Imperador.
Fiquei lá pela casa do meu avô com o pessoal, mas atravessei pra Penha pra dormir com a minha mulher e no outro dia nós foi pra casa do meu pai novamente.
Tudo o que a gente sabia era que a Alana estava viva e que ia se submeter a outra cirurgia, mas nem mesmo a Sheron me disse o motivo exatamente e eu comecei a desconfiar que tinha coisa errada aí.
Caroline: Minha sogra ainda não chegou do hospital ou tá lá em cima? - olhou pro meu pai enquanto passava o café.
PH: Gabriela nem do hospital saiu ainda e o que me deixa mais bolado é que ela não fala o que tá acontecendo, só disse que a Alana tá viva. - respirou fundo.
Imperador: Se acalma coroa, não adianta pilhar porque essas coisas de hospital é foda e a mãe também tá nervosa, mas ela vem pra casa e aqui a gente fica sabendo do que tá rolando lá. - falei tentando tranquilizar, mas esse silêncio tava me deixando doido.
Fábio: A mãe foi buscar ela no hospital, já tão vindo com toda certeza. - sentou do meu lado pra tomar café.
O pessoal conversava entre si e eu me mantive em silêncio, perdido nos meus pensamentos que estavam bem barulhentos, tal qual o paredão da equipe que participa dos bailes na Chatuba.
Afastei os pensamentos quando ouvi a voz da minha mãe vindo da sala, todo mundo levantou da mesa e foi pra sala praticamente voando. Ela estava com o rosto super inchado de choro, semblante muito cansado, tava abatida e estava segurando as lágrimas.
PH: O que tá acontecendo, amor? - ele olhava pra ela apreensivo e abriu os braços.
Gabriela: Ai PH, a nossa filha PH… - ela largou o blazer em cima do sofá e foi se abraçar com meu pai.
PH: O que aconteceu com ela? Hm? Fala pra mim, Gabi, eu tô ficando doido e tô pensando no pior. - ele já tava chorando, mas mesmo assim falou baixo com ela.
Imperador: Qual foi da parada? O que é que tá acontecendo com a Alana, Ayla? Minha irmã morreu é isso? - olhei pra Lala que também tava chorando e a puxei pelo braço até a cozinha.
Ayla: Não, ela tá viva e resistiu a cirurgia. - respirou fundo e eu abri olhão na mesma hora - Um dos tiros que deram nela atingiu a coluna e com isso ela perdeu os movimentos das pernas. Assim como o tio Guto, ela também não anda mais.
— NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO. - ouvi o grito estridente do meu pai vindo da sala, nós correu pra ver e ele tava caindo ajoelhado no chão agarrado com a minha mãe completamente desesperado.
Naquele momento eu entrei em choque, jamais passou pela minha cabeça que um dia ia ver minha princesa sofrer dessa forma e ainda mais por causa de alemão mandado.
Meu pai chorou igual criança na nossa frente, ali já nem era ele mais no controle que quem conhece o velho, sabe que ele não chora na frente de ninguém, o sofrimento dele ele guardava pra ele. A única pessoa que já tinha visto meu pai chorar de perto, era minha mãe, ninguém além.
Ali ele começou a se culpar pelo que aconteceu e o foda é que quando ele começa a botar bagulho na cabeça é pra ficar doido e eu já comecei a temer dele entrar na neurose e fazer besteira com a própria vida.
Minha mãe começou a contar os detalhes de como ela tinha recebido a notícia, eu não aguentei e chorei junto. Tá maluco, Alana já fez muita merda, já briguei com ela diversas vezes, mas na minha visão ela não merecia isso. Porra, a cabeça dela deve tá uma merda!
Imperador: Pai, eu vou sair pra resolver uma parada aqui no Alemão mesmo, é pessoal, o senhor me dá carta branca? - me abaixei do lado dele.
Gabriela: O que é que tu vai aprontar, Pablo? Fica aqui com a gente, meu filho. - segurou no meu braço.
Imperador: Justiça, mãe. - beijei a palma da mão dela e desviei o olhar pro meu pai - E aí, o senhor libera?
PH: O comando é teu, filho, faz o que tem que ser feito. - me olhou nos olhos e eu concordei com a cabeça.
Imperador: Valeu, coroa. - beijei a testa dele e depois a testa da minha mãe.
Olhei pro Corolla e fiz sinal pra ele me acompanhar, no o Alemão tava no meu nome e eu ia fazer justiça e não só pela minha irmã, mas pela nossa família.
WL ainda não havia sido executado e pra ele infelizmente ele não ia rodar sozinho. Cheguei na boca cuspindo fogo pelo nariz e soltando sangue pelos olhos na mesma hora que meu tio Falcão tava brotando.
Imperador: Bença tio. - falei assim que ele se aproximou de mim, respeito prevalece acima de tudo.
Falcão: Deus te abençoe. - fez o ritual de sempre - Cadê teu pai, tá aí?
Imperador: Meu pai tá em casa com a minha mãe, tá maior caos, sofrimento só o senhor vendo. - neguei com a cabeça.
Falcão: Consigo imaginar, a gente que é pai sofre mais que os próprios filhos e principalmente quando são eles que tão em perigo. - respirou fundo - Não gosto nem de imaginar, mas e a Alana, já tem notícia dela?
Imperador: Tem, minha irmã não pode mais andar, tio Falcão. - falei boladão - Essa gracinha desses filhos da puta terminou com a Alana paraplégica, o tiro que ela tomou acertou a coluna dela, maior caô.
Falcão: Tá de caô? Que isso, menor, tá doidão?
Corolla: Papo é reto, Falcão, tá maior choradeira lá no PH, doutora já confirmou a história toda.
Falcão: Caralho, que bagulho errado. - botou a mão na cabeça - Tô nem acreditando, doideira pô. Não é possível, tem que ter alguma chance disso não ser verdade.
Imperador: Se tivesse, eu daria até minha liberdade, a minha vida se tivesse jeito de Alana não tá passando por tudo isso. Meu pai tá lá em cima se sentindo culpado, de certa forma até tem culpa porque resolveu agir tarde demais.
Falcão: Não é hora de parar pra crucificar ninguém, nós vamo cuidar dela e vamo atrás de médico até na casa do caralho pra gente correr atrás de reverter. - falou me sacudindo.
Imperador: Lala falou que é o mesmo caso do tio Guto, não volta mais não. - falei segurando a vontade de chorar de novo.
Falcão: Lala é médica agora? Até onde eu sei ela é advogada, porra! - abriu olhão - Nós vamo correr atrás, enquanto tiver chance nós não vai desistir.
Imperador: Enquanto isso não acontece, eu quero é o vacilão do WL pra eu acertar as contas e meu pai já liberou, o comando é meu. - abri olhão pra ele.
Falcão: Todo teu. - apontou na direção lá do alto.
— Tá pensando que vai sozinho pra onde, ô do Império? - uma voz conhecida falou, virei pra ver e era Fernandinho.
Imperador: Fazer justiça, pô.
Fernando: Vai sozinho não, vou contigo! Nós não é família nessa porra? Então, tô nessa também.
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DO JEITO QUE A VIDA QUER 4
FanficFabiana e Murilo morreram e seus familiares se afastaram após uma briga. Será que um dia a família Falconi volta a ser como antes?