Belisa.
Acordei cedinho pra voltar a minha vida de assalariada no meu antigo trabalho. Dona Luíza recebeu o oficial de justiça e não gostou nada de saber que eu ia mover um processo na empresa dela e do marido dela.
Ela me chamou pra conversar, eu fui e expliquei o que havia ocorrido no dia que a Dani me demitiu e ainda sobre o fato do vídeo íntimo da minha transa com o Roger.
Acabou que ela demitiu a Dani e pediu que a gente entrasse num acordo. Eu esquecia esse processo na justiça e voltava a trabalhar pra ela novamente e mais um bônus no meu salário e como eu não vi problema, eu aceitei bem linda.
Paula: Nem acredito que a gente voltou a trabalhar junto de novo, fiquei péssima quando tu saiu.
Belisa: Ficou sobrecarregada né? - sorri e me sentei na minha cadeira.
Paula: Tinha dia que isso tava o cão. - ligou o computador dela - A dona Luíza mandou essa lista aqui, tem dois grupos de funcionários da Azul pra renovar os exames.
Paula abriu a gaveta e puxou uns papéis com os nomes dos funcionários que tinham que comparecer e tinha um grupo dividido entre a manhã e à tarde.
Fora os que viriam em outras datas, pois não dava pra fazer todo mundo no mesmo dia por causa da escala dos pilotos.
Paula: Olha quem vem hoje. - bateu os dedos na folha chamando minha atenção - Roger Murilo, te lembra alguém?
Belisa: Não acredito, deixa eu ver isso aqui. - dei risada e neguei com a cabeça quando eu li o nome completo.
Paula: Eu na hora nem acreditei, só acreditei quando eu li o sobrenome e te falar esse homem dá pra ter umas trinta personalidades com esse tanto de sobrenome.
Belisa: Nem brinca! Cada nome dá um trabalho diferente.
Paula: Mas tu gosta que eu sei.
Belisa: As vezes sim, as vezes não. - rimos.
Paula: Então tá, mona.
Eu e aquela benção continuamos ficando normalmente mesmo depois do caô que deu por causa do vídeo que a Alana filmou. Fiquei possessa que eu não pude descarregar meu ódio nela, porque quem cobrou foi o próprio pai dela.
Achei pouco, mas tomara que ela tome muito no cu pra aprender a ser gente.
Era umas oito e meia quando chegou um pessoal acompanhado de uma loira siliconada. Ela estava com uma saia azul marinho, uma blusa azul clara daquela social bem apertada e por cima um blazer da mesma cor da saia com a logo da azul.
Enquanto o pessoal se acomodava nas cadeiras, incluindo o Roger que sorriu e piscou pra mim, ela veio pro balcão e a Paula começou a atendê-la enquanto eu ia levar a ficha de um dos pacientes pra enfermeira.
Quando voltei, ela já tinha falado com a Paula e tinha se sentado justamente ao lado do Roger e ela de conversinha com ele que estava mexendo com um outro homem que estava sentado em sua frente.
O que o Roger tinha de lindo, tinha de perturbado.
O sorriso dele caiu por terra quando começaram a falar na família dele na televisão. O Imperador continuava desaparecido e nos jornais não se falava em outra coisa a não ser nele e nos parentes.
A tal loira comentou alguma coisa no ouvido dele e acariciou o braço dele sem o menor pudor. Ele negou com a cabeça e desviou o olhar pra televisão novamente.
“Nesse momento acaba de chegar a mãe do traficante, a advogada criminalista Gabriela Carvalho de Andrade Falconi acompanhada da esposa do traficante e seus advogados auxiliares.
Ela apresenta nervosismo e se recusa a falar com os repórteres. Mais uma vez ela comparece ao presídio de Bangu em busca de notícias do filho.”
Paula: Negócio tá brabo mesmo, sério mesmo que ainda não acharam esse homem? - comentou baixo comigo.
Belisa: Ainda não. - digitei o nome do paciente - Nem a família dele sabe onde ele tá.
Paula: Roger não fala nada pra tu não?
Belisa: Vai falar o quê se ninguém sabe onde ele tá? Meu pai falou que tão começando a achar que ele tá morto e sumiram com o corpo.
Paula: Tomara que achem logo e acabe logo essa agonia antes da Kamila subir no colo do Roger. É só o que tá faltando. - falou no meu ouvido e levantou pra levar mais algumas fichas pro médico.
Olhei novamente pra eles e aquilo já estava me deixando um pouco incomodada, mas a vida que segue.
Atendi um por um, quando chegou no Roger ele sentou na minha frente cheio de sorrisinho e eu respirei fundo.
Belisa: Bom dia, documento com foto, por gentileza. - mantive o protocolo.
Roger: Tá aqui. - abriu a carteira dele e colocou a habilitação na minha mão e ainda acariciou.
Belisa: Tá sem comer a quanto tempo?
Roger: Você? A cinco, seis horas mais ou menos. - olhou pro relógio e me olhou, todo cheio de gracinha.
Belisa: Para de graça que eu tô trabalhando. - falei baixo e olhei feio pra ele.
Roger: Doze horas e alguns minutos. - falou e eu digitei no sistema - Que cara feia é essa?
Belisa: A mesma de sempre. - forcei um sorrisinho, imprimi a ficha dele e destaquei a parte que fica nos arquivos da clínica - Assina aqui, por gentileza.
Roger: Não é mesmo, quando eu cheguei tu até sorriu pra mim e agora tá assim. - falou assinando e entregando a folha pra mim junto com a caneta.
Belisa: Talvez porque eu não tenha visto a Kamila quase subindo no teu colo como eu vi agora. - falei entredentes.
Roger: Não é isso que tu tá pensando.
Belisa: Roger, tô trabalhando. - falei séria e levantei já com a ficha dele na mão - Pode aguardar, você vai ser chamado.
Roger: Belisa… - o ignorei.
Senti meu celular vibrar no bolso da minha calça, deixei a ficha dele com a enfermeira e ao sair da sala dela puxei o celular do meu bolso e vi pela tela de bloqueio a notificação. Era ele me mandando mensagem.
Gosto de ver nego atrás de mim.
📲 Roger
R: Não fica assim comigo não Bel, eu não tenho nada com a Kamila e ela é só executiva da empresa.
B: Fica tranquilo, não temos nada sério.
R: Não temos nada é o caralho.
🤬🤬B: Sinceramente? Eu não ligo.
📲
Voltei a trabalhar e ele me encarando com aquela cara de puto que ele faz. Adoro essa carinha quando ele tá na cama comigo, mas essa hora não vai rolar.
Queria ver se fosse eu cheia de gracinha com outro homem na frente dele, nego derrubava tudo na força do ódio. Eu hein!
VOCÊ ESTÁ LENDO
DO JEITO QUE A VIDA QUER 4
FanfictionFabiana e Murilo morreram e seus familiares se afastaram após uma briga. Será que um dia a família Falconi volta a ser como antes?