Capítulo cinco.

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Belisa.

Sinceramente? O mundo vai se acabar e noventa por cento dos cariocas vão estar presos na Avenida Brasil, não é possível não. Um engarrafamento monstruoso, Paula na minha garupa e eu na ponta do pé na pcx da minha mãe.

Paula: Imagina se isso aqui fosse em pleno meio-dia, a gente ia morrer torrada.

Belisa: Nada pode ser pior que isso, nada. O que é que tá faltando me acontecer agora? - revirei os olhos.

O carro da frente deu uma andadinha e eu acelerei em seguida, só que o desgraçado freou de uma vez e eu tive que fazer a mesma coisa, ocasionando uma batida em cheio na traseira de um Audi TT branco.

Muito bem, Belisa! Se prepara pra vender os rins pra pagar o conserto.

O ser humano desceu do carro e eu até me surpreendi. Era uma mona, aparentava ter vinte anos mais ou menos e tinha cara de enjoada, sabe? Rezei mentalmente pra pelo menos ela não querer me engolir ali mesmo.

— Garota, tá ficando louca? Olha o que você fez na traseira do meu carro. - falou super histérica.

Belisa: Eu tô vendo e não foi intencional, mas tô disposta a resolver com você da melhor forma. - fiz sinal pra Paula descer e desci da moto em seguida.

— Eu acho bom tu resolver isso mesmo, pode se preparar pra vender essa tua motinha aí e voltar a andar de ônibus! Não vai sair barato não, tá? - falou alto e essa hora quem estava ao redor já tava olhando.

Belisa: Tu fala baixo que eu não sou surda e porque eu tô te respeitando, mas se tu quiser ser baixa, eu vou ser subterrânea. - peitei ela.

Paula: Deixa isso pra lá, Bel, vem cá. - entrou no meio e me afastou da mona.

— Tu sabe quem sou eu, mona? Eu sou Alana Falconi, filha de advogada. - colocou a mão na cintura, se quebrando toda.

Belisa: E daí, cara? Não me dizendo nada e não te conheço como porra nenhuma. Estou tentando chegar num consenso contigo! Tô falando que eu vou pagar essa merda. - explodi.

Alana: Não paga de louca pra mim que um telefonema meu e tu vai parar lá na décima segunda. - me olhou de cima a baixo.

Belisa: Quer saber? Chama todo mundo e vamo pra décima segunda, que se foda. - berrei no meio do trânsito.

Paula: Para Belisa! - tentou me conter.

Belisa: CHAMA A POLÍCIA, LINDONA, CHAMA LÁ. - gritei e a mona se surpreendeu.

Paula: PARA BELISA! - gritou - Tá descontrolada, cara.

Alana: Melhor escutar sua amiga! - debochou.

Belisa: CALA A PORRA DA TUA BOCA. - eu quis avançar pra voar nela, mas a Paula me segurou.

Foi babado, mas acabou que a Paula pegou o número da vaca pra entrar em contato e a vaca acionou o seguro dela. Só esperar o rombo do valor da franquia, cheguei na Maré fumaçando, deixei a Paula na NH e atravessei pro PU.

Contei o babado todo pra minha mãe, afinal a moto é dela e eu que tava no toque. A sorte é que minha mãe é compreensiva e no fim só tava preocupada se eu tinha me machucado e ela ia trocar onde danificou.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora