Capítulo 60

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Narração: Shadow
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Alguns minutos nisso. Meu corpo começou a tremer diante a situação, e a única coisa que dava me vontade de fazer era gritar. E dessa vez não era um grito de tristeza, desepero, ansiedade, não. Era totalmente o contrário. Em um reflexo, minhas pernas se tremeram e eu deslizei minhas costas pela parede, até permanecer sentado no chão, e minha boca agora não saia mais nenhum som. Meus olhos finalmente se abriram, e meu corpo se relaxou naquele chão gelado. Fechei minha boca e suspirei forte. Aquele peso que estava em meus ombros desapareceu de repente?

Levantei minha cabeça, olhei pro teto, respirando fundo até tomar coragem e consciência pra se levantar. Me levantei e fui direto pra um banho, óbvio?! Terminei e me deitei, suspirando mais e mais. Ninguém irá saber que isso aconteceu. Eu sou um santo, sempre fui.

Olhei pro relógio e já eram 22h00. Agora que meu corpo estava mais relaxado devido ao episódio de prazer, decidi realmente aproveitar um pouco de motivação que me faltava, e peguei uma folha e um lápis na intenção de desenhar algo. Apenas pra me distrair. Me sentei na mesa do quarto, tirando alguns livros e o notebook de cima, e comecei a bater o lápis, pensando em alguma coisa para rabiscar.
Droga, eu só pensava em Sonic.

Como eu odeio ficar boiolinha por ele, como eu odeio pensar nele, como eu odeio amar ele, COMO EU ODEIO ME APAIXONAR!
Deitei minha cabeça na mesa em frustração e um sorriso bobo apareceu em meu rosto sem minha autorização. Parece que estou totalmente fora do controle do meu próprio corpo hoje. Apoiei meus cotovelos na mesa e meu queixo sobre minhas mãos. E o pequeno sorriso começou a crescer um pouco mais ao ponto de eu ter que morder meus lábios pra ele não se tornar maior. Fechei meus olhos, e agora já sem o sorriso no rosto, continuei pensando em algo para desenhar.

Um tempinho passou, fiz um desenho mixuruca, só pra passar o tempo mesmo. E agora já eram 00h30. Guardei a folha em uma pasta qualquer que eu tinha, apaguei todas as luzes e me deitei novamente, me enfiando debaixo dos cobertores e exclamando minha própria existência.
Um dia já passou, agora terei que passar por mais um dia inteirinho sozinho. Não como se eu não estivesse acostumado a solidão, mas parece que estar sozinho apenas comigo mesmo está se tornando tão chato. Tão vazio, chega me da arrepios.

Respirei fundo e fechei meus olhos, agora caindo em um sono profundo. Boa Noite.

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Narração: Sonic
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Continuei chorando em cima do corpo morto e sujo de sangue de Shadow, até uma voz chamar pelo meu nome. Abri meus olhos, na esperança de que fosse Shadow "ressuscitando", mas não era. Olhei para os lados, e aquela voz grave e bem grossa continuei a chamar por mim, cada vez mais rápido, e mais alto. Muita cabeça doeu. Coloquei minhas mãos em meus ouvidos, mas nem dessa forma aquela voz se abafou. Continuou me chamando sem parar, e eu já estava gritando, e aquilo tudo não parava, meu coração começando a bater mais e mais rápido, prestes a chegar em minha boca, minha respiração forte, meu corpo tremendo, meu corpo desidratando, e aquela voz não parava de gritar.

E do nada, aquela voz foi se abaixando, e se afinando até se tornar mais feminina. Respirei fundo, finalmente tirando minhas mãos dos ouvidos, ainda desesperado, mas prestando mais atenção naquela voz. Era de uma garota. Não era Amy, não era Sônia, não era Rouge, não era Blaze, não era Whisper, não era minha mãe, NÃO ERA NENHUMA MULHER QUE EU CONHECIA OU QUE PELO MENOS TENHA OUVIDO FALAR NA MINHA VIDA!!! Não que eu lembre...

A voz agora me chamava pausadamente, e o eco fazendo o som ficar mais suave ainda... De quem era aquela voz?! Olhei para o anel jogado no chão, e ele voltou a piscar loucamente, fazendo um barulho de choque enquanto a voz continuava a me chamar. E então, a voz deu um último grito ao meu nome, mas dessa vez parecia mais desesperada. E disse:

Sonadow - Como O Excessivamente Exigente (Portuguese)Onde histórias criam vida. Descubra agora