Capítulo oitenta e oito.

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Atacante.

A vontade era sair entrando em tudo que é favela de alemão e ir caçar a Alana, porque porra não é possível ela ter sumido do mapa e sair do estado ela também não saiu. Eu me sentia culpado, devia ter insistido pra ela andar com segurança atrás dela, pior que a filha da puta foi convincente, disse que se garantia na bala e que se tivesse que correr, ela pisaria no acelerador com os dois pés. Confiei porque Alana dirigindo não é de bobeira, tanto é que pra pegar a nega teve que ser batendo e jogando ela de cara no muro.

Além da preocupação com a Alana, ainda tinha Kaíque que não parava de perguntar por ela e chegou a cismar que eu tinha mandado ela embora de casa, tive que me ajoelhar na frente dele e jurar que não fiz isso e tive que contar mais ou menos a verdade. Não teve jeito, tive que mandar buscar minha mãe pra vim ficar com o moleque aqui em casa, ver se pelo menos a presença dela fazia ele dar uma amenizada na falta que ele tava sentindo.

Lilian: Wellington, pelo amor de Deus, tu trata em achar logo essa garota, porque teu filho não vai aguentar e agora deu pra chamar ela de mãe. - me puxou de canto assim que eu entrei em casa.

Atacante: Acha que eu não queria já ter achado, mãe? Mas eu não tenho bola de cristal. - falei perturbado.

Lilian: Então você trata de passar a ter, Kaíque tá doente, tá com febre e eu levei no médico do postinho, já que a ordem é não sair da favela, o médico falou que é emocional o problema dele. - falou séria.

Atacante: E cadê ele? - procurei pela sala e nem sinal dele.

Lilian: Tá no seu quarto, ele pediu pra deitar lá e eu não tive jeito de negar. Tá molinho, molinho e pra comer deu trabalho, mas tá medicado e já comeu.

Atacante: Vou lá.

Subi pro meu quarto, quarto esse que eu dormia com a mandada e meu filho tava lá deitado com a tv ligada. A cara dele não era das melhores, mas quando ele me viu, ele sorriu.

Kaíque: Pai, já achou a minha mãe? - se sentou na cama e eu respirei fundo.

Atacante: Ainda não, mas eu vou achar ela e trazer ela pra casa. - me sentei do lado dele e o coloquei no meu colo - E aí, tu tá bem?

Kaíque: Tá doendo aqui e eu tô com frio. - apontou pra própria cabeça.

Atacante: Vai passar, a vó te deu remédio, não foi? - ele concordou com a cabeça - Então, tem que ficar quietinho e comer pra ficar bem, tua mãe já já tá aí e tu sabe como ela é.

Kaíque: Tá. - deitou a cabeça no meu ombro e eu fiz carinho nos cabelos dele.

Atacante: Vou falar pra Ellen pra trazer o Yago aqui pra jogar vídeo game contigo, já é? - ele apenas concordou com a cabeça.

Coloquei ele deitado na cama novamente, na hora que eu ia deitar também meu celular tocou e era Fernandinho ligando pelo whatsapp. Estranhei, mas pensei na possibilidade de ser algo da Alana e atendi.

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Atacante: Fala, moleque.

Fernando: Tô precisando que tu brote aqui pelos acessos, traz o celular da nega.

Atacante: De novo?

Fernando: Na hora do nervoso ninguém pensou, mas Alana tava de smartwatch, dá pra ver a última localização, mas só pelo aparelho dela que é esse que tá contigo. O aparelho dela que tá aqui no meu tio, a conta do iCloud é diferente, outra conta e só mostra a localização do relógio antigo que ela tem.

Atacante: Já é, vou atravessar pra aí. - falei abrindo a gaveta e pegando o celular da Alana.

Fernando: Brota, brota, tamo aqui te esperando.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora