Capítulo 99

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Narração: Shadow.
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E a festa passou. Ela acabou era umas 04h00, se eu não me engano. E se fosse pelos alunos, duraria até mais. Não aconteceu GRANDE coisa, além de eu e Sonic ter se trancado no banheiro uma hora. E eu não tô mentindo com isso. A gente se trancou no banheiro e só faltava engolir um e o outro de uma vez. Tirando isso, a festa foi uma "paz". Teve dança, comida, teve até umas brincadeiras estranhas que eu obviamente não participei, mas teve. Dá pra dizer que foi uma festa boa? Dá.

E agora em diante... Férias. As notas vão sair na reunião, que será quarta, dia 6, e eu peço a Deus e mais um pouco que eu não fique de recuperação, senão terei que frequentar a escola alguna dias de Dezembro, e não quero ser torturado a esse ponto.

Domingo não aconteceu muita coisa de diferente. Joguei na quadra do prédio com um pessoal de outros quartos, mas além disso, nada interessante. Segunda-feira, marquei uma sessão com minha terapeuta às 15h00. Cheguei lá, entrei e me sentei.

Terapeuta: E aí, Shadow! Tudo bem?

Shadow: Um pouco. E você?

Terapeuta: Que ótimo. Também estou bem! Tá gostando da sua nova moradia?

Shadow: Eh... Até que não tá sendo tão ruim. Mas ainda tenho que me acostumar com alguns vizinhos.

Terapeuta: Hmm... E o seu pai?

Shadow: É aqui que eu queria chegar. — Arrumei minha postura — Você tá solteira?

Terapeuta: Quê? — Ela levantou uma de suas sobrancelhas.

Shadow: Não, eu quis dizer tipo... Ah, só me responde.

Terapeuta: Uh... — Ela coçou sua nuca — Bom, eu estou separada. Na verdade, divorciada. Já casei mas já me divorciei vai fazer acho que um ano... E o cara também sumiu do mapa, então... É. Mas que pergunta é essa?!

Shadow: É que, você sabe. Meu pai separou, e...

Terapeuta: E o quê tem a ver??

Shadow: Uhm... NADA! Ele queria marcar uma sessão de boque- DE TERAPIA! Com você, entendeu?

Terapeuta: Mhm...

Shadow: Porque ele ainda tá meio mal. Acho que ele ainda tá gostando da minha mãe mesmo depois de tudo aquilo. Ele continua o mesmo trouxa de sempre.

Terapeuta: Tá... Tudo bem, não tem problema.

Shadow: Tá, então eu vou chamar ele. — Me levantei.

Terapeuta: Ele já tá aí???

Shadow: Sim, ele veio comigo. — Caminhei até a porta — Já volto.

Abri a porta e saí. Meu pai estava sentado em uma cadeira do lado de fora da sala. Fui até ele, chamando sua atenção:

Shadow: Você já pode ir.

Ele se levantou, se despreguiçando. Foi até a porta e entrou, fechando-a. Corri até lá, e coloquei meu ouvido contra a parede pra tentar ouvir uma coisa ou outra, mas eu não poderia ficar ali por muito tempo. Apenas ouvi umas coisas, no começo.

Terapeuta: Oi, Bruno. Tudo bem?

Pai: Não.

Terapeuta: Ótimo, você está no lugar certo. Senta aí.

Eu decidi deixar minha curiosidade de lado e me afastei da porta. Como eu imaginei que iria demorar, saí de lá e dei uma caminhada, até comprei um sorvete. Fiquei enrolando, fazendo vários nadas, sentei na calçada, tomei um solzinho, voltei, e fiquei sentado em uma cadeira na mini das mini "sala de espera", e peguei uma das revistas que tinha do lado. Não me agradou. Fiquei mexendo no celular, e séculos depois meu pai saiu.

Sonadow - Como O Excessivamente Exigente (Portuguese)Onde histórias criam vida. Descubra agora