grande erro.

Revirei meus olhos, e corri pro quarto, pegando a toalha e voltando ao banheiro. Liguei o chuveiro e deixei a água morna cair sobre meu meu rosto, escorrendo pelo meu corpo inteiro. Fechei meus olhos e suspirei bem forte. Mais um dia sozinho, sem propósito, sem motivos. Apenas paranóias.
Terminei o banho alguns minutos depois, e eu finalmente pude sentir o meu cheiro natural. Me sequei e encarei o espelho. O rosto todo amassado, e eu ainda posso dizer que alguns dos machucados da briga que tive com Mephiles ainda estão visíveis. Suponho que não dê para perceber de longe, mas estão lá.

Sai do banheiro, terminando de me secar. Arrumei o quarto e desci pra cozinha. Nada de interessante. Fiz meu café, liguei a TV da sala, assisti coisas totalmente irrelevantes e sem sentido. Na verdade... Nada faz sentido. Enquanto eu estava me saboreando com o sabor incrível daquele café da manhã, meu celular vibrou em cima da mesa. Nem me importei. Poderia muito bem ser uma notificações qualquer de alguma rede social. Vibrou de novo. Suspirei forte e pensei se valia a pena gastar meu tempo pela pura curiosidade. Talvez. Levantei do sofá e fui até o celular. Era mensagem do... Manic?
Eu nem sabia que esse ser tinha meu contato. Fiz uma casa confusa, desbloqueando o celular, li sua mensagem:

"Shadow?"

"Poderíamos citar seu nome no jornal da escola"

Que tipo de pergunta é essa?
Fiquei encarando a mensagem, pra ter certeza que era isso mesmo o que eu estava lendo. Cheguei a dar uma risada debochada. "Eu não tô acreditando nisso..." Foi o que pensei.
Respondi um "não ", óbvio. E não, não valeu a pena levantar pra responder isso, vou fingir que nem li.
Voltei pro sofá, e terminei o café. Fiquei minutos preso no celular, me entretendo com alguns memes e vídeos, talvez engraçados.
Olhei pro relógio agora e eram 13h00... Que preguiça. Levantei, lavei aquela louça, desliguei a TV, abri a porta da frente, dei um passo pra fora e meus olhos quase caíram de tão forte o sol que atingiu meu rosto. Voltei pra dentro, encostei a porta, limpei a mesa... Resumindo: Virei uma dona de casa. Ou melhor, o dono.

E finalmente voltei pra cama. Me deitei e encarei o teto. Pensando, pensando, pensando... O que será que Sonic está fazendo nesse exato momento...? Será que está feliz com minha ausência, ou talvez realmente sinta saudades? Nunca conseguirei saber se ele é verdadeiro ou não, estou apenas confiando na minha sorte. Pensei bastante em Mephiles também. Não nesse sentido, óbvio- Por que sinto que quero pedir desculpas, mas não devo? Ou que devo pedir desculpas, mas não quero?! Ou nenhuma das duas opções, eu nem sou o culpado disso tudo.

Né?

Porra, tenho que parar de pensar muito. Que saco. Levantei da cama em um pulo e peguei a mochila da escola. Abri um caderno e pela primeira vez em 50 mil anos, eu decidi estudar por conta própria. Óbvio que não deu certo. Suspirei e comecei a ler um texto de Filosofia. Nem sei porquê, eu só quero encher minha mente com algo:

Shadow: "Na filosofia de Platão encontramos a dualidade entre a alma e o corpo. Segundo ele, o ser humano era imortal e essencialmente alma"...

Suspirei bem fundo, querendo deixar minha cabeça cair sobre o caderno e esquecer de tudo aquilo. Comecei a ler de novo:

Sonadow - Como O Excessivamente Exigente (Portuguese)Onde histórias criam vida. Descubra agora