Capítulo 95

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Narração: Shadow.
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O quê foi isso???

Tentei alcançar meu pai quando ele passou rapidamente por mim e por Sonic, mas, ele foi mais rápido. Arregalei meus olhos, e olhei pra Sonic. Ele tinha suas duas mãos na boca e seus olhos também estavam bem arregalados... Senti uma vergonha, um constrangimento. Eu já esperava que isso aconteceria, mas não na frente dele. Meu Deus, que vergonha do caralho, quero morrer.

Passei minhas mãos por meus espinhos, quase sem saber o que fazer, mas eu tinha que fazer algo.

Shadow: F-Fica aqui, eu já volto.

Subi as escadas correndo e cheguei no quarto dos meus pais. Abri a porta e minha mãe estava de pé, secando suas lágrimas. Ela me olhou de cima a baixo, com uma cara fechada e se virou, sentando na cama.

Shadow: O quê aconteceu?

Mãe: Nada.

Shadow: Nada?! Eu tô perguntando sério.

Mãe: Nada!

Shadow: Nada é muito pouco! Eu ouvi tudo, ou pelo menos quase tudo. O suficiente!

Mãe: Não é da sua conta!

Shadow: Lógico que é da minha conta, vocês brigam quase toda vez na minha frente, dessa vez passaram dos limites e querem que eu fique calado.

Mãe: O seu pai pirou!

Shadow: POR QUÊ?!

Mãe: NÃO IMPORTA, ME DEIXA EM PAZ!

Bom, eu tentei ajudar. Não disse, nem fiz mais nada, apenas me virei e desci as escadas. Sonic estava sentado no sofá, e logo olhou pra mim.

Sonic: O quê aconteceu?

Shadow: Eu não sei. Minha mãe é maluca.

Sonic: Nossa... Você vai tentar procurar seu pai?

Shadow: Acho que sim... E... — Cocei minha nuca — Desculpa por isso... Você não merecia ouvir aquilo.

Sonic: Tá tudo bem... Nem você merecia...

Shadow: Eu não esperava que isso iria acontecer agora.

Sonic: Fica tranquilo... Eu sei que não é sua culpa.

Suspirei. Me virei e fui até a garagem. O carro e a moto estavam lá, então meu pai estava a pé.

Shadow: Ele não deve ter ido tão longe... Vem, eu posso te levar pra sua casa com a moto. Eu vou tentar procurar ele depois...

Sonic concordou e levei ele pra sua casa. Não demorou muito, aliás era domingo, as ruas estavam mais vazias e também estávamos de moto, então foi realmente bem rápido. Depois, voltei pro meu bairro, pra minha vizinhança e comecei a desaceler, dirigindo devagar e vasculhando cada canto com meus olhos, a procura do meu pai. Fiquei quase uns 10 minutos nesse esconde-esconde, que eu já estava até desistindo e voltando pra casa. Mas então, encontrei ele em uma esquina, escorado na parede, olhando pro chão.

Me aproximei e estacionei a moto na calçada. Desci e andei até ele, em silêncio. O mesmo já tinha notado minha presença, mas não fez nada, ainda encarando o chão e, claro, com um cigarro em suas mãos. Suspirei forte e arranquei de sua boca. Ele soltou uma pequena tosse abafada, mas não teve mais nenhuma reação.

Shadow: Para de tentar aliviar o seu stress com um cigarro.

Olhei ao meu redor e achei alguns sacos de lixo próximo a um poste. Andei até lá e joguei o cigarro ali. Logo voltei pro lado do meu pai e o encarei, mas ele ainda olhava pro chão, sem rosto quase sem emoção, sem vida.

Sonadow - Como O Excessivamente Exigente (Portuguese)Onde histórias criam vida. Descubra agora