Sonadow - Como O Excessivamente Exigente (Portuguese)

Capítulo 98

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Narração: Shadow.
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Sábado, 25 de Novembro.
Eu estava em casa- na verdade, no apartamento do meu pai, que também é meu agora, e eu já tinha finalmente trago tudo que era meu, então agora é oficial, finalmente sai daquela casa que não me traz lembranças tão boas assim. O apartamento que meu pai comprou é no mesmo bairro que eu morava antes, então não fez muita diferença em relação a escola. Pegar ônibus pra ir e voltar da mesma forma, e o mesmo ônibus. A única coisa que mudou é a rua, óbvio. E também agora não moro mais perto de Tails. Uma pena, pra ele.

Enfim, era sábado, como eu disse. Meu pai estava lá em baixo, próximo ao estacionamento do prédio, fazendo sei lá o quê. Eu também já nem sabia o quê eu próprio estava fazendo, então fui dar uma curiada. Sai e entrei no elevador pra descer, porém, quando cliquei no botão pro térreo, ouvi uma idosa gritando, andando que nem uma tartaruga. Suspirei e segurei a porta do elevador, enquanto ela entrava, ainda igual uma lesma. Ela finalmente entrou, e perguntou:

???: Esse elevador sobe ou desce?

Shadow: Desce.

???: Ah, então não é esse...

E lá vai eu esperar agora ela sair com toda aquela lerdeza. Eu não me dou bem com idosos, isso é claro. Quando ela finalmente saiu, cliquei no botão mais uma vez e a porta se fechou. Agora se o elevador quebrar, despencar e eu morrer é porquê aquela idosa se livrou de sua morte, mas eu não.

Cheguei em baixo e logo caminhei até o estacionamento. Encontrei meu pai sentado em um banco que tinha lá, e me sentei ao lado dele. Nem preciso comentar do cigarro em sua mão, né? Acho que esse era o principal motivo dele estar do lado de fora. Olhei pra ele com aquela cara, que ele já sabia o quê dizia.

Pai: Quer uma tragada?

Peguei o cigarro na maior inocência, achando que já estaria todo desgastado que nem da última vez que ele me ofereceu, mas não! Estava aceso! Fiz uma cara confusa e olhei pra ele mais uma vez.

Shadow: É sério isso?

Pai: Vai logo, isso não vai te matar.

Shadow: Ah, vai sim.

Pai: Tá, então devol-

Shadow: Não! Hmph... Como que coisa esse coiso?

Pai: Puxa a fumaça e depois solta.

Shadow: Como assim?

Pai: É a mesma coisa que sugar o ar pra dentro e depois soltar.

Shadow: Nunca achei que precisaria desse tutorial.

Olhei pra aquele "palito" em minha mão. Hesitei um pouco, mas logo coloquei na boca, e fiquei com ele ali. Tentei "puxar a fumaça", ou "sugar o ar", mas quando fiz isso, a fumaça saiu toda de uma vez, e eu senti a morte colocando a mão em meu ombro. Comecei a tossir loucuras, e meu pai deu uma risada, tirando o cigarro da minha mão. Respirei fundo, meus olhos arregalados, e a tosse parou.

Shadow: QUE COISA HORRÍVEL! COMO QUE VOCÊ FUMA ISSO?! — Dei mais algumas tosses.

Ele fez uma cara de deboche, colocando o cigarro na boca e soltando a fumaça na minha cara. Me virei enquanto sentia aquele cheiro torturador entrar por minhas narinas.

Shadow: Seu pulmão deve tá como...

Pai: Uma maravilha.

Shadow: Que tal parar com isso, huh? Pode te ajudar.

Pai: Não tô afim.

Bati na mão dele, e o cigarro caiu. Ele me olhou com morte em seus olhos, mas nem me importei. Dei de ombros e fiquei olhando aos meus arredores, apenas aproveitando o quase nada que tinha ali. Voltei a olhar pro meu pai, e ele já estava acendendo outro cigarro. Ele não tem jeito mesmo.