Capítulo oitenta e dois.

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Alana.

Hoje o dia tá do cu virado mesmo, não sei como, mas Ayla me ligou e quis comer meu cu por telefone por causa da briga com meu pai lá no Chapadão. Deixei ela falar o que quis, quando ela cansou a língua, eu mostrei porque que meu apelido na escola era cavalo do cão. Me pergunto quem é que vai ser o próximo a me ligar pra me cobrar dessa parada.

Mesmo assim fui fazer minhas obrigações, levei Kaíque pra natação e de lá me despenquei pro banco. Fiz os depósitos pra várias contas fantasmas do Atacante e de lá fui me encontrar com o advogado da tia Keila. Fui cuidar da transferência do apartamento pro meu nome e buscar a caixa de jóias. Pensa na dor que me deu quando ele me entregou e abriu pra conferir peça por peça e ainda me deu acesso a minha nova conta do banco pra onde iria parte do dinheiro que eu herdei.

Ano que vem, tô sonegando imposto e lavando dinheiro pro Atacante. Certeza!

Meu celular tocou e pelo visor eu vi que era a minha mãe, joguei o celular na perna, atendi e botei no alto falante. Falei com a minha mãe até eu chegar na natação pra buscar o Kaíque e de lá resolvi entrar na Penha.

Cheguei lá no Ordem, o maluco resolveu encrencar com a minha cara, mandou eu descer do carro e Kaíque deu um berro dizendo que ia contar pro pai dele. Resultado, o cara bateu um rádio pro Choque que mandou deixar eu passar.

Kaíque: Mas eu vou contar pro meu pai mesmo, vou contar que o homem brigou contigo, peste.

Ótimo, ensinei ele a me defender, agora vou ter que ensinar que X9 morre cedo.

Alana: Amorzinho, deixa eu te falar uma coisa! Eu entendo que você não tenha gostado, mas o moço tava fazendo o que ele é pago pra fazer.

Kaíque: Lá no Jorge Turco ninguém briga contigo, peste.

Alana: Lá no Jorge Turco, já tão acostumado a me ver, mas aqui é diferente, eu não venho aqui todo dia. Entendeu?

Kaíque: Entendi.

Alana: Isso, lindo. - sorri e beijei a testa dele.

Desci do carro e deixei na frente da casa do Imperador, a Carol tava chegando da rua e quando eu perguntei pelo meu irmão, ela disse que ele tava na boca e pediu pra eu arrastar ele pra casa pra almoçar. Bom, não neguei né? Peguei a chave da moto do bonito, montei nela, botei Kaíque em cima do tanque e me despenquei da rua doze direto pra onde ele tava.

Alana: E aí, vagabundo. - parei na frente da boca e buzinei pra ele que tava saindo.

Imperador: Fala tu, ladrona. - desceu escoltado com dez seguranças em volta - Te liberei pegar no que é meu?

Alana: Quem liga? Sabe que é tudo nosso. - fiz careta pra ele - Vim ver se tu tá vivo.

Imperador: Vivo e mais gostoso do que nunca. - sorriu - E aí, meu sobrinho! Tudo dois? - cumprimentou o Kaíque.

Kaíque: Tá não, o cara brigou com a Alana lá no campo. - fez cara feia pro Imperador e ele me olhou serinho.

Alana: Falei pra tu que não era pra falar nada. - dei dois toque no ombro do Kaíque e deixei a moto estancar.

Kaíque: Falou que não era pra falar pro meu pai, mas não falou nada dele. - olhou pra mim e desviou pro Imperador.

Imperador: E qual foi dessa parada aí? - me olhou sério - Te esculacharam lá no Ordem por quê?

Alana: Que esculacho nada, o cara me mandou descer, só deu uma olhada no carro… Serviço dele, né? Eu nunca vi por aqui, deve ser novo na firma.

Imperador: É, depois da última operação que puxaram pra cá mataram os menino da linha de frente quase tudo. - fez careta e eu concordei - Mas vou procurar saber dessa parada aí, tá maluco.

Alana: Esquenta não, deixa isso pra lá. Vim te buscar pra almoçar que eu tô doida de fome. - menti.

Imperador: Bora, dá um bonde aí. - subiu no garupa, todo abusadão - Vocês acompanha aí. - falou pros seguranças.

Alana: Folgado pra caralho, pô. - neguei com a cabeça.

Imperador: A moto é minha, fia. Tá pagando de braba com bagulho que é meu. - falou fingindo brabeza.

Alana: É essas mesmo, quem liga? - voltei a marcha, liguei a moto de novo e arranquei de lá.

Pilotei malucona e os cara que vinha atrás que lute, mamãe aqui é ruim de pegar motorizada. Aulassss de PH, sou relíquia dele querendo nego ou não. Falando nele, a saudade bate firme e quando eu paro pra olhar a galeria do meu celular, coração até aperta. Mal do meu pai é ser ruim e o meu é ser ruim que nem ele, dois bicudo não se beija fácil.

Avisei pro Atacante que eu tava na Penha com o Kaíque, fiquei de bobeirinha um tempo e depois fui almoçar. Ajudei a minha cunhada com a louça, depois fui pra sala e aproveitei pra fofocar com meu irmão enquanto Kaíque dormia igual um anjo.

Imperador: Lala é fora de série, parece que sai da casinha. - negou com a cabeça - Ligou pra mim também.

Alana: Pai nunca precisou de representante pra falar as merda que quer, ela ligou a toa, fiz ela passar foi raiva.

Imperador: É essa parada aí, só quem aguenta ela é o Corolla mermo.

Alana: Boa sorte pra ele. A mãe quer que eu vá no Alemão hoje.

Imperador: Ela mandou um áudio pra mim também, tem mais de uma hora ó. - mostrou a tela do celular - Falei que ia, quem tá doido de falar não pra doutora?

Alana: Baixa aqui em dois tempos. - ri.

Peitar doutora é pedir pra entrar em maior problemão, Gabriela Carvalho é o terror! Só que nós ama ela, não tem jeito.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora