DO JEITO QUE A VIDA QUER 4

Capítulo oitenta e nove.

Alana.

Sempre falei que se me apertasse, eu entregava tudo né? Descobri que não é bem assim, o tanto que eu já apanhei desde que eu cheguei, garanto que eu não apanhei do meu pai a vida toda, coisa de maluco, achei que ia morrer levando porrada. Só que se me matar, os planos do trio traíra do ano vão de ralo igual eles.

Tudo aqui não passa de uma conspiração, Jetta quer o comando, LC o fornecedor de armas que abastece as favelas do Atacante, fora a droga que meu pai e meu tio abastecem pelo país e WL quer o futuro lugar do Fernandinho. Vê se pode, cara não sentou na cadeira de chefe ainda e nego já quer o suposto lugar dele. Eu não sabia nem que meu pai ia entregar o controle do comando e muito menos que seria pra Fernandinho. Maior auê aquele dia dele e do meu tio no Chapadão a troco de nada, de alguma forma eu fiquei bolada.

Tô me fazendo de forte, mas em pensamento já pedi a Deus que me tirasse daqui de alguma forma e livrasse minha cabeça dessa com vida por causa do Kaíque. Imagino como que tá a cabeça dele nessas horas, de uma hora pra outra a mãe dele “sumiu” e agora eu fora de circulação. Não sei também o que tá passando pela cabeça do Wellington no momento e tudo isso vem me deixando cheia de neurose.

Dei um jeito de dar sumiço no meu relógio, escondi dentro do cativeiro mesmo, embaixo do colchão da cama. Não tinha muito o que se fazer, já tava descarregado, mas se eles desconfiassem que o relógio deixa vestígio de localização, é claro que me levariam pra outro lugar. Inclusive, tô contando com isso porque até agora ninguém deixou eu ter contato com ninguém da minha família. Apenas um vídeo meu apanhando foi enviado e eu só sei disso por causa que o WL fez questão de me mostrar.

Tive que ativar a Alana desgraçada do velho testamento pra suportar tanta coisa sem surtar porque a pressão psicológica é enorme.

Alana: Tu pode me matar que não vai dar em nada! - falei olhando pro Jetta - Meu pai não vai se dar o trabalho de sair de onde ele tá e olhe lá se Atacante não já tiver colocado outra dentro de casa.

Jetta: Tu desacredita muito das coisas e principalmente da tua família, né não? Ouvi dizer que teu pai tá furioso, tá doido pra saber por onde que tu tá e quem foi que te sequestrou. Tu pode ter feito o que for, mas teu papaizinho vai vim te buscar, ele vai morrer e eu vou tomar conta do comando. - sorriu.

Alana: Louco e sonhador… - cantei no deboche puro e o encarei.

Jetta: Sabe que se eu não fosse te matar quando isso tudo acabar, eu ia te fazer de primeira dama? Pra tu ver com teus olhos onde que nós chegou e vamo chegar.

Alana: Eu de primeira dama do teu lado? Tá delirando, cheirando pó falsificado de terceiro? - dei risada - Prefiro morrer a viver um halloween desse, que isso?!

Jetta: Tá falando muito, cala a boca, pô. - falou boladinho.

Alana: Tu que tá! Tá respirando ainda, mas tá morto, tá falando, mas não tá vivo. - pisquei pra ele.

Ele ia me agredir de novo, mas antes da mão dele descer na minha cara, a bala começou a cantar. Só rajadão, papo de granada tava rolando já e a G3 cantando pertinho. Abri um sorrisinho e Jetta me olhou um pouco puto.

Jetta: Que porra é essa, caralho? - murmurou puto.

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— Coé Jetta, LC caiu mano. - o aviso veio na frequência e eu não segurei o sorriso - Quem tava junto com ele, foi de ralo também, Fernandinho que passou o cerol, tendeu?

Jetta: Fofoca, pô. - negou com a cabeça - Tudo o que ele tinha que fazer era meter bala no cara, puta que pariu, tô cercado de incompetente.

Alana: Respeita o QG. - falei sorridente e o Jetta me olhou feio.

Jetta: Tu não sai daqui viva e não custa muito eu fazer isso agora. - falou segurando meu maxilar.

— Tô te falando, LC tá morto e se tu não quiser morrer também, larga essa porra aí e vamo meter o pé. Tropa do Alemão tá em peso aí, vai quebrar tudo, entendeu?

Jetta: Quem manda no Chapadão sou eu, brabão de eu largar essa porra. Tenho medo de ninguém não, só de Deus! A ordem é muita bala nesses filhos da puta.

— Nós não vai dar conta, PH chegou com sangue no olho e não veio sozinho. Alemão, Penha, Jorge Turco, Parque União, tá tudo aí mano, tem mais de trezentos.

Jetta: É o que nós vamo ver. A ordem é ir pra cima desses cuzão, porra!

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Jetta ficou nervoso, mais do que já estava e simplesmente tapou minha boca com uma fita e foi pra trocação me arrastando junto, me fazendo de escudo humano. Eu confesso que agora eu tava com medo, tiro de fuzil quando não mata, aleja e dependendo de onde venha a bala, ainda machuca mesmo depois dela perder a força.