Capítulo trinta e seis.

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Alana.

Depois que meu pai me expulsou de casa com uma mão na frente e a outra atrás, dei graças a Deus pela semana que eu passei no hospital me recuperando do que aconteceu lá no Parque União.

No dia da minha alta, eu não sabia nem pra onde ir, mas tinha decidido que ia me afastar da minha família e recomeçar em outro lugar. Uma semana largada sozinha numa cama de hospital me fez repensar bastante coisa e uma delas era meu vínculo familiar.

Os olhos do pessoal estavam todos voltados pro desaparecimento do meu irmão e por conta disso minha mãe nem assinar minha alta veio. Acontece! Mas não julgo não, espero que ele seja encontrado e de preferência com vida. Afinal, é meu irmão!

O primeiro amor da minha vida dizem que foi o Pablo, a primeira palavra que eu falei foi o nome dele e apesar das nossas brigas eu amo aquele preto. Um dia eu me bato com ele de novo e tento reatar a ligação tão linda que a gente tinha.

Meu irmão sabia me dizer um não, já meu pai.. Enfim, não adianta chorar pelo leite derramado.

Saí do hospital e comecei a andar sem rumo pelas ruas. Senti que estava sendo seguida, virei pra trás e tinha um homem estranho andando atrás de mim. Troquei de calçada e achei estar livre porque ele continuou andando na calçada que estava, mas quando atravessei e passei pela esquina esse mesmo homem me segurou pelo braço.

— Fica quietinha, se tu gritar tu morre agora. - falou baixo no meu ouvido e encostou a arma na altura da minha coluna.

Alana: Veio assaltar a mulher errada, tô mais lisa que sabonete molhado.

— Se tu ficar de gracinha tu vai tomar um tiro, tu vai calar a porra da boca e vai entrar no carro.

Alana: Claro, com um pedido desse quem seria o louco entre nós né? - entrei no carro preto que parou do nosso lado.

Tudo bem que eu tenho um karma grande pra pagar pelo que eu fiz, mas não sabia que pagaria assim, sendo sequestrada e possivelmente morrendo.

Ao entrar no carro tomei uma coronhada na cabeça e apaguei.

[...]

Alana: Queria mesmo entender teu problema comigo, tu me sequestra e ainda quer que eu fique calma? - abri olhão olhando o Atacante de sorrisinho.

É essa palhaçada toda foi ele! Filho da puta tá de olho em mim e como ele não podia ir me visitar, ficou na espreita até o dia que eu ia sair do hospital. Agora tô aqui numa sala num barraco dentro do Jorge Turco.

Atacante: Te salvei de tu ser pega por cu azul e ser forjada, executada e coisas bem piores. Bem que a tua família diz que tu é mal agradecida! - riu debochado.

Alana: O que é que tu quer de mim? Não era só um lance de uma noite?

Atacante: Poderia! Mas mandei te trazer pra cá porque tu vai trabalhar pra mim.

Alana: Eu? Trabalhar pra tu? - dei risada - Tu quer que eu faça o quê? Eu sou péssima pra traficar, nunca matei ninguém e se nego me apertar demais eu falo até o que eu não devia falar. Eu sou a parte burra da minha família!

Eu não tava pretendendo seguir o ramo da minha família, então eu me esculachei pra ele ficar ciente.

Atacante: Relaxa, tu não vai traficar pra mim não! Tu tem o rosto bonito demais pra isso. - acariciou meu rosto - Tu simplesmente vai tomar conta do meu filho e da minha casa.

Alana: Tu tá me propondo que eu trabalhe de governanta pra tu? - repeti pra ter certeza se era isso que eu estava entendendo.

Atacante: Gover o quê? Garota, quem governa meu morro sou eu.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora