Capítulo um.

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Belisa.

📆 Sexta, 6:00 am.
📍Parque União, Cpx da Maré, Rio de Janeiro.

Levantei cedo pra fazer minha caminhada pela favela porquê eu sou daquele tipo de mulher que se respirar muito já está engordando e em nome da minha vaidade e em nome do meu bem estar eu me obriguei a me cuidar até que hoje me acostumei e não vivo sem.

Uma hora e meia certinho eu terminei e fui pra padaria antes de ir pra casa. Comprei pão, frios e outras besteiras, porque eu gosto! Não é porque eu malho e caminho que eu vou me privar de comer o que eu quero gosto né? 

Subi pra casa depois de pagar as coisas e quando eu cheguei na esquina, já vi a merda de longe, Verônica batendo no portão de casa com força e chamando pelo meu pai.

Minha mãe saiu pra fora daquele jeito e eu chegando devagar. O pessoal que estava na rua, já estava parando pra ver mais um dos milhões de escândalos envolvendo a minha família de maluco.

Safira: QUE PORRA É ESSA NO MEU PORTÃO, VERÔNICA? TÁ ACHANDO QUE AQUI É A ZONA DA TUA CASA? - era a voz da minha mãe gritando do lado de fora.

Verônica: VIM BUSCAR O MARCELO, TÁ NO MEU TURNO, COLEGA. - esbravejou batendo palma.

Safira: MARCELO É O CARALHO E TURNO DE CU É ROLA, FILHA! - saiu pra fora de baby doll.

Verônica: Tu fala comigo direito pra eu não… - minha mãe a interrompeu.

Safira: Tu vai fazer o quê, amigona? Diz aí! - começou a bater palma e eu neguei com a cabeça - Marcelo não vai não que ele passou três dias a mais na casa da Janine, então ele só sai daqui de casa na terça feira. - minha mãe berrou de novo.

Verônica: Eu não tenho nada com isso não, Safira. Tu vai se entender é com ela lá, eu tô no meu direito e eu quero meu marido. - falou firme.

Safira: Direito? Enfia o teu direito no cu, caralho, não fode! - deu uma pausa - Ó, some da minha porta, nós vamo ter um problema aqui.

Verônica: Tá me ameaçando é? - debochou.

Safira: Eu vou e faço, Verônica! Tu não me testa não que hoje não tô boa. - gesticulou e a Verônica ia pra cima da minha mãe.

Belisa: Já deu né, gente? Poxa, vocês não tem jeito de resolver isso sem ter que fazer escândalo? - me intrometi e entrei na frente da minha mãe.

Parece que eu falei chinês, coreano porque elas continuaram batendo boca na rua e os cara do movimento se aproximando. 

Safira: E olha só, hoje vai ter almoço na dona Noêmia pra comemorar o aniversário dele. Vê se não atrasa dessa vez! - se encostou no portão.

Verônica: Quem se atrasa é a Janine, mas eu vou mesmo, pode me esperar. - saiu andando como se nada tivesse acontecido.

Toda semana é essa perturbação por conta do "gostoso" do meu pai que tem três mulheres. Sim, o gato só quer ser o Mr. Catra e conseguiu esconder a vida tripla por quase doze anos e desses três casamentos saíram sete filhos.

Tudo começou quando ele conheceu a minha mãe, a Safira que é a primeira esposa e então ele meteu dois filhos nela. O Rafinha de 24, o mais velho e eu de 19 anos. A Verônica é a segunda e nela ele meteu três, Isabela, André e Victor. Ambos tem aquela faixa entre 15/17 anos, não sei direito porque é muita bagunça. Por fim, a Janine é a última e mãe dos caçulas, a Thaylane de 9 e a Júlia de 7 anos.

A farsa caiu por causa de um silicone que meu pai marcou na clínica pra minha mãe, mas ele bêbado falou a mesma história pras três. No dia marcado na clínica, elas descobriram tudo e aí o caô formou e a porrada cantou.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora